Uma coisa ficou meio estranha, no anúncio do iCloud ontem. Tudo bem, o serviço é gratuito, simples, fácil de usar e facilita a integração de apps, ebooks, documentos, contatos, calendários, fotos, emails, backups e músicas. Mas essa última parte ficou meio esquisita: não era para as músicas serem ouvidas via streaming? Pelo menos era isso o que os rumores diziam!
O Technology Review levantou duas hipóteses bastante plausíveis para explicar o foco da faceta musical do iCloud em downloads, em vez de streaming: 1. as gravadoras podem não ter concordado com o modelo, ou 2. streaming de músicas na iTunes Store poderia ocasionar o apocalipse em telecoms do mundo inteiro.
Lembra o lançamento do iPhone? Pois bem, ele não tinha apps, ele não tinha 3G, ele não tinha um monte de coisas… e foi o bastante para fazer a AT&T expiar todos os pecados dela ao longo de três longos e árduos anos. Imagine agora usuários dessa operadora, da Verizon Wireless e de muitas outras ao redor do mundo ouvindo constantemente músicas e mais músicas em conexões 3G. Detalhe: normalmente as pessoas ouvem música o tempo todo, enquanto fazem outras tarefas ou estão em deslocamento. Isso não ia acabar bem.
Pior seria para os consumidores, que estão ficando cada vez mais desprovidos de planos de dados ilimitados. Ouvir uma hora de música por dia via streaming pode resultar em um consumo de mais de 1GB no fim de um mês! Isso é o bastante para quebrar qualquer um. Imagine no Brasil, que maravilha seria exceder uma franquia mensal de megabytes (sim, “mega”). 😛
Aliás, esse pode ser o grande empecilho para que todo mundo consiga viver com a cabeça nas nuvens: enquanto não houver uma forma de nos conectarmos à internet de forma rápida, barata e confiável, vai ser complicado confiar em serviços como o Photo Stream (5 megapixels, oi?) sem haver uma rede Wi-Fi amiga por perto.
[via MacRumors]