Minha viagem a San Francisco não seria completa se eu não aproveitasse pra comprar uma coisinha aqui e ali. Foi o caso do Logitech MX Revolution, que chega para substituir o meu Microsoft Wireless IntelliMouse Explorer 2.0, usado diária e intensamente por mim desde meados de 2006.
Trata-se de um dos mais recentes modelos de mouses (ou melhor, mice) da Logitech, designado como “o mais avançado do mundo”. A brincadeira não foi barata — US$100 —, mas quando ele chegar ao Brasil, com certeza o equivalente será bem diferente disto.
O MX Revolution é bastante ergonômico, mas, assim como alguns outros recentes modelos de mouses avançados como ele, só serve para destros — ele não é simétrico. Uma das coisas que eu mais senti diferença, nos primeiros minutos de uso, foi o seu peso; como o meu Wireless IntelliMouse funciona com duas pilhas AA, estava acostumado a trabalhar fazendo muito mais esforço.
Eu não posso me queixar da autonomia do Wireless IntelliMouse: nesses quase 2 anos de uso, sempre utilizei pilhas AA convencionais e, se muito, devo tê-las trocado 10 vezes. Mesmo assim, é muito melhor contar com uma bateria interna recarregável, como é o caso do MX Revolution. Ele acompanha uma base onde você encaixa o mouse e, através de indicadores LED, pode conferir o nível da carga.
É difícil, de início, comentar alguma coisa sobre sua a autonomia, mas se a estimativa do software que o acompanha estiver correta, mesmo tendo o utilizado bastante desde ontem, ainda estou em 95% e ele prevê mais 14,6 dias de vida. Ainda assim, tal como qualquer outra bateria atual, não é preciso esperá-la drenar para recarregar o mouse: sempre que quiser, o usuário pode espetá-lo na base, garantindo que o nível da bateria esteja sempre alto.
Ao contrário do Wireless IntelliMouse, o MX Revolution contém uma chave liga/desliga na sua parte inferior, o que, para mim, é muito feliz. Se eu tive uma boa experiência de autonomia da bateria do mouse da Microsoft, imagine o quanto melhor seria se ele não ficasse a consumindo em demasiado enquanto fica jogado na minha mochila. Para desligá-lo, só tirando as pilhas, o que é um tanto chato.
Um CD de instalação, compatível tanto com o Windows quanto com o Mac OS X, acompanha o Logitech MX Revolution: é o Logitech Control Center que, no sistema da Apple, fica dentro do System Preferences (Preferências do Sistema).
Alucinado que sou por atualizações, nem bem inseri o CD no meu MacBook Pro, fui checar se havia uma versão mais nova, direto pelo site da empresa. Dito e feito: ele veio com a 2.4, então baixei e instalei a 2.6.
Uma primeira e simples aba “General” permite que o usuário controle a velocidade do movimento do cursor, de forma proporcional à configurada no painel de preferências do mouse, no próprio Mac OS X — isto é, você define se quer que ele mantenha a mesma configuração, se quer 2 ou 4 vezes mais rápido ou 1/2 ou 1/4 da velocidade original. Logo abaixo, há o indicador de nível da bateria.
A aba “Buttons” é onde a brincadeira começa. Além dos botões esquerdo e direito tradicionais, o MX Revolution conta com uma scroll wheel super avançada (com rolagem horizontal), um botão de busca, dois botões avançar/retroceder e uma outra roda para funções especiais, com possibilidade de configuração para frente, para trás e quando pressionada.
A scroll wheel talvez seja a parte mais complexa do MX Revolution. Ela possui três modos de utilização:
- Click-to-Click: é o que eu estava acostumado com o Wireless IntelliMouse. Trata-se da rolagem padrão, na qual você sente os “cliques” da rolagem, na medida em que gira a rodinha.
- Free Spin: a rodinha fica totalmente solta para rolagem.
- Cruise: clicando na rodinha, você pode simplesmente arrastar o mouse para cima ou para baixo para fazer a rolagem. Quando mais distante do ponto onde clicou, mais rápida ela fica.
O mais bacana é que tudo isso é extremamente personalizável, pelo Logitech Control Center. Você pode optar por utilizar qualquer um dos modos ou, por exemplo, manter no Click-to-Click e, quando a rolagem estiver em velocidade x, pedir para que ele alterne para Free Spin. Sim, não sei se você entendeu, mas a mudança no mecanismo é feita em tempo real, via software, para o hardware do mouse.
O botão de busca, eu setei para que funcione com o Google, mas você pode optar pelo Spotlight, por exemplo. Para utilizá-lo, basta selecionar uma palavra e pressioná-lo: no meu caso, uma nova aba é aberta no navegador, já com o Google apontando para os resultados de busca da mesma.
Os botões de avançar/retroceder vieram, originalmente, configurados para executarem atalhos de teclado: Command + Seta Direita e Command + Seta Esquerda, respectivamente, que serviam para avançar e retroceder páginas, no navegador. Eu, todavia, optei por Command + Tab e Command + Shift + Tab, que avança e retrocede as abas abertas no Firefox. Para mim, é bem mais útil.
A rodinha lateral eu setei para que, quando empurrada para frente, ative o Exposé de todas as janelas; para trás, ative o Exposé de todas as janelas do aplicativo ativo; e, quando clicada, ative o Exposé para mostrar o Desktop. Para acessar o Dashboard, basta que eu pressione a roda de rolagem principal.
Como você pode ter imaginado, o Logitech MX Revolution conta com um mecanismo de leitura de movimentos a laser, o que faz com que ele funcione em praticamente qualquer superfície. A comunicação com o computador é feita via 2.4GHz Digital Cordless: ele acompanha um pequeno stick USB para tal, do tamanho dos menores pendrives disponíveis no mercado, super leve. Bem melhor que a base enorme de comunicação que eu tinha que carregar comigo, no caso do Wireless IntelliMouse.
Em pouco mais de 24 horas de uso, estou super feliz com a minha compra, sem falar que o mouse, sinceramente, é bonito pra caramba. Nessa seara, a Logitech está de parabéns.
E aqui termina minha viagem aos Estados Unidos. É meia-noite por aqui: vou dormir, pois, daqui a 6 horas, acordo para ir ao aeroporto. Até mais, pessoal!