Hoje em dia, a maior parte do conteúdo presente em redes sociais é visual — seja foto ou vídeo. O que muitos talvez não saibam é que, para pessoas cegas ou com baixa visão, a navegação nestas pode ser um problema. Isto porque, ao passar pela linha do tempo, o VoiceOver (ou qualquer outro software usado para a leitura da tela) lê tudo o que há de texto, mas deixa de fora fotos e vídeos.
Por este motivo, no dia 29 de março, o Twitter anunciou a possibilidade de adicionar descrições às fotos — o que com certeza vai ajudar bastante. O Facebook, porém, foi mais além e criou uma ferramenta que ajudará a “ler” as imagens automaticamente.
A ferramenta, chamada “Automatic Alternative Text” (“Texto Alternativo Automático”) — desenvolvida pela equipe de acessibilidade do Facebook —, utiliza a tecnologia de reconhecimento de objetos para gerar automaticamente descrições para as fotos publicadas na rede. Deste modo, ao passar por uma foto, o leitor poderá descrever “essa imagem pode conter: duas pessoas, sorrindo, óculos de sol, natureza, água” e coisas do tipo. Essa tecnologia é baseada em Redes Neurais com bilhões de parâmetros e treinada para reconhecer milhões de exemplos.
As descrições são palavras soltas — parecidas com tags — que aparecem automaticamente nas fotos para “explicar” ao usuário o que contém na foto. A princípio, são reconhecidas imagens e palavras em transporte (“carro”, “barco”, “moto”, etc.), natureza (“montanha”, “onda”, “sol”, etc.), esportes (“natação”, “estádio”, “tênis”, etc.), comida (“sorvete”, “sushi”, etc.) e algumas palavras que descrevem a aparência (“bebê”, “sorrindo”, “selfie”, etc.).
No vídeo abaixo, é possível ter uma noção de como uma pessoa cega utiliza o VoiceOver e como esse novo recurso funcionará:
We just launched a tool that uses artificial intelligence to help people who are blind experience photos on…
Publicado por Mark Zuckerberg em Terça, 5 de abril de 2016
A novidade foi disponibilizada ontem (4 de abril) para iOS e, por enquanto, apenas em inglês e nos seguintes países: Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Ela chegará em breve ao Android — e estamos torcendo para que disponibilizem logo no Brasil também. 🙂
[via TechCrunch]