Se existe uma tecnologia que realmente parece saída dos filmes de ficção científica, são as interfaces sensíveis ao toque (note que eu não falei “telas” porque é preciso mais que o hardware para a magia acontecer; como diria Walt Mossberg, “É o software, estúpido!”). Mas hoje eu fiquei sabendo que uma das primeiras aplicações de gadgets controlados por uma “tela consciente” é fruto de limitações de orçamento. 😛
É curioso imaginar que a USS Enterprise poderia ser repleta de botões, alavancas e controles físicos, mas a falta de dinheiro fez a criatividade cuidar da situação: os controles da nave passaram a ser as próprias telas, com apliques coloridos e efeitos de pós-produção.
Num artigo brilhante do Ars Technica, três dos envolvidos com a produção de arte em “Star Trek” (Michael Okuda, Denise Okuda e Doug Drexler) contam esta e outras histórias dos bastidores desta série marcante e expõem suas impressões acerca da tecnologia de hoje (spoiler: computadores da IBM eram um porre, mas o Macintosh salvou o dia), mais especificamente o iPad (spoiler: é mágico!). Qualquer semelhança dele com o PADD (Personal Access Display Device; ilustrado acima) é mera coincidência. 😉
Há muitas coisas interessantes no texto completo, mas creio que uma frase de Michael Okuda reflete bastante o tom geral: “Conforme os aparelhos ficarem mais poderosos, tenho esperanças de ver as coisas sendo consideradas em relação ao tempo do usuário e a curva de aprendizado, em vez da força bruta da máquina.” Em outras palavras, menos gigahertz, mais mágica.