Se eu pudesse fazer uma pergunta para Steve Jobs, ela seria: “Pra que se preocupar tanto em parecer maior/melhor que outras empresas?” Tudo bem que os números financeiros anunciados na segunda-feira foram excelentes, mas eu não usaria isso como diferencial para nada (nem ninguém) dois dias depois:
Quando o CEO da Apple mostrou o slide acima na apresentação de quarta-feira e disse que sua empresa era a maior fabricante de dispositivos móveis do mundo, imagino que ele tenha criado mais uma divergência com a Nokia — como se as que já existem não fossem suficientes para gerar dor de cabeça. Logo depois disso, um representante da empresa finlandesa combateu a afirmação, considerando que a Apple não pode incluir sua divisão de computadores nessa conta — de fato, a Nokia só recentemente começou a produzir computadores, apesar de a Sony ter a linha VAIO há mais tempo —, nem se achar maior do que outras gigantes do setor apenas por lucrar mais.
“A diferença entre as duas empresas é maior se você usar o método de medida mais comum: o número de aparelhos vendidos. Por essa comparação, a Nokia foi a maior empresa de celulares do mundo por 12 anos consecutivos”, disse um representante da empresa. Ao ler o artigo completo dele, é possível ver que a ideia de magnitude dos negócios da Apple ainda consegue batê-la, por mais que a arrecadação fiscal do final de 2009 tenha sido satisfatória.
Eu só espero que o foco da Maçã em negócios móveis não atrapalhe seu trabalho em outras áreas importantes — especialmente entretenimento na iTunes Store e o Mac. Temo que o deslumbramento dela por ser “a maior” fora desses setores começará a preocupar muitos usuários, que ainda ficam atentos à sua capacidade de inovar produzindo os melhores computadores ou oferecendo novas opções de conteúdo para Apple TVs. Mas eu posso estar errado: afinal de contas, 2010 mal começou.
[via Electronista]