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Appreendedor: um grande aliado chamado “hábito”

Pinky e o Cérebro

Na semana passada falamos da importância de definirmos um porquê para o nosso projeto — consequentemente atraindo pessoas que estão dispostas a fazerem negócios com mais facilidade pois acreditam e compartilham dos mesmos valores e causas. Entretanto, precisamos pensar e elaborar técnicas para reter esses usuários, algo que crie um vínculo e uma certa dependência.

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Quando criança, assistia a episódios de uma série de desenho animado chamada “Pinky e o Cérebro”; a saga conta a história de dois ratinhos brancos de laboratório que fazem planos para conquistarem o mundo. Comandado por Cérebro, sempre após um plano fracassado Pinky pergunta: “Cérebro, o que faremos amanhã à noite?”, e o Cérebro responde: “A mesma coisa que fazemos todas as noites, Pinky… tentar conquistar o mundo!” Não diferente aqui estamos, tentando conquistar o mundo dos apps. Mas o que podemos aprender com esses ratinhos audaciosos?

Pinky e o Cérebro

No início dos anos 1990, pesquisadores do Departamento de Ciências Cerebrais e Cognitivas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) começaram a fazer diversas pesquisas com o objetivo de esclarecer processos complexos que acontecem dentro de nossas cabeças sempre que fazemos algo tão mundano como escovar os dentes ou tirar o carro da garagem em marcha à ré. Nestes experimentos foram utilizados ratos que respondiam a ações em busca de benefícios enquanto tinham suas atividades cerebrais monitoradas. Após semanas de estudo, os pesquisadores descobriram que as atividades cerebrais diminuíam e os ratos estavam menos suscetíveis a erros. Era como se eles tivessem aprendido, criado uma rotina automática — um hábito.

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Os hábitos, dizem os cientistas, surgem porque o cérebro está o tempo todo procurando maneiras de poupar esforço. Um cérebro eficiente também nos permite parar de pensar constantemente em comportamentos básicos, tais como andar, escovar os dentes ou algo mais complexo que é tirar o carro da garagem em marcha à ré. Para lidar com diversas variáveis e incertezas, o cérebro busca por um bloco de comportamento que lhe forneça uma pista de qual hábito usar. Este processo dentro dos nossos cérebros é um loop de três estágios. Primeiro há uma deixa, um estímulo que manda o cérebro entrar em modo automático, e indica qual hábito ele deve usar. Depois há a rotina, que pode ser física, mental ou emocional. Finalmente há uma recompensa, que ajuda seu cérebro a saber se vale a pena memorizar esse loop específico para o futuro. Ao longo do tempo, o loop — deixa, rotina, recompensa — se torna cada vez mais automático. A deixa e a recompensa vão se entrelaçando até que surja um poderoso senso de antecipação e desejo chamado “hábito”. Se não fosse isso, nosso cérebro entraria em pane sobrecarregado com minúsculas tomadas de decisão a cada milésimo de segundo da nossa vida.

Que tal usarmos o conhecimento aprendido com os ratinhos e criarmos hábitos baseados em deixa, rotina e recompensa para os usuários dos nossos apps? Experimentos mostram que quase todas as deixas habituais se encaixam em uma entre cinco categorias:

  • Lugar;
  • Hora;
  • Estado emocional;
  • Outras pessoas;
  • Ação imediatamente anterior.

Sabendo disso, podemos gerar circunstancias — “deixas” —, como por exemplo um aviso sonoro sempre em determinado horário ou lugar, para que os nossos usuários sigam rotinas em busca de suas recompensas. Estas podem ser benefícios que trarão sentimentos de prazer de acordo com a proposta do seu app e interesse do grupo de usuários. Se identificado e aplicado corretamente, os hábitos quando criados condicionam o seu usuário a uma dependência inconsciente.

Livro - O Poder do HábitoA dica desta semana é a leitura do livro “O Poder do Hábito”, escrito por Charles Duhigg — um livro excepcional que nos apresenta diversos estudos e pesquisas sobre hábitos e casos aplicados no nosso dia-a-dia por grandes empresas e agências de publicidade. Particularmente eu achei incrível a história da pasta de dente, vale a pena conferir.

Como exercício, que tal uma discussão nos comentários deste artigo sobre o jogo Candy Crush Saga? Será que existem técnicas de hábitos criadas para prender a atenção do usuário? Quais são elas?

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