Com boa parte do mundo (não o Brasil, lamentavelmente) avançando num ritmo razoável a vacinação da sua população contra o novo Coronavírus (COVID-19), começam as discussões de como nos adaptaremos a esse “novo normal”, no qual uma parcela — cada vez maior — da sociedade já estará devidamente imunizada e outra não.
Uma das propostas de várias autoridades de saúde ao redor do mundo é criar uma espécie de “passaporte de vacina digital” — isto é, um documento eletrônico no qual as pessoas já vacinadas poderão comprovar a imunização e, com isso, passar por barreiras sanitárias, viajar normalmente (na medida do possível) ou se livrar de alguns procedimentos mais banais (como medição de temperatura, por exemplo).
Pois recentemente, a Comissão Europeia ventilou a possibilidade de a Apple e o Google se encarregarem de construir esse passaporte de vacinação, da mesma forma como as duas empresas se uniram para criar a API de alerta de exposição ao vírus. A instituição era contrária ao prospecto, afirmando que cabe aos países — ou à União Europeia, no caso deles — construir uma solução do tipo.
Pois a CE já pode respirar aliviada: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há nenhuma negociação para que a Apple e o Google fiquem responsáveis pelos passaportes de vacinação. De acordo com a Bloomberg:
A Comissão Europeia voltou atrás em declarações de que a Apple estaria negociando com a OMS o desenvolvimento de passaportes de vacinação — um argumento que a presidente da associação, Ursula von der Leyen, usou para encorajar governos a criar suas próprias soluções para o problema. Depois de uma reunião de cinco horas com os 27 líderes da União Europeia, na última quinta-feira (25/2), von der Leyen disse aos repórteres que era importante “haver uma solução Europeia” para criar certificados que permitam a reabertura dos países, porque “o Google e a Apple já estariam oferecendo soluções à OMS”.
Apesar da negativa, ainda é possível que algumas das soluções propostas venham de empresas privadas: segundo a Bloomberg, engenheiros de algumas companhias (das áreas de tecnologia e saúde) estão em contato com a OMS, mas a Apple não está entre elas.
Ou seja: se algum dia tivermos de fato um passaporte de vacinação, ele não virá de Cupertino — nem, pelo visto, de Mountain View.
via Cult of Mac