Mesmo sem uma estratégia de vendas para o mercado corporativo, a Apple conseguiu quadruplicar sua participação entre as empresas americanas. É o que diz Ben Grey, analista e um dos autores da pesquisa Forrester, que analisou mais de 50 mil usuários de 2.500 empresas dos Estados Unidos para listar quais são as tendências no uso de sistemas operacionais.
Segundo a pesquisa, a Apple passou de 1,2%, em janeiro de 2007, para 4,5%, em junho de 2008! Isso sem mover um dedo para criar qualquer estratégia de entrada nesse mercado. E se ela tivesse se preparado, então? Será que os índices seriam maiores?
Claro que comparar essa participação da Maçã com o (r)Windows é de chorar — o índice da Microsoft na mesma pesquisa foi de 94,9% (junho/2008), o que pode fazer alguns torcerem o nariz pra fatiazinha da Apple. Porém, cada ponto percentual de vendas conquistado nesse agressivo mercado representa consideráveis quantidades para a Maçã. É um crescimento que assusta pela velocidade e força e essa pesquisa indica que poderia ser muito maior, se a Apple reduzisse preços e houvesse menos controle da fabricante sobre o reparo, atualização e assistência.
Alguns motivos para o aumento da fatia da Apple num terreno praticamente dominado pelo SO da gigante de Redmond podem ser apontados. Um deles é o oba-oba todo em torno do iPhone e iPods (além da visibilidade e vendas para a Apple, a visão que ali tem um nicho a ser explorado, tanto que uma em cada três empresas das 500 listadas pela Fortune já estão explorando o desenvolvimento de softwares para o iPhone). Outros, são duas fortes tendências: a virtualização de sistemas e o que Ben Grey chama de “populismo tecnológico”.
A virtualização é explicada por poder virtualizar sistemas operacionais, como rodar o Windows XP ou o Vista dentro do Mac OS X, via Parallels Desktop: são as máquinas/clientes virtuais. O populismo tecnológico é definido por Grey como “um movimento que está acontecendo nos Departamentos de TI que busca suporte total para uma quantidade maior de hardware e software”. Essa tendência, para o analista, é a mais importante para explicar a subida da Apple nesse meio.
“A virtualização é importante e será muito grande, mas o populismo tecnológico será muito maior”, diz Grey. “Está havendo uma mudança de pensamento no TI e estamos começando a ver essa mudança. Eles estão deixando de lado princípios antigos do que é ou não é aceitável. O que eles querem são funcionários que sejam produtivos o quanto for humanamente possível, então são aprovadas as ferramentas que os funcionários se sintam mais confortáveis para usar — e produzir mais. Essas ferramentas devem rodar na casa deles também. O que o TI está dizendo é: ‘Se pudermos achar uma maneira de gerenciar e dar o suporte para isso, nós iremos fazê-la'”.
A expectativa é de que a Apple continue crescendo sua participação aos poucos, mas de forma contínua — forte, mas sem acelerar. A pesquisa sugere que esse cenário não mudará pelos próximos 18 meses, um período previsto para que o PC se revigore e ocorra uma migração de sistema operacional (Windows 7?). Bom, vamos aguardar… e torcer pra essa mentalidade vir pras terras tupiniquins o quanto antes!
[Via: 9to5Mac.]