O que você prefere, market share ou lucros? É melhor seus produtos estarem nos bolsos do maior número possível de pessoas, ou o conteúdo dos bolsos delas estar na sua conta bancária? Muitos analistas reiteradamente apregoam o quanto a Apple se tornará irrelevante no mercado de telefones, apenas pelo fato de ela não vender tantos iPhones quanto todas as demais empresas do ramo vendem Androids — ou pior, celulares comuns.
Horace Dediu, do asymco, vê o mercado de outra forma e procura expor seu ponto de vista em gráficos elucidativos e de fácil compreensão. Veja o retângulo abaixo, por exemplo:
Ele representa volume: cada empresa tem uma porção do gráfico correspondente ao market share de seus celulares, sejam eles smartphones ou não. Neste aspecto, Nokia e Samsung são definitivamente as campeãs. Contudo, há um porém: a cor de cada seção representa a rentabilidade das companhias (quanto mais amarelo/laranja, mais lucro; quanto mais azul, mais prejuízo).
Não deu pra perceber direitinho quem está em vantagem quanto a lucros? Não tema, pois Dediu fez um gráfico que representa isso com a área das caixas:
Isso redefine o significado de “concentração de renda”. O gigantesco retângulo laranja à esquerda representa os lucros que ficaram com a Apple. Das demais empresas analisadas, algumas nem aparecem (pois tiveram prejuízos) e as gigantes Nokia e Samsung ficam recolhidas num cantinho.
Mas tem mais: se você notar, Dediu agrupou as fabricantes de celulares em dois grandes grupos, as que se focam em smartphones (HTC, RIM e Apple) e as diversificadas. Assim como notamos na semana passada, é interessante destacar como o atual mercado de telefonia celular tende a favorecer quem se foca nesse segmento. Das empresas diversificadas, apenas as duas com market share extravagantemente maior é que conseguem ter algum lucro.
Macacos me mordam, se isso não for um sinal de que os celulares comuns estão com os dias contados: é quase como se eles fossem uma fonte de azar para quem os fabrica. Dediu prevê que daqui a 3–5 anos eles deverão sumir completamente dos portfólios de empresas de renome, ficando restritos a marcas menores, a maioria sediada na Ásia. Daí, não vai mais fazer sentido usar a palavra “smartphone”.