Com a abertura da App Store em 2008, a Apple inadvertidamente sentiu um pouquinho do sabor de ter uma plataforma móvel de jogos. E gostou. Muito. Desde então, o iPod touch tem sido promovido como um videogame portátil capaz de desempenhar várias outras funções, o que mexeu com os brios das duas líderes no mercado, as japonesas Sony e Nintendo.
Só que estas duas rainhas não pretendem ficar paradas vendo uma Alice chegar e querer sentar-se na sala do trono com elas: a resposta da Nintendo foi o 3DS, e ontem a Sony mostrou que vai usar até a pia da cozinha, se preciso for, para continuar relevante no setor de jogos on-the-go. Suas armas serão um console portátil com o poder de um PS3 (yep, leste certo) e aparelhos com o Android, inclusive um smartphone Xperia que tem, em vez de um teclado deslizante, botões físicos e direcionais analógicos sensíveis ao toque.
Next Generation Portable
Ainda carregando o codinome NGP, a evolução do PSP vai ter poder de sobra — esse monstro consegue rodar um port direto de Metal Gear Solid 4, do PS3, a 20 quadros por segundo.
Seu processador será um ARM Cortex-A9, terá touchscreen OLED de 5 polegadas com resolução de 960×544 pixels (ou seja, dobrada em relação ao PSP atual), conectividade 3G, Wi-Fi, GPS, trackpad traseiro (exatamente nas dimensões da tela), acelerômetro, giroscópio, bússola eletrônica e câmeras dianteira e traseira.
Além disso, ele vai dispensar as mídias ópticas, passando a distribuir jogos em um tipo de memória flash proprietário, e será o primeiro console portátil a ter dois direcionais analógicos — aleluia!
Soa bom? Pra mim, soa excelente! Só tem um probleminha pequeno: ele só estará disponível no final do ano. Sim, senhor: a Apple vai ter tempo de sobra pra fazer e acontecer com o próximo iPod touch (não dá mais tempo de mexer no iPad e no iPhone, creio), se ela quiser bater de frente com a Sony.
PlayStation Suite
Para estender seu domínio sobre a plataforma móvel com crescimento mais acelerado no mundo, a Sony anunciou um framework capaz de portar jogos de PSOne para aparelhos rodando o Android 2.3 “Gingerbread” ou superior.
Os jogos serão licenciados e contarão com um selo de qualidade PlayStation Certified, estando disponíveis em uma loja online. Gadgets que não tiverem controles físicos poderão contar com botões virtuais em suas telas. O NGP também será compatível com a PlayStatio Suite, o que lhe dará acesso imediato a uma biblioteca de jogos considerável.
Sony Ericsson Xperia Play
Este gadget ainda não é oficial, mas dada a revelação da PlayStation Suite, as chances de ele ser quente aumentaram uns 1.115,75%. Muito provavelmente o Xperia Play será para a Sony o que os smartphones Nexus são para o Google: uma forma de oferecer sua plataforma de maneira “pura”.
O aparelho conseguido pelo Engadget tem uma tela LCD multi-touch de 4 polegadas com 854×480 pixels e controles deslizantes no lugar de um teclado. O processador, pelo que foi apurado, tem 1GHz e conta com GPU Adreno 502, além de generosos 512MB de RAM. Sua câmera traseira tem 5 megapixels, mas só consegue gravar vídeos a 480p.
No geral, parece ser uma bela iniciativa de smartphone focado em jogos, o que certamente será popular entre os jovens — claro, se o preço for condizente com esse público-alvo. Como este aparelho é um protótipo, muito pode mudar até sua revelação oficial, que deverá acontecer durante o Mobile World Congress, de 14 a 17 de fevereiro.
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Tendo visto isso, é bom saber que a Sony não pretende dormir sobre os louros que conquistou no mercado de videogames: o NGP, apesar de ter uma data de lançamento infeliz, parece muito, muito promissor e a PlayStation Suite certamente vai se tornar uma alternativa interessante ao Android Market, em termos de jogos — resta saber quanto cada um vai custar. Infelizmente, a oferta de games muito antigos, do PSOne, poderá prejudicar um pouco a iniciativa (ao contrário dos jogos do Super Nintendo, os do primeiro PlayStation envelheceram mal pra caramba), mas ainda assim é algo que deverá contribuir positivamente para a plataforma.
Bem, agora é saber se e, em caso afirmativo, como a Apple pretende responder a isso. O mais provável é que ela não faça nada direto a respeito: os iGadgets deverão continuar sua linha de evolução regular e os desenvolvedores, esses sim, deverão pegar em armas para ajudar o iOS a conquistar mais um bocado do mercado de jogos portáteis.
De um jeito ou de outro, o futuro para os gamers de plantão parece muuuito bom. 😉
