Quando a Apple enviou o convite para o seu último evento especial, muitos começaram a discutir a possibilidade de o iPad de terceira geração vir sem o tradicional botão Home frontal. Nossas apostas, principalmente com base em cases vazadas semanas antes do lançamento, eram de que a ausência do botão no convite era algo meramente ilustrativo — e estávamos certos.
Mas isso não quer dizer que a Apple nunca irá a abandonar o design atual nos seus iGadgets. Para a firma de Cupertino, menos é sempre mais: se ela puder retirar componentes de seus produtos sem prejudicar a experiência dos usuários, ela fará isso.
Há uma semana, o repórter Nick Bilton, do New York Times, contou que passou alguns vários dias usando seu iPad sem tocar no botão Home para verificar o que acontecia. Ele colou até uma fita preta por cima do botão, para não apertá-lo acidentalmente.
Curiosamente, mesmo sem nenhuma alteração na versão atual do iOS, Bilton conseguiu usar o seu iPad sem problemas — e até gostou da experiência. Isso porque o sistema já oferece de fato diversos gestos multi-touch que fazem o mesmo que o botão Home, como a pinça (pinch) com cinco dedos para retornar à tela inicial ou deslizar a mão lateralmente para alternar entre apps.
O problema é que tudo isso funciona muito bem no iPad, que é praticamente sempre usado com duas mãos. No caso do iPhone — principalmente enquanto ele continuar com uma tela de 3,5 polegadas —, a Apple conseguiu desenhá-lo de forma que é bem simples fazer tudo com uma mão só. A questão é que, aí sim, não dá pra ficar realizando esses gestos especiais como no iPad.
Além disso, a experiência de Bilton se baseou no uso diário do aparelho. Há uma série de funções que atualmente só podem mesmo ser realizadas com o uso do botão físico. O 52 Tiger listou algumas delas:
- Tirar fotos da tela (screenshots);
- Dar um reset geral no aparelho;
- Finalizar a edição/reordenação de ícones na Home Screen;
- Controlar a reprodução de músicas com a tela desligada;
- Colocar os iGadgets em modo DFU.
Uma possibilidade futura, mais elegante visualmente, seria tornar a moldura do iPad sensível ao toque. Com o uso do acelerômetro, quem sabe a parte inferior fosse a que sempre ficaria ativada para uso como botão Home, mas às vezes um botão físico faz mesmo mais sentido que um capacitivo — afinal, o software teria que ser muito inteligente para saber exatamente quando que um toque qualquer foi de fato acidental ou não.
Comparar o iPod touch com o iPod classic é um claro exemplo disso: prefiro muito mais usar o meu iPod classic no carro, pois consigo controlá-lo sem olhar para ele, bastando posicionar minha mão sobre a Click Wheel e encontrar as funções que desejo — pausar, avançar música, aumentar o volume, etc. A tela capacitiva do iPod touch oferece inúmeros benefícios, sem dúvida nenhuma, mas a ausência de feedback tátil é uma clara desvantagem.
E vocês, o que acham? Seria uma boa abandonar o botão Home ou não?