Este artigo do New York Times me surpreendeu: fabricantes de carros, nos Estados Unidos, estão com medo do iPhone. Oi? O mundo parou e eu desci na Estação do Absurdo, ou é porque o iPhone agora serve também de meio de transporte? Não, é algo muito menos bizarro: os adolescentes, diante da opção de tirar a carteira de motorista ou ganhar um smartphone, o gadget tem cada vez mais levado a melhor — e vale lembrar que, em geral, nos EUA é permitido dirigir sem supervisão de adulto já aos 16 anos.
“O carro costumava ser um sinal de maturidade, de liberdade”, disse Sheryl Connelly, da Ford. “Era o sinal de que alguém ficou adulto. Agora, o sinal da maturidade para adolescentes é o smartphone.” Comparando as gerações, em 1978, 50% dos jovens de 16 anos tinham habilitação; em 2008, esse percentual caiu para 30% — e mesmo quem tem carteira de motorista agora dirige menos.
Estranho? Curioso? Um sinal (ou o final) dos tempos? Não sei, ao mesmo tempo que soa inusitado, também é como se fosse uma consequência natural da evolução das tecnologias e da situação econômica. Mas o que me assustou mesmo foi ler o que as fabricantes de automóveis estão pensando em fazer para reagir a essa tendência:
Carros podem até se tornar mais inteligentes que smartphones. Eles podem automaticamente fazer check-in no foursquare quando chegarem ao shopping. O carro pode ler mensagens de texto para o motorista. Ele pode ter câmeras internas para tirar fotos e gravar vídeos dos passageiros e enviá-los para o Facebook e para o YouTube, automaticamente identificando quem está nessas imagens. Pode haver redes de músicas compartilhadas com base no tipo de música que os adolescentes têm em seus smartphones.
Yo, dawg! I herd you like smartphones, so we put a smartphone in your car. Não sei por que, mas essas ideias todas soam tão idiotas que eu acho mais fácil o LP voltar com tudo do que esse tipo de novidade ajudar a vender mais carros.
Se os automóveis (e o combustível) ficassem mais acessíveis, não já resolveria a questão toda? 😛