O melhor pedaço da Maçã.

Momento Cultural: entendendo como funciona o monopsônio da Apple

Porquinho com a marca da Apple

Do fim de semana para cá, discussões interessantes envolvendo a Apple (ou, mais especificamente, a pilha de dinheiro dela) vêm girando em torno de um fenômeno econômico curioso: o monopsônio. Hora de ir à Wikipédia (ou ao dicionário) e ver o que diabos isso significa… mas vou dar uma colher de chá: sabe o que é um monopólio? É quando só há um vendedor para um produto. O monopsônio é o contrário disso — quando só há um comprador para um produto.

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Porquinho com a marca da Apple

Muito bem. No episódio desta semana do excelentíssimo podcast Critical Path (iTunes; sério: ouça isso, se você dominar o idioma inglês, pois é com ninguém menos que Horace Dediu, de quem sou fã assumido) e em uma resposta anônima publicada no Quora na sexta-feira passada, foram apresentados, respectivamente, um destino para o dinheiro da Apple e o porquê de esse destino ser tão provável.

Com o que uma empresa torraria mais de US$70 bilhões? Com aquilo em que ela mais precisa melhorar. E no que a Apple precisa melhorar desesperadamente? Design. … Heheh, tô trollando. 😛 Na cadeia de produção, pois o limite das vendas de iPads e iPhones ainda é a oferta, e não a demanda. Ou seja, todo o dinheiro que a Maçã guarda no colchão pode ser muitíssimo bem aplicado na hora de assegurar contratos de fornecimento e fabricação de gadgets. É aí onde entra o monopsônio.

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Os produtos da Apple parecem vindos diretamente do futuro, certo? Isso tem um bom motivo: eles vêm, de fato, do futuro. Acontece que, quando uma tecnologia está nascendo (um “vetor se propagando no espaço”, como Jobs diria), a Maçã pode financiar a construção de linhas de montagem e viabilizar o início da produção em massa de um dado componente, seja uma tela capacitiva de alta qualidade, carcaças unibody de alumínio ou SSDs em forma de lâmina. A empresa parceira só precisa concordar com uma condição: vender toda a sua produção para a Apple, durante algum tempo. Depois, quando outros compradores aparecerem, a gigante de Cupertino ainda pode manter acordos de escala para comprar com desconto.

É uma relação em que todo mundo sai ganhando: a fabricante do componente consegue financiamento para as linhas de produção e garante a venda de tudo antes mesmo de começar; a Apple consegue componentes e tecnologias exclusivos para seus produtos se diferenciarem; os concorrentes (por incrível que soe) também acabam lucrando, pois só graças a esse esquema certas tecnologias conseguem chegar a economias de escala tais que se tornem baratas.

Por consequência lógica, não é nem tanto que os produtos da Apple sejam premium; o adicional que você paga por eles é apenas a taxa para trazê-los de cinco anos à frente. Basta parar e pensar quantos anos se passaram até os smartphones terem telas capacitivas decentes e os notebooks comuns terem trackpads usáveis para perceber isso.

[via Fortune Tech]

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