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Repórter entra numa fábrica chinesa da Foxconn e mostra diversos problemas de infraestrutura

Linha de produção da Foxconn

Não é surpresa para ninguém que muitas fábricas na China não têm a infraestrutura adequada, tampouco dão aos empregados boas condições de trabalho. Uma repórter do Envoyé Spécial, programa da emissora pública France 2, entrou escondida na fábrica da Foxconn em Zhengzhou (China), uma das maiores da principal fornecedora da Apple.

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Linha de produção da Foxconn

De acordo com a reportagem, a infraestrutura das áreas destinadas aos dormitórios e dos espaços de convivência dos empregados da fábrica é bem precária. Lá, alguns prédios habitados por trabalhadores ainda estão em construção e sem elevadores. Muitos dormitórios não têm água encanada nem sequer energia elétrica. Num dos três vídeos da matéria — os quais você pode visualizar abaixo —, um gerente chega a avisar os trabalhadores para não ligarem seus dispositivos nas tomadas que estão funcionando, já que oito empregados já tinham morrido por causa do fogo causado por circuitos sobrecarregados.

Além dos problemas com a infraestrutura, a matéria também revelou diversos problemas relacionados com empregados em si. Alguns chegaram a revelar que os administradores da escola onde estudam os obrigaram a trabalhar na fábrica recebendo muito pouco por isso, ou não receberiam seus diplomas. Alarmante também é a ainda alta quantidade de horas extra a que alguns trabalhadores são forçados a cumprir. Segundo alguns grupos trabalhistas, muitos empregados chegam a acumular 150 horas extra de trabalho, resultantes de períodos de 90 dias ininterruptos.

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Confira os três vídeos que compõem a matéria do programa Envoyé Spécial [em francês]:

YouTube video

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O programa concluiu que tudo isso aconteceu devido à alta demanda pelo iPhone 5, já que é dessa fábrica que sai grande parte dos smartphones da Apple. O site Engadget contatou a Apple e a Foxconn, para que elas esclarecessem os fatos. Abaixo, as repostas das duas empresas (tradução livre).

Apple

A Apple está comprometida com os maiores padrões de responsabilidade social através da nossa cadeia de fornecimento mundial. Insistimos que todos os nossos fornecedores oferecem condições de trabalho seguras, tratam empregados com dignidade e respeito, e usam processos ambientalmente responsáveis em todos os lugares onde nossos produtos são feitos.

Foxconn

A Foxconn leva a responsabilidade por seus empregados muito a sério e estamos trabalhando pesado para dar aos nossos 1,4 milhão de empregados na China um ambiente de trabalho seguro e satisfatório. Somos comprometidos com as nossas rigorosas políticas, as leis do governo chinês e nossos compromissos para com nossos clientes, para garantir que os maiores níveis de padrões de saúde e segurança sejam aplicados em nossas operações e em todas as localidades pela China.

Como o maior empregador privado da China, nós fornecemos compensações e benefícios que são muito maiores do que os salários impostos pelo governo e que são competitivos com todos os nossos colegas de setor em todos os lugares onde operamos.

Estamos todos comprometidos com o processo de contínua melhora das nossas políticas e práticas de trabalho e nós defendemos que, através de revisões regulares das nossas operações feitas por grupos internos, clientes e pelos fiscais do governo, se qualquer espaço para melhorias for notado, eles serão imediatamente resolvidos. Um exemplo do nosso comprometimento com esse processo é o Plano de Ação que nós estamos atualmente implementando em nossas operações na China após a revisão de algumas de nossas operações feita pela ONG americana Fair Labor Association. Uma revisão de acompanhamento feita pela FLA mostrou que nós estamos implementando com sucesso o Plano de Ação e estamos à frente do cronograma para a conclusão dos elementos desse programa.

A Foxconn não é perfeita, mas estamos progredindo todos os dias e continuamos liderando a indústria em manter as necessidades da nova geração de trabalhadores da China. Este progresso é refletido no nosso sucesso em recrutar e em reter empregados e nos relatos de muitos membros da mídia internacional que visitaram as nossas operações e que tiveram liberdade e independência para conversar com trabalhadores. Nosso objetivo é continuar a atender nossas responsabilidades para com nossos clientes, empregados e comunidades onde eles operam.

No Brasil, trabalhadores da fábrica da Foxconn de Jundiaí (São Paulo) entraram em greve em outubro. Eles alegaram que o maior problema não eram os alojamentos, mas a alimentação.

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Apesar de todo esse alarde quanto à qualidade do ambiente de trabalho na fábrica da Foxconn localizada em Zhengzhou, fugir de aparelhos construídos em fábricas precárias não é tão fácil quanto deixar de comprar iPhones, iPads, iPods, MacBooks e outros produtos da Apple. Infelizmente, muitas outras empresas também têm os seus produtos fabricados na China ou em outros países da Ásia onde as condições de trabalho estão longe do ideal. Basta você tentar procurar algum eletrônico da sua casa que não foi fabricado por lá.

A Maçã está inclusive planejando levar parte de sua produção para os Estados Unidos. Esta é uma realidade a qual muitos de nós não podemos ver, mas temos contato constante.

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