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Desenvolvedores não querem saber de nada além do iPhone e da App Store

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A AdMob realizou nesta sexta-feira um evento no Vale do Silício para apresentar oficialmente e discutir o novo Download Exchange. Comentários sobre o serviço à parte, o tópico mais quente da ocasião foi “a cegueira dos desenvolvedores e sua devoção ao iPhone”, no sentido de muitos estarem ignorando mercados potenciais gigantes em outras plataformas, como a Ovi Store, da Nokia — que tem uma projeção de atingir 400 milhões de handsets compatíveis até o final de 2010.

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Foto: Ewan MacLeod (via Flickr)
Foto: Ewan MacLeod (via Flickr)

Resumindo a situação: os desenvolvedores realmente não estão nem aí para outras plataformas, e as ignoram conscientemente. Primeiro, veja os aspectos que foram discutidos com quatro convidados da AdMob: Ben Lewis, fundador da TapJoy; Jonathan Zweig, CEO da Jirbo; Mike Kerns, CEO da Citizen Sports; e Alan Wells, da Zynga. De todos, apenas Alan afirmou que “considera” a hipótese de criar produtos para a Ovi Store, porque:

  • A maioria dos desenvolvedores de iPhone são independentes ou, no máximo, já se expandiram para pequenas empresas de no máximo três empregados. Não dá, ainda, pra se abrir o escopo para mais de uma plataforma — por falta de tempo e investimento necessário.
  • Levando em consideração os serviços oferecidos pela AdMob, a base instalada de aparelhos da Apple pode ser relativamente pequena — 30 milhões, contando iPhones e iPods touch —, mas os números de market share não negam: nos Estados Unidos, ele já domina metade de todo o mercado.
  • A “população” de handsets de fabricantes como a Nokia é muito dispersa/fragmentada. O caminho para o dinheiro é obscuro, não há algo centralizado, controlado e bem organizado como a App Store. A Ovi Store ainda não é “fácil” de se lidar com.
  • O kit de desenvolvimento de softwares (iPhone SDK) criado pela Apple ainda não foi batido — quem sabe o Mojo SDK, da Palm, seja finalmente uma resposta do mesmo nível. Os caras de Cupertino facilitaram tanto o processo de criação de apps que se tornou divertido programar para a plataforma, segundo relatam muitos participantes do iPhone Developer Program.

Mike Rowehl hoje desenvolve para o iPhone, mas já trabalhou por anos criando soluções para o Symbian. Em um post de ontem, ele mostra a sua indignação com o mercado de mobile, que estava totalmente estagnado até a chegada do smartphone da Apple, sem incentivos para desenvolvedores (incluindo o apoio de fabricantes de celulares e das próprias operadoras), ausência de navegadores portáteis de verdade, ferramentas de desenvolvimento mais práticas e um sistema de navegação e pagamento de programas e jogos simples e sem dores de cabeça.

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“Será que a Nokia Store desafiará a Apple? Ou a Microsoft o fará? Ou a RIM? Sabe de uma, amigos, vocês tiverem a sua chance”, afirma Mike. “Se quiserem me impressionar, se quiserem que eu volte a desenvolver para suas plataformas, ponham as suas casas em ordem. Quando as coisas mudarem, quando suas lojas estiverem desenvolvidas, lançadas e se tornarem canais comerciais comprovadamente bons para usuários finais — aí nós conversaremos de novo. Até lá, todos continuaremos rindo de vocês e desenvolvendo para o iPhone.”

De acordo com Ewan MacLeod, que escreveu um outro artigo sobre o tema, essa visão fechada no iPhone não durará pra sempre. “Se a Ovi, BlackBerry e Windows Mobile cumprirem suas promessas, tenho certeza de que a maioria lhes dará a atenção necessária. Mas agora é iPhone, iPhone, iPhone e eu não os culpo.”

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