O iPhone 4 acabou de ser anunciado, mas uma coisa já marcou bastante sua revelação oficial: a nova tela, com o dobro da densidade de pixels. Ela é impressionante, segundo quem a viu pessoalmente, mas podemos ter uma pequena noção da brincadeira com algumas imagens que mostram a quantidade absurda de pixels espremidos em uma telinha de 3,5 polegadas.
Contudo, as pessoas já estão contestando a denominação “Retina Display”, dada pela Apple. Raymond Soniera, PhD em Física Teórica e presidente da Display Mate Technologies, enviou um email à PCWorld explicando por que a tela do iPhone 4 não pode ser promovida como tendo uma resolução superior à do olho humano. Num trecho da mensagem, após elogiar a decisão da Apple de não adotar OLEDs, ele explica:
- A resolução da retina é uma medida angular — são 50 ciclos por grau. Um ciclo é um par de linhas, que são dois pixels, então a resolução angular do olho é um arco de 0,6 minuto por pixel.
- Então, se você segurar um iPhone à distância típica de 12 polegadas do seu olho, [a resolução do olho] funciona com 477 pixels por polegada. A 8 polegadas, são 716ppp. Você tem que segurá-lo a 18 polegadas para ela cair até 318ppp.
Portanto o iPhone tem uma resolução significativamente menor que a da retina. Ele precisaria, na verdade, de uma resolução maior que a da retina, para produzir uma imagem que parecesse perfeita.
Entretanto, Gavin Stern, um estudante da Faculdade de Medicina de Nova York, entrou em contato com a ZDNet para contrariar a opinião de Soniera. Segundo Stern, por motivos como convergência, aberrações cromáticas e micromovimentos dos olhos, na prática a tendência é que a tela do novo iPhone seja superior à capacidade de resolver imagens do olho humano.
Por fim, uma nota de ciúmes: conforme relatado pelo Electronista, a Samsung apressou-se para declarar o quanto sua tecnologia de AMOLEDs é superior às telas (fabricadas pela LG) empregadas na nova geração do iPhone. Um porta-voz teria dito que quadruplicar a quantidade de pixels teria pouco efeito na clareza da imagem e que isso iria, sim, aumentar o consumo de bateria em até 30%. Ele adicionou ainda que a tecnologia AMOLED é superior, pois não usa iluminação traseira, exibe pretos verdadeiros e pode compensar a diferença de resolução com cores mais vivas e ângulo de visão ilimitado.
Ele só esqueceu de dizer que telas AMOLED ainda são bem caras e praticamente inúteis ao ar livre, um problema menos que trivial para um aparelho móvel como um smartphone.