Num enredo com mais reviravoltas que uma boa novela mexicana, os emails enviados por Jason Burford e supostamente respondidos pelo CEO da Apple voltaram ao centro do palco com uma declaração do Boy Genius Report ratificando a veracidade da comunicação.
Por que tanto auê em cima disso? Por algumas coisas, eu diria:
- O último email da conversação, com a polêmica frase “É apenas um telefone”, inicial e erroneamente foi atribuída a Steve Jobs. Esse era o grande furo jornalístico que fez dúzias de blogs comentarem a declaração (inclusive este que vos escreve). Tal erro foi corrigido apenas horas depois, e o BGR reconhece este ter sido um “imenso erro”.
- O AppleInsider noticiou, pouco depois de o artigo original ter ido ao ar, que o BGR teria comprado a publicação dos tais emails — e, de fato, ele reconheceu ter pago uma “quantia nominal” de “algumas centenas de dólares” pelas mensagens.
- Após entrar em contato com o pessoal de relações públicas da Apple, tanto o Fortune Tech quanto o Engadget disseram ter recebido negativas veementes de que toda a conversação publicada era falsa.
- Com o novo artigo, o BGR está basicamente dizendo que o PR da Apple mentiu solenemente para dois veículos de comunicação. Aqui, vale ressaltar, temos um caso de “Adão e Eva”: a maçã não importava nada, o que lascou foi a desobediência. O valor da “mentira” é irrisório (mesmo porque os emails são completamente meh, depois que a frase “É só um telefone” foi atribuída a Burford); o simples fato de a Apple ter mentido é bastante grave per se.
Que fim esse vai-e-vem terá? Deus sabe, mas amanhã é dia de expediente normal em Cupertino, e deveremos ver mais uma resposta oficial — isso se uma não sair antes. Em todo caso, eu apostaria no seguinte: “Houve uma confusão, pois na verdade queríamos negar a veracidade apenas do último email da sequência.” É isso, ou o pessoal do BGR realmente não soube checar os cabeçalhos das mensagens, e olha que eles fizeram tudo o que podiam, chamando especialistas e até acessando a própria conta Gmail do Burford (com o consentimento dele, claro).