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IA da Apple deverá ser o coração de futuros produtos da empresa

Não se trata apenas dos dispositivos atuais, mas de permitir uma próxima onda de hardware (de óculos AR a AirPods com câmeras, robôs potencialmente humanóides e mais)
David Paul Morris/Bloomberg
Tim Cook segurando um iPhone 15 Pro Max

Muito já falamos aqui, nos últimos dias, sobre as possíveis novidades do iOS 18, do iPadOS 18 e do macOS 15 — todas com bastante foco em inteligência artificial e que, aparentemente, terão a finalidade de acelerar tarefas diárias e nos entregar, de forma proativa, informações relevantes.

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Mas, segundo Mark Gurman em sua newsletter dominical mais recente, a ideia da Apple com esse esforço em IA não é apenas focada na sua linha atual de produtos: é habilitar uma nova geração de produtos de hardware que ainda serão lançados.

De acordo com o jornalista da Bloomberg, que vem vazando absolutamente tudo o que a Apple deverá nos mostrar hoje na keynote de abertura da WWDC24, os futuros dispositivos serão projetados para usar melhor o controle de voz (uma Siri realmente capaz) e nos fornecer informações apenas quando nós precisarmos — em vez de nos forçar a olhar para uma tela cheia de aplicativos, como fazemos hoje.

Mudança de estratégia

Até então, a estratégia da Apple é de lançar novos hardwares anualmente e melhorar os aplicativos/sistemas que vão nesses aparelhos também num calendário anual — muitas vezes exigindo bastante espaço para armazenamento, já que tais apps dificilmente fazem algo na nuvem. Só que, na era da inteligência artificial, essa abordagem não deverá funcionar bem, segundo Gurman.

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Com a ajuda da IA, a Apple quer que a tecnologia lide com as tarefas em vez de nos forçar a abrir aplicativos toda hora para realizar algo. E, nesse cenário, focar em atualizações de apps uma vez por ano não será algo rápido o suficiente para acompanhar os rivais que estão a todo momento lançando novidades.

Ainda assim, para Gurman, a Apple levará um tempo para evoluir essa estratégia. Mesmo após apresentar hoje as versões dos seus sistemas focadas em IA, a empresa seguirá com sua antiga estratégia de lançamentos anuais. O software receberá uma grande atualização no meio do ano e a Apple continuará sendo fortemente dependente da abordagem focada em apps, pelo menos nesse começo.

Isso porque, para que a Apple mude a estratégia, ela precisará mudar a abordagem de hardware-software-serviços e se tornar uma empresa de hardware-IA-nuvem, na opinião do jornalista. A linha “iPhone 16” será um passo nessa direção, já que todos os modelos serão compatíveis com as novidades de IA — diferentemente da linha iPhone 15, na qual apenas os modelos Pro serão compatíveis segundo Gurman. E muitos desses recursos de IA serão entregues parcialmente na nuvem, já mudando a atual estratégia de rodar tudo no dispositivo — centrada em apps.

Minha sensação é de que muitos dos recursos da primeira beta do iOS 18 foram muito precipitados e esta primeira compilação será especialmente problemática. Na verdade, alguns estão surpresos com o fato de as primeiras betas serem lançadas amanhã. Como eu disse, os recursos de IA serão beta — mesmo no lançamento no outono [do hemisfério norte].

“Apple Intelligence” como o coração de futuros produtos

Mas a ideia não é ficar apenas em iPhones, é claro. Olhando pro futuro, a IA da Apple (que deverá se chamar “Apple Intelligence”) tende a permitir hardwares potencialmente revolucionários na opinião dele, como robôs domésticos, óculos de realidade aumentada, AirPods com inteligência e câmeras, além de um possível treinador de saúde (uma espécie de coach) que, com produtos mais capazes (um Apple Watch com função de monitorar a temperatura corporal e a glicose no sangue, por exemplo), poderá ajudar muitas pessoas.

É claro que, para ter um robô usando e abusando de IA, uma Siri totalmente capaz (que poderia equipar uma espécie de robô de mesa), chegar ao objetivo final de termos óculos inteligentes (evolução natural do Vision Pro), além de fones de ouvidos com monitoramento de saúde e câmeras, a Apple precisará avançar rapidamente no seu LLM 1Large language model, ou grande modelo de linguagem. e alcançar as suas grandes rivais — até lá, ela dependerá de parcerias como a aguardada com a OpenAI.

Se não conseguir fazer isso, ela corre o risco não “apenas” de ficar ainda mais para trás não no segmento de IA, mas de prejudicar todos os seus negócios, os quais terão que se basear muito nessa tecnologia daqui para frente.

Quem aqui aposta no sucesso da companhia nessa empreitada?

Notas de rodapé

  • 1
    Large language model, ou grande modelo de linguagem.

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