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5 problemas dos hardwares Apple… será?

Recentemente foi publicada mais uma lista de queixas sobre a linha de computadores e equipamentos da Apple. Será apenas mais lenha numa fogueira antiga ou há alguma razão por trás desta lista (que é mais uma para a pilha que já existe por aí)?

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Eu tenho alguns pensamentos polêmicos sobre essas queixas recorrentes. Eles não passam de opiniões pessoais, mas acho que compartilhá-las pode valer a pena para mostrar o ponto de vista dum wannabe ousado e metido (esse sou eu!). Todos os argumentos abaixo mencionados nem tocam no tópico “eles fazem isso porque dá mais lucro”, que eu acho um tanto óbvio e batido: vou me dedicar às outras coisas, menores, mas que eu imagino serem responsáveis por muitas características “negativas” das iThings.

A falta de partes manejáveis pelos usuários (HDDs, memórias, placas de vídeo, aceleradores de partículas…) se justifica com a filosofia que penso haver por trás do Macintosh: ser um computador pronto pro uso e (quase) infalível em suas atribuições. Em outras palavras… Tire a mão daí, seu n00b, que você vai fazer minha máquina perfeita dar pau! está escrito em letras garrafais na couraça de todo Filho da Maçã.

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Vamos e venhamos: nenhum Mac foi feito pra ser mexido (talvez o Mac Pro… talvez). Eles todos foram feitos para serem usados. Por conta disso, eu nem considero um ponto fraco a reclamação recorrente de que “Não há baias de expansão! Não dá pra trocar a tela! Não dá pra mexer nisto! Não dá pra mexer naquilo!”

Quem disse que isso é um defeito? É essa a idéia! Faz parte do mesmo princípio de que o Leopard foi feito para rodar exclusivamente em coisas desenhadas pelo povo de Cupertino, amém. Se houver um desvio muito grande em relação a esta trajetória, com certeza veremos a plataforma Apple virar um RWindows do século XXI. (Momento futurologia: Eu vejo um Open Computer!… eu vejo a tela azul da morte no Leopard!…)

Seguindo a linha de pensamento de que os Macs foram feitos para serem abusados, trocentas portas USB não seriam necessárias. Teclado, mouse, iPod1/iPhone, iPod2 e armazenamento externo/câmera. Já usei todas as portas disponíveis?… Se sim, eu digo: quer mais equipamentos? (simulo a cara-de-pau do homem de preto na apresentação do MacBook Air) Use conexões sem fio. Acredito que o raciocínio por trás disso seja, novamente, o fato de que Macs não foram feitos pensando em usuários que abusam, mas nos que usam. E usuários que apenas usam não têm uma horda de equipamentos USB pra conectar num computador pessoal.

Por fim, a imagem que faço dos produtos da Apple é de que são feitos pensando num usuário com conhecimento médio/baixo de computadores (Genius Bar te diz algo?) e que, justamente por isso, todos os equipamentos têm apenas o mínimo que precisa ser manejado para não darem defeito. Qualquer tentativa de alteração é desencorajada, justamente para fazer valer o It just works das propagandas. Mas faz parte da natureza humana querer mexer e customizar. A meu ver, a Apple murmura “Se você queria bulir nas partes internas, tivesse comprado um PC” sempre que alguém aparece com um mega-power-mod num Mac.

iMac: Não me toque em locais íntimos.

iMac: Não me toque em locais íntimos.

É chato, não poder abrir um iMac e meter seja lá qual for o hardware? É, mas só pra um power user. Poder trocar o HDD de um MacBook Pro é overkill para o usuário médio! Ele não é pequeno. Na minha opinião, um iMac não foi feito pros power users. Foi feito pros newbs. Pra quem não tem o menor tesão em ficar abrindo, desmontando, mexendo e fazendo experiências com os componentes internos só pra poder rodar Crysis no máximo de detalhes a 100fps (coisa que eu duvido os alienígenas que espionam nosso planeta terem conseguido até agora).

Por isso eu me apaixonei por ele, quando o vi. E por isso que eu não pretendo reclamar do fato de não poder mexer nas partes pudendas dele enquanto isso não for um fator impeditivo para eu, usuário médio, poder fazer com que meus aplicativos just work. (Photoshop, Firefox, iWorks/Microsoft Office, qualquer IM, iLife pra quando eu estiver com tempo livre, iTunes… esqueci de algo muito importante?) Ressalto o fato de que mencionei o iMac em meus exemplos porque ele é o computador dos meus sonhos (bonito, eficiente, compacto e quase sem fios), mas acredito que o mesmo é válido para qualquer computador com a bendita maçã brilhante no verso (menos pro Mac Pro). Por um instante eu achei que estava sozinho nesta linha de raciocínio, mas encontrei um artigo interessante que trata justamente da falta que faz na linha Macintosh um computador direcionado ao público prosumer (neologismo de professional consumers). Algo com a experiência de uso de um Mac, mas com a possibilidade de ser mexido e remexido, mas sem custar o preço de uma casa.

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Quanto ao problema de sincronia mencionado na lista que citei no início do post, eu acho que é um tanto o quanto complexo desenvolver um sistema para manter “arquivinhos” (PSD de 20MB, anyone?) sincronizados assim, on the go… Não já dá pra fazer as coisas aparecerem magicamente no desktop só chegando em casa e sincronizando enquanto se toma um suco? Quando a conexão sem fios nas cidades for real e prática (hotspots? Poupe-me: ainda não entendi qual é o grande breakthrough deles, se só existem em microcosmos e são meio erráticos…), acho que o tipo de sincronia desejado pelo autor da lista pode esperar.

Gordinho demais pra ser um celular, eu?!

iPhone & NGage: Gordinho demais pra ser um celular, eu?!

O problema do teclado e do mouse está aninhado bem no meio de uma das virtudes mais louvadas da Apple: design. Quando tive a doce experiência de desvirginar minhas mãos com um iPhone, a primeira coisa que pensei foi “Lindo, lindo, LINDO!… mas, pra um telefone, ele é tão horroroso quanto o NGage. Pelo menos a gente não fala com ele de lado, isto é” e na mesma hora decidi que ia querer um iPod touch prá minha vida. Vamos e venhamos: ele é muito largo, muito grande (Deus abençoe aquela tela!) e a idéia de ficar encostando o vidro dele na minha pele oleosa pra receber o ordens da minha chefe todo dia de manhã não dá nem um tantinho assim de animação… iTouch 4 LIFE.

Esse exemplo ilustra o quanto a praticidade máxima é sacrificada pelo bem do desenho exclusivo e sexy. O Apple Keyboard é lindo, mas não sou touch typist para poder falar da praticidade dele. A única dificuldade que tive ao usar um foi a falta do padrão ABNT. O mouse é mais lindo ainda! Se são ruins de usar, é o preço a se pagar. (Antes que digam qualquer coisa, uso um teclado da Microsoft que é horrível de feio, apesar de doce pros meus dedos, e eu não acho os mouses curvos, cheios de ondulações e detalhes coloridos bonitos: sempre fui fã do minimalismo da Fruit… digo, da Apple. Mas eu nunca usei um Mighty Mouse: I’m guilty as charged. Posso mudar de idéia sobre o sacrifício da praticidade em nome da beleza, depois de passar um bom tempo com um.)

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Enfim, a meu ver, essas queixas são, essencialmente, coisas que ficam fora do escopo. Não são defeitos dos produtos da Apple, mas características deles. Ou a gente aprende a lidar com elas, ou deixa os produtos da Maçã pra lá. Tudo bem que as queixas podem ajudar os caras do Infinite Loop a ter idéias melhores e oferecer adições bem-vindas todo dia, mas eu acho que certas coisas (iMac com baias de expansão?…) não vão mudar nunca, pois fazem parte da essência de certos produtos.

And that, as they say, is that.

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