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Geek fala sobre o MP4 Foston [atualizada]

Depois do polêmico e extenso post comparativo entre o iPod nano e o MP4 Foston, contamos com a colaboração do Rafael Rigues, editor da PC Magazine, que nos proporciona neste artigo uma visão geek sobre o aparelho e esclarecerá dúvidas de muitos de vocês.

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O Rigues é também colaborador da MAC+ e leitor do BLOG, então estamos todos em família. 😉

Contribuição especial por Rafael Rigues.

MP4 FostonEstou com um Foston FS-58A (um clone do iPod nano preto de 1 GB) há cerca de um mês. Algumas coisinhas que descobri nesse tempo:

Peso: os specs estão errados. São 50 gramas cravados, segundo a minha balança de cozinha (que é suficientemente precisa para a questão). Dica: nunca confie nos specs no site de uma empresa chinesa. 🙂

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Autonomia de bateria: não são quatro horas. Na minha experiência consegui cerca de oito, confirmadas em uma viagem de ônibus a Curitiba neste fim de semana. Na verdade a autonomia varia e depende de vários fatores, entre eles o bitrate das músicas. Consigo oito horas em MP3 a 128Kbps em joint-stereo. Músicas a 320Kbps ou vídeos consomem mais bateria. Fiz uns scripts para recodificar automaticamente as musicas ao passar para o player (preservando os originais em alta-qualidade) para a) aumentar a duração da bateria e b) colocar mais músicas nos 1GB de Flash. Não testei a autonomia só no rádio.

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Suporte de áudio: ele toca arquivos OGG Vorbis (.ogg). Tem muito xiita de Linux que só tem músicas em OGG (porque é “livre”), outros juram que a qualidade é melhor que MP3 no mesmo bitrate. De qualquer forma, é um formato que a maioria dos player ignora, dos grandes modelos comerciais acho que só os da Neuros Audio e Sandisk suportam. Pra alguns pode ser um diferencial interessante.

Suporte de vídeo: specs errados de novo, ele não usa MTV, usa AMV. A ferramenta de conversão (só Windows, sem alternativa pra Mac) vem junto com ele. A diferença é que vídeos em AMV tem tamanho menor (o formato usa um sistema leve de compressão de dados) e framerate maior (o MTV é travado a 12 ou 15 FPS, embora sejam raros os aparelhos que conseguem mostrar mais do que isso).

Suporte a imagens: além de JPEG e GIF (animado, inclusive) ele também mostra BMP.

Rádio: só FM, banda japonesa e americana (a que usamos). A sintonia é boa, pelo menos aqui em São Paulo e Curitiba. Ele usa o fio do fone como antena, portanto um fio mais comprido pode render recepção melhor. O legal é poder gravar programas de rádio no formato WAV (32 Kbps).

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Gravador de voz: gera arquivos WAV a 8 KHZ, 32 Kb/s, mono. Não é nenhum exemplo de alta-fidelidade, mas dá pro gasto: eu costumo usar para gravar entrevistas. Coloquei um trechinho no meu blog pra quem quiser conferir. Note que há ruído na gravação inteira. Esse ruído não estava lá na hora, creio que o player pega interferência elétrica. Os arquivos são incrivelmente pequenos, em 1GB de Flash cabem mais de 70 horas de gravação. Outro dia, com 200MB livres, gravei uma hora de uma coletiva da HP, mais uma hora e meia de entrevista com o presidente da AHEAD, e ainda me sobrou espaço pra mais de duas horas de gravação.

Tela: é um LCD CSTN (Color Super-Twist Nematic) de 1.5 polegadas, 128×128 pixels. Trocando em miúdos, um LCD de matriz passiva, pelo jeito 65K cores. Muito brilhante (dá pra usar como lanterna no escuro), mas a fidelidade de cor é meio off, as imagens parecem um pouco lavadas. Colocar o backlight no nível 2 ajuda a corrigir isso (mas não elimina o problema) e diminui o consumo de bateria.

Compatibilidade com Mac: o GRANDE ponto fraco. Basicamente, se você usar um Mac (testei com o Mac OS X 10.4.7) para colocar as músicas nele o player NÃO vai funcionar corretamente. Os sintomas são: impossibilidade de trocar de pastas (ao contrário dos outros players, ele suporta pastas dentro de pastas e mais de 99 arquivos por pasta) e incapacidade de “pausar” uma música (ao despausar ela volta ao começo). Se você atualizar o player apenas pelo Windows, o problema não acontece e tudo funciona como deveria. As vezes o gerenciador de arquivos do player chega ao ponto de ignorar arquivos e pastas criados no Mac. Suspeito de que ele está usando atributos do sistema de arquivos FAT16 de uma forma bastante incomum pra guardar informações sobre as músicas, e o Mac OS X, achando os atributos estranhos, “arruma” as coisas e confunde o player. Mas isso é um palpite.

Acabei desenvolvendo uma série de shell scripts e ações do Automator pra pegar fotos e músicas no iTunes/iPhoto, mastigar num formato adequado para o player e jogar numa pasta compartilhada no notebook (um PC com XP SP 2), de onde copio os arquivos para o player. Assim que eu eliminar uns bugs chatos eu posto os programinhas no ar.

Acho que no final das contas o Foston não é Deus nem o Diabo. Se você quer qualidade e facilidade de integração com o Mac, economize já, compre um nano e seja feliz para sempre (ou pelo menos até a próxima keynote do Jobs). No meu caso eu até pensei em um iPod, mas queria mesmo algo barato, com gravador de voz (essencial em coletivas) e gostoso de “fuçar” (há inúmeros programas para modificar o firmware do Foston). Nesse caso, o Foston me serve perfeitamente, e acho que fiz uma boa compra. O fato dele se parecer com um nano é bônus. 😛

A Foston tem representação no Brasil, assistência técnica (no interior de São Paulo, é preciso despachar o player pelo correio) e no site vendem peças de reposição, como manuais, cabos, baterias e vidros frontais. Isso diminui o risco de “ficar na mão” com um player desses. Só tem que ter cuidado, porque há vários outros clones do nano no mercado que não são da Foston (geralmente eles tem logos da Sony, Apple ou iPod estampados debaixo da tela), e daí assistência e peças não são garantidas.

Atualização (04/10/06 às 20h45): corrigida informação sobre a tela do aparelho.

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