O iPad é um gadget que as crianças realmente adoram — e já vimos isso uma porção de vezes [1, 2, 3]. Só que uma pergunta atormenta muitos pais e educadores: pôr um gadget desses nas mãos dos nossos pequenos é seguro? Não estaríamos cometendo um erro, fornecendo um aparelho desses para crianças tão pequenas?
Mike Elgan, do Cult of Mac, não sabe a resposta ao certo, mas ele acredita que mal maior do que a TV, o iPad não deve fazer — e eu concordo.
Boa parte das pessoas que temem pelos efeitos negativos que a tecnologia pode exercer sobre seus filhos não reflete sobre o quanto a programação televisiva é deletéria: até mesmo os canais direcionados a crianças são carregados de comerciais nocivos (doces, comida supercalórica, consumismo exacerbado, etc.). Mesmo quando os pequenos ficam assistindo a um filme ou programa educativo em DVD, a atividade é passiva demais, por melhores que sejam as intenções de quem os produziu. Normalmente, a criança senta e assiste, meramente absorvendo o conteúdo.
Um iPad, por outro lado, pode fazer o que TV nenhuma consegue atualmente: apps podem servir para estimular as habilidades de uma criança, desafiando-a e incentivando-a a interagir. Além de simplesmente ver uma letra e ouvir seu som, uma criança em fase de alfabetização pode escrevê-la na tela e receber um feedback do app. Nem o melhor programa televisivo, nem o DVD educativo mais bem produzido do mundo conseguiriam oferecer isso.
Além do mais, o iOS permite que os pais tenham um controle muito maior sobre o que seus filhos poderão acessar: não apenas o sistema operacional oferece controles parentais, a App Store tem um sistema de classificação etária que ajuda a proteger a infância (mas não os brasileiros). Por outro lado, assim como não convém deixar uma criança pequena com acesso à senha da iTunes Store — quem não aprendeu a lição com o “Smurfogate”?
Aliás, quem aqui já viu Mãos Talentosas: A História de Ben Carson? Veja hoje, com sua mãe: ele é uma lição de vida sobre o quanto menos televisão faz bem para uma criança. 😉
[dica do Marcos Beesi]