Em um raro (mas não incomum) movimento, recentemente a Apple removeu o jogo Afghanistan ’11 da App Store. Como o nome sugere, o jogo simula a histórica guerra entre os Estados Unidos e o Afeganistão, que recomeçou após o atentado às torres gêmeas em 2001.
Em um email enviado à Slitherine Software, empresa que desenvolve e distribui o jogo multiplataforma, a Apple informou que o aplicativo foi removido por apresentar “pessoas de um governo específico ou de outra entidade real como inimigos”, conforme divulgado pelo diretor da companhia, Iain McNeil.
Apple have just pulled Afghanistan '11 from the app store because its got "people from a specific government or other real entity as the enemies". You mean like every realistic game ever…. and people wonder why we don't do iOS anymore. https://t.co/LQjUPUkWWr pic.twitter.com/m4YRNQXyoL
— Iain McNeil (@Iain_Slitherine) December 5, 2018
A Apple acaba de retirar Afeganistão ’11 da loja de aplicativos porque tem “pessoas de um governo específico ou outra entidade real como os inimigos”. Você quer dizer como todo jogo realista… e as pessoas se perguntam por que não fazemos mais [jogos para] iOS.
A decisão da Apple aconteceu mais de um ano após o jogo ter sido lançado na sua loja de apps, deixando muita gente confusa — inclusive o gerente global de relações públicas da Slitherine, Paulo Paglianti.
O rigor histórico é uma chave fundamental do DNA da Slitherine e da Matrix Games. Nós nunca retratamos um “inimigo” por sua origem [étnica]. Nossos [jogos] são baseados na história e sempre tentamos retratar situações históricas realísticas.
Paglianti destacou que a decisão é ainda mais incongruente ao afirmar que a intenção do jogo não é destruir forças inimigas, mas sim apoiar estrategicamente civis afegãos para “construir um governo forte e independente do Afeganistão, e deixar o país com todo o seu exército”.
A Apple ainda não comentou oficialmente a remoção do jogo da sua loja de aplicativos; todavia, é possível estabelecer uma relação entre esse fato e a declaração do CEO da Maçã, Tim Cook, sobre conteúdos que promovem “o ódio, a segregação ou a violência não terem lugar nas plataformas da companhia”.
Não obstante, essa não é a primeira vez que a Maçã retirou jogos da App Store com base em eventos históricos: em 2015, o jogo Ultimate General: Gettysburg também foi removido da loja por usar bandeiras confederadas como forma de identificação; algum tempo depois, no entanto, a decisão foi revertida.
via Polygon