Para grande parte dos consumidores finais, pouco importará se um iPad produzido no Brasil for montado em Jundiaí (SP) ou em Manaus (AM), pela Foxconn ou por uma empresa de Eike Batista. O que mais importa será uma possível (grande) redução no seu preço, algo já bastante discutido por aqui.
Há alguns dias nós publicamos aqui no site detalhes sobre o investimento multibilionário que a Foxconn pretende realizar no nosso país e, na ocasião, fazendo contas com base em possíveis reajustes de impostos que incidirão sobre a tablet montada em território nacional, estimamos que os modelos atuais do iPad poderiam custar entre R$1.200 e R$1.700, em vez dos atuais R$1.700 a R$2.400.
Depois de colocar descrença sobre a previsão de 100 mil novos empregos abertos no país, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica agora estima que um iPad montado em terras tupiniquins poderá custar menos de R$1.000 — uma previsão um tanto ilusória, a começar pelo fato de que a base da conta dela foi o preço atual de R$1.400 para o iPad Wi-Fi de 16GB, que nem é mais comercializado por aqui e já tinha sofrido reajuste diante do lançamento do iPad 2 nos Estados Unidos.
Mas enfim, vamos entrar no jogo deles: para a Abinee, esses R$1.400 teriam uma imediata redução de 9% a partir da isenção de PIS e Cofins, caso tablets passem mesmo a ser classificadas como laptops convencionais e entrem na Lei da Informática. Outros 30% seriam abatidos com benefícios fiscais, pela fabricação do produto em território nacional — e aí já chegamos a cerca de R$890. Adicionando um certo lucro às operações locais de Apple e Foxconn, bem como considerando que a mão-de-obra daqui não é tão barata quanto a da China, a Abinee chegou ao preço estimado de R$990 para o modelo de entrada do iPad montado no Brasil.
Não é por nada, não, mas continuo achando a previsão anterior um tanto mais realista. Mesmo a partir de R$1.200, o iPad já teria um preço absurdamente atrativo para o mercado brasileiro. Se antes o iPad de entrada no Brasil custava mais que o dobro dos EUA (diferença de 106,5%, considerando o dólar a R$1,60), nessa nova estimativa a variação cairá para apenas 50%. Grande avanço, não?
[via Trending Blog]