O infame episódio das previsões financeiras de 2018, no qual a Apple estimou uma receita maior do que teria condições de obter para o trimestre fiscal seguinte, continua gerando consequências para a empresa mais de três anos após o ocorrido — o que mostra, para usarmos um termo um pouco mais escrachado, a grande barrigada cometida pela Maçã à época.
Desta vez, a empresa terá de enfrentar uma ação coletiva movida por acionistas. O processo será liderado pelo Conselho do Condado de Norfolk, no Reino Unido, e mais acionistas de outras partes do mundo poderão se juntar à ação para receber o pagamento de danos caso saiam vitoriosos do embate judicial.
O processo foi movido originalmente em 2019 pelo Sistema de Aposentadoria dos Funcionários da Cidade de Roseville, em Michigan (Estados Unidos). Na versão consolidada, o Conselho de Norfolk lidera a ação coletiva — o condado tem um fundo de pensão que inclui ações da Apple, e afirma que, após os eventos de 2018/19 que causaram uma queda de 8% na $AAPL
, perdeu cerca de US$1 milhão por conta das previsões supostamente enganosas da empresa.
Segundo os autores da ação, a Apple — especialmente o CEO1Chief executive officer, ou diretor executivo. Tim Cook e o diretor financeiro Luca Maestri, citados nominalmente no processo — sabia dos seus problemas com as vendas de iPhones à época e divulgou previsões acima de uma margem realista. Além disso, a empresa teria agido tarde demais na revisão das previsões, o que causou a queda brusca no valor das suas ações.
De acordo com o Telegraph, a juíza Yvonne Gonzalez Rogers concordou com os reclamantes, classificando os argumentos da Apple como “distorções” e efetivando seu status como ação coletiva. Com a entrada de outros acionistas na jogada, o possível pagamento de danos poderá ficar progressivamente maior — caso a Maçã saia derrotada do processo, isto é.
via AppleInsider
Notas de rodapé
- 1Chief executive officer, ou diretor executivo.