Para quem não conhece a Square Enix, permita-me uma pequena introdução. No ano de 1986, uma empresa japonesa resolveu arriscar-se lançando uma proposta diferente para a época: era a Enix, investindo em seu jogo Dragon Quest (ou Dragon Warrior). Pouco tempo depois, em 1987, outra produtora, a Squaresoft, lançou uma cópia descarada sua própria aposta neste novo gênero, os RPGs. Como estava prestes a abrir falência, a Square resolveu intitular seu último jogo como Final Fantasy (literalmente, “a fantasia final”).
Jogo vai, jogo vem, um filme fracassado quase destruiu a Square, e a empresa que surgiu da fusão das duas rivais (a Square Enix, ou simplesmente SquEnix) há de lançar o Final Fantasy XIII no ano que vem. Isso mesmo: TREZE.
Praticamente todas as plataformas de jogos eletrônicos já viram um título da Square Enix — juntas ou separadas — e, agora, é a vez dos iPods (nano de 3ª geração, classic ou de 5ª geração) serem o campo de pouso desta fábrica de sucessos.
Bem vindo a Song Summoner: The Unsung Heroes, um jogo de estratégia em turnos da mesma produtora do aclamadíssimo Final Fantasy Tactics.
Como todo bom jogo da SquEnix, Song Summoner possui uma história como pano de fundo: você controlará Ziggy (não dá pra mudar o nome dele, infelizmente), que tem como missão salvar seu irmão Zero e, no meio do caminho, livrar o mundo da ameaça de uma raça de seres mecânicos. Bem feijão-com-arroz, é verdade, mas suportável.
O sistema de jogo é velho conhecido dos RPGs de estratégia: você controla suas tropas em turnos, movendo-as e atacando ou usando habilidades especiais. Quando seu turno acaba, as tropas inimigas se movem e ownam você usam suas habilidades/ataques. Depois, tudo recomeça, até que um dos lados derrote o outro.
A grande inovação deste título é, sem dúvida, a forma como você consegue e fortifica seus aliados: usando os poderes de Ziggy e o Hip-O-Drome, é possível transformar suas músicas em guerreiros. Isso mesmo! Suas músicas, presentes na sua biblioteca do iTunes. Já imaginou o que a Dança do Créu pode gerar?… Que medo! 😛
Mas o que poderia ser algo realmente diferencial e interessante foi muito mal utilizado: é praticamente impossível relacionar os personagens criados à música que os gerou. Um pecado maior ainda é que suas músicas não tocam durante o jogo. Contudo, há um toque que quase compensa isso: quanto mais você ouvir a música que criou dado personagem no seu dia a dia, mais forte ele se tornará no jogo. Dica para quem quiser fazer power leveling: repeat one ad infinitum.
Contudo, nem só de rosas é feito este jardim. Problemas como o tamanho da tela, os tempos de carregamento eternos, a falta de precisão da click wheel para entrar comandos e limitações técnicas dos iPods impedem que Song Summoner seja o grande sucessor do FF Tactics. Aliás, ele não chega nem perto disso. Porém, custando US$5, é difícil resistir… e, querendo ou não, este deve ser um dos únicos jogos não-casuais para iPod! Se comprá-lo servir de incentivo para a SquEnix continuar produzindo para a plataforma da Apple ou outras grande softhouses entrarem no ramo, então que seja: é um preço bem pequeno a se pagar.
No final das contas, fica a grande ameaça promessa: se um iPhone/iPod touch é quase tão poderoso quanto um PlayStation 2, então será que poderemos ver algo do porte de Final Fantasy XII neles?
Eu me contentaria com o VII. 🙂
[Via: TUAW.]