Bastou Steve Jobs falecer para muitas pessoas começarem a falar: “Steve Jobs não faria isso”; “Ele nunca aprovaria o novo iPad, esse nome é horrível”; “Viu aquele logo espalhafatoso da Apple mostrado por Cook? Jobs nunca apresentaria algo assim”; entre outras coisas. A verdade é que ninguém sabe de nada (se ele faria ou não), então nem vale a pena perder tempo com esse tipo de discussão. Tirando pessoas realmente próximas, ninguém conhecia ele bem o suficiente ao ponto de poder afirmar uma coisas dessas — se bobear, nem mesmo os mais próximos conseguiriam.
O último a fazer isso foi Larry Page, o qual declarou que Steve Jobs não sentia raiva do Android e que tudo não passava de um “show”. Podemos encarar isso apenas como sendo a opinião de Page, mas, ao meu ver, não é certo “jogar” isso na mídia, já que o falecido cofundador e ex-CEO da Apple não está aqui para responder — queira ou não, a afirmação de Page descredibiliza Jobs.
Quem mais teve contato com o ex-CEO da Maçã nos últimos anos de sua vida foi Walter Isaacson, autor da biografia de Jobs, e ele veio “defender” a palavra do falecido cofundador da Apple. Para Isaacson, a coisa é mais simples do que parece: Steve sempre acreditou em sistemas fechados. Foi assim com o Mac, com o iPod e, agora, com o iPhone/iPad. A história é a mesma de antes, quando a Microsoft foi lá, “roubou” a ideia da Apple e, promiscuamente, licenciou para dezenas de fabricantes, tornando-se a líder do mercado. Agora, o Google foi quem “roubou” a ideia da Apple, seguindo os mesmos passos da empresa de Bill Gates.
Portanto, para Isaacson, a raiva de Jobs era genuína — o que, convenhamos, não é tão difícil de imaginar ao nos colocarmos na posição de Jobs. Se Microsoft e Google de fato roubaram ideias, se ele estava certo em sentir raiva, em querer destruir o sistema do Google, essa é uma outra discussão — bastante longa, por sinal. Mas me parece que Page tentou acalmar os ânimos entre as empresas de uma forma não muito justa — principalmente com Jobs.
[via Macworld UK]