Recentemente, as relações comerciais entre os Estados Unidos e a China têm se desenrolado numa montanha-russa de acontecimentos, arrastando diversos países e companhias — como a Apple — para dentro desse funil.
Inicialmente, o governo americano anunciou um programa de combate aos produtos “feitos na China” (“Made in China”) dentro dos EUA; por conseguinte, em março passado, o governo Trump impôs tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, atingindo diversos países — incluindo, é claro, a China.
Além dela, o Brasil também foi alvo da medida, porém foi retirado temporariamente da lista juntamente aos países da União Europeia, o México e o Canadá. Desde então, as medidas focaram no governo e na indústria chinesa. A retaliação do país oriental veio logo depois com a ameaça de cobrar taxas sobre diversos produtos americanos.
Nesse ínterim, a Apple — empresa americana com maior expressividade dentro da China — tenta apaziguar os ânimos e controlar as discussões entre as duas potências mundiais. Durante visita à Casa Branca em maio passado, Tim Cook alertou Donald Trump que uma possível guerra comercial com a China poderia ameaçar a posição da gigante de Cupertino no território chinês, conforme relatou o jornal The New York Times.
Ainda de acordo com o jornal, durante uma cúpula em Pequim, em março passado, o CEO da Maçã pediu que “cabeças mais calmas” prevalecessem entre os dois países mais poderosos do mundo. As tentativas de esfriar a relação agitada entre os dois países fez com que o New York Times apelidasse Cook de “diplomata da indústria de tecnologia”.
Não obstante, a preocupação de Cook é extremamente válida. A Apple possui 41 lojas físicas no território chinês, vendendo milhões de iPhones e outros dispositivos no país — no primeiro trimestre do ano, a expressividade da Maçã cresceu 22% no mercado chinês. Ademais, várias empresas chinesas constituem a cadeia de fornecedores da Apple e perder qualquer uma dessas parcerias poderia ser desastroso para a companhia.
Mesmo que o governo de Trump já tenha informado que não irá impor tarifas em iPhones montados na China, a Apple se preocupa com “a máquina burocrática chinesa” e possíveis retaliações. Entre elas, o governo chinês poderia causar atrasos na sua cadeia de fornecedores e retardar a produção/venda dos dispositivos na China alegando “preocupação com a segurança nacional”.
Além das várias visitas e participações de Cook em eventos na China, a Apple já investiu e trabalha em outros sentidos para provar que a presença da companhia por lá é importante. No início do ano passado, a Apple construiu dois centros de pesquisa e desenvolvimento, investindo mais de R$1,57 bilhão e empregando milhares de chineses.
Também no ano passado, a Apple anunciou a construção do primeiro data center na província de Guizhou, que deverá ficar pronto em 2020. Além disso, a Reuters informou que a companhia já estaria planejando um segundo local para gerenciar seus serviços online na China, dessa vez na cidade de Ulanqab.
via 9to5Mac