Numa patente publicada nesta semana, a Apple demonstra uma forma de telas sensíveis ao toque reconhecerem diferentes tipos de superfície (ponta do dedo, unha ou até luvas) e reagir distintamente a cada uma delas. Segundo o invento, o software poderia executar uma ação quando o usuário toca na tela com o dedo, e outra quando a unha é usada.
Além desta patente, também foram publicados documentos referentes a uma forma de gerar narração de itens de menu em gadgets, fazendo a conversão de texto em fala com o auxílio de um computador — a meu ver, precisamente a forma como o VoiceOver funciona em iPods. Também foram registrados designs como o fecho magnético de MacBooks e mais dois elementos dos iMacs, além da tecnologia de processamento de áudio no Final Cut Pro.
Agora vamos ao shuffle do Natal futuro.
Uma patente publicada em agosto traz a descrição do funcionamento de menus no iPod shuffle 3G, demonstrando o sistema de pressões de botões e as ações invocadas por cada padrão. Até aí, nada de mais: todos sabemos bem como controlar o pequeno notável usando os controles nos fones da Apple.
A coisa esquenta quando trechos do texto da patente revelam outras aplicações do invento: consta que, além de um botão físico remotamente ligado ao gadget controlado, poderia ser usado um sensor resistivo ou capacitivo, o qual poderia ser também integrado ao aparelho. Pensou em “tela capacitiva”? Ótimo. Adicione a isso a menção a controles executados com swipes e teremos um iPod shuffle 4G pronto pro mercado.
 Acima: tela misteriosa de 3x3cm À direita: mockup de iPod shuffle com tela. |  |
Em vez de ter botões, o novo shuffle poderia ter uma tela capacitiva (3x3cm estaria de bom tamanho?) que tornaria toda a sua face um imenso botão. Em vez de ser limitado ao controle remoto dos fones, o novo shuffle poderia ser controlado também por essa tela, mas usando o mesmo sistema: um toque para interromper/resumir a reprodução, segurar para acessar menus VoiceOver, dois toques para avançar, três toques para voltar. Deslize o dedo num sentido para aumentar o volume, e no outro para reduzir — como num rádio. Não gostou da ideia, pois um shuffle nem sempre está “de cabeça pra cima”? Ok: deslize dois dedos na tela para aumentar o volume, deslize um dedo para diminuir, tanto faz o sentido.
Isso tem tudo a ver com o contexto geral do iPod shuffle: soluciona-se a questão do uso de fones de terceiros, o pequeno gadget passa a poder exibir arte de álbum, ele cresce um pouquinho, mas todo o espaço adicional deverá ser convertido em bateria. Se a tela usar eink colorida ou algo como a tecnologia Mirasol, ainda ganhamos de bônus uma economia brutal em consumo de energia. Que tal um shuffle com 24 horas de autonomia? Me gusta mucho! 😉
As patentes já existem, agora falta só sabermos se tem alguém tão louco quanto eu pra colocar um produto desses na rua. No invento são descritas ações que definitivamente não dizem respeito a um iPod shuffle (checar emails, SMS, etc.), mas eu creio que isso não passe de CYA para o sistema de controle poder ser empregado em iPhones, digamos, ou até para prevenir que outras empresas usem a interface descrita em aparelhos multipropósito.
Enfim, o que você achou destas ideia para o próximo shuffle?
