O melhor pedaço da Maçã.

BBC investiga as condições de trabalho de parceiras da Apple e tira a empresa do sério

Mina em Bangka, na Indonésia

Não é novidade para ninguém que as condições de trabalho na China estão longe de serem as melhores. Vira e mexe algum veículo consegue uma entrevista com algum empregado de fábricas chinesas e informações reveladoras são publicadas para que o mundo inteiro veja o que acontece por lá.

Publicidade

Olhe pro lado e pegue o primeiro produto que você ver. As chances de ele ser “Made in China” são gigantescas. O “mundo” é produzido lá, e isso não é por acaso. Para ter essa vantagem competitiva, as fábricas chinesas funcionam quase que num regime de escravidão. Tudo indica que empresas estão mesmo dispostas a mudar isso, oferecendo condições melhores para esses trabalhadores, e, sem dúvida nenhuma, a Apple é uma das que mais faz alguma coisa nesse sentido.

Ainda assim, pode ser pouco. Ao menos de acordo com esta reportagem da BBC.

YouTube video

Publicidade

Jornalistas disfarçados de trabalhadores entraram na Pegatron (parceira da Apple na produção de iProducts) e mostraram coisas que já não são mais novidade: horas extras obrigatórias e totalmente em desacordo com o código de conduta da Apple (de tanto trabalhar, as pessoas dormem na linha de produção), empregadores retendo as carteiras de identidade de trabalhadores (para que eles não “fujam”), dormitórios lotados (por exemplo, 12 pessoas dividindo um quarto pequeno), entre outras coisas.

A Pegatron — que não fabrica/monta produtos só para a Apple, vale sempre lembrar — disse que investigará as acusações da BBC e que tomará todas as medidas necessárias caso deficiências forem encontradas em suas instalações. Já a Apple disse que está fazendo muitos mais do que outras companhias para garantir condições de trabalho justas e seguras, e que trabalha diretamente com seus fornecedores para resolver essas deficiências e ver melhorias contínuas/significativas — ainda que todos estejam conscientes de que esse tipo de trabalho nunca termina.

Mina em Bangka, na Indonésia

Mina em Bangka, na Indonésia, via Shutterstock.

Publicidade

A BBC também foi à Bangka, uma ilha da Indonésia, onde uma investigação encontrou evidências de que estanho (em inglês, tin) ilegal poderia estar entrando na cadeia de suprimentos da empresa. Tal elemento químico seria coletado por uma gangue local e vendido para uma empresa que repassa o produto para a Apple. De acordo com a investigação, cerca de 70% do estanho exportado vêm de minas de pequena escala como essa, onde um menor de 12 anos estava trabalhando.

Nesse caso, a Apple disse que se trata de uma situação complexa em Bangka, com dezenas de milhares de mineradores que vendem estanho através de muitos intermediários. A empresa afirmou que o mais simples seria recusar unilateralmente qualquer estanho dessas minas (uma atitude fácil e que certamente protegeria a empresa de críticas). Contudo, ainda de acordo com ela, esse também seria o caminho mais preguiçoso e covarde, pois não faria nada para melhorar a situação. Assim, ela optou por continuar engajada, tentando mudar as coisas de fato.

Publicidade

Mas independentemente das respostas da Apple à BBC, Tim Cook (CEO) e Jeff Williams (vice-presidente sênior de operações) teriam ficado “profundamente ofendidos com a sugestão de que a Apple iria quebrar uma promessa com os trabalhadores da sua cadeia de fornecimento ou enganar clientes”, conforme informou o The Telegraph.

Williams disse que a BBC sugeriu em sua matéria que a Apple não está melhorando as condições de trabalho na China, mas que isso não poderia estar mais longe da verdade. Ele afirmou ainda que sua empresa compartilhou com a BBC “fatos e perspectivas” sobre seus compromissos com os direitos humanos (como por exemplo que 93% dos trabalhadores ficaram dentro do limite estabelecido de 60 horas de trabalho semanais), mas que eles não foram divulgados na matéria.

Sobre o estanho, Williams disse que a Apple já declarou publicamente que o estanho da Indonésia acaba sendo utilizado em alguns produtos, e que parte dele provavelmente vem de minas ilegais. Ele afirmou ainda que o governo não está abordando a questão e que há uma corrupção generalizada na cadeia de abastecimento — a equipe da Apple visitou as mesmas partes da Indonésia visitadas pela BBC, e a empresa está desde sempre muito preocupada com o que está acontecendo por lá.

[via 9to5Mac]

Ver comentários do post

Compartilhe este artigo
URL compartilhável
Post Ant.

djay Pro é lançado na Mac App Store, totalmente integrado ao Spotify

Próx. Post

iOS 8.2 beta 3 traz de volta medições de glicose e uma boa novidade para o app Saúde

Posts Relacionados