Em um texto intitulado “Por que eu não quero um iPhone de Natal”, Jordan Pouille mostra um pouco da realidade que os trabalhadores da Foxconn (em grande maioria jovens com 20 e poucos anos) enfrentam para que o mundo todo se maravilhe com produtos de empresas como Apple, Nokia, Sony, etc.
O tom que Pouille usa é acusador, a Foxconn é chamada de “prisão high tech” e toda a reportagem, do título ao rodapé, é um claro protesto contra as condições de trabalho. Mas… existe alguma forma de falar desse assunto sem soar cretino ou hipócrita?
Para criticar a maior fabricante de produtos eletrônicos do mundo sem ser incoerente é preciso viver como um pastor de cabras, praticamente: quase tudo o que usamos no ocidente é Made in China (referências a “Apple” e “iPhone” são, basicamente, link-bait), e muitas vezes em indústrias que fazem a Foxconn parecer a Disney World. Defendê-la, por outro lado, soa como algo horrível, pois melhores condições de trabalho são algo a que sempre devemos aspirar. Só que, para as condições de trabalho na China ficarem iguais às da Suíça, vai ser preciso o Ocidente inteiro meter a mão no bolso e pagar (caro) pelas melhorias — reportagens inflamadas não vão bastar.
Como sair dessa sinuca de bico?
[via Fortune Tech]