Craig Hockenberry, desenvolvedor do aplicativo Twitterrific, foi o primeiro a analisar o desempenho geral do iPad contra gerações anteriores do iPhone através de uma série de testes, usando desde aplicativos nativos até a execução de JavaScript na versão do Safari para o dispositivo. No primeiro caso, a maior parte das análises foi focada em aspectos de código, o que trouxe à tona ganhos consideráveis de performance para desenvolvedores de softwares na App Store.
O resultado final da série de testes nativos definiu que o iPad é, em média, duas vezes mais rápido que o iPhone 3GS, graças a um processador que possui maior frequência de operação — 1GHz contra 600MHz, neste caso. Contrariando expectativas mais ambiciosas de quando a tablet foi anunciada, o Apple A4 não é baseado em uma edição mais avançada da arquitetura ARM, e sim na mesma edição usada no smartphone da sua criadora — que deverá ser atualizado em breve, diga-se de passagem.
Com relação a JavaScript, os ganhos de performance são mais modestos, variando entre 20% e 140%. Entretanto, os testes nesse caso não aparentam ser consistentes no uso de web apps comuns (como o recém-lançado Gmail para iPad), ou seja, a diferença geral de desempenho pode ser bem maior do que isso ou até ser nula — sinal de que, mesmo estando propícias à substituição, as gerações atuais do iPhone e do iPod touch são bem velozes para pequenos handsets.
Quem também fez testes de performance com o iPad foi o AnandTech, mas contra o Nexus One, que possui um processador Snapdragon de 1GHz. O site focou-se no carregamento de sites e execução de JavaScript, em que o processador A4 deu vantagem à tablet com diferenças de 30% e 37,6%, respectivamente. Contudo, esse tipo de análise não é muito precisa: a Apple provavelmente otimizou o Safari para a tablet de uma forma que o navegador móvel do Android não possa ser aprimorado, julgando que ele também precisa oferecer suporte a aparelhos de menor performance.
No final das contas, ainda é difícil comparar a tablet da Apple com outras plataformas móveis, pois não há como determinar os efeitos que o seu sistema aprimorado exerce sobre soluções que apenas foram trabalhadas para a execução em smartphones. Embora o iPad rode o iPhone OS, o sistema e seus aplicativos foram reconstruídos do zero em um formato específico para ele.
Ah, se você é um desenvolvedor e esperava criar programas parrudões pro iPad, aqui vai uma má notícia: as limitações de memória da tablet são as mesmas do iPhone 3GS, ou seja, ele possui 256MB de RAM física — desses, aproximadamente 200MB ficam para o usuário rodar seus apps. A análise feita pelo iFixit com o Apple A4 comprovou que o chip carrega essa RAM física em conjunto com a sua GPU (que também é baseada no smartphone da Maçã) e o processador central, então é provável que o seu maior avanço esteja relacionado com a união desses componentes em um formato eficiente e veloz, em vez de apenas ser formado por eletrônicos de alta capacidade física.