Estamos vivendo um momento ímpar na história da computação pessoal, algo equivalente à transição dos mainframes gigantes para os PCs de mesa. Os desktops já viraram laptops, mas agora estamos diante de computadores menores ainda, que podemos carregar para cima e para baixo, dentro de bolsos ou bolsas: smartphones e tablets, alguns mais poderosos que os computadores de dez anos atrás.
Como a indústria tem reagido? Até agora, apenas uma empresa “seguiu a luz”: a Apple Computers Inc. Prova disso são os gráficos abaixo, criações de Horace Dediu, do asymco:
Em termos de unidades vendidas, não apenas os produtos mobile simplesmente esmagam os computadores, como os notebooks se tornaram maioria em relação a desktops. Isso é uma prova clara de que o futuro da computação está embalado para viagem.
Em termos de dinheiro que entra na companhia, então, aí a coisa fica evidente: 80% dos lucros da Apple vêm do iOS, enquanto menos de 20% são provenientes do OS X. Em outras palavras, a Maçã é 80% mobile e 20% computação tradicional. Compare isso com Microsofts, HPs e Dells da vida. O pior é que nem mesmo as empresas que vivem de aparelhos móveis estão conseguindo se igualar à Apple em termos de lucros…
O resultado é que, quando olhamos para a gigante de Cupertino, não devemos procurar por modelos ultrapassados, mas sim tentar entender que ela indica o futuro da indústria de computação pessoal. Nós hoje não conseguimos entender como era possível um computador com a potência de uma calculadora científica ocupar um galpão inteiro, mas no futuro nossos netos não vão conseguir conceber como conseguíamos passar tanto tempo trabalhando presos a mesas.