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Review: iPhone 7 Plus, o meu primeiro com tela de 5,5 polegadas

iPhone 7 Plus jet black inclinado de costas em fundo preto

Recentemente publiquei aqui no site o meu review completo do Apple Watch Series 2, mas outro dispositivo que está comigo desde a mesma época é o iPhone 7 Plus. E, com a iminência do seu lançamento no Brasil, é hora de lhes contar o que estou achando do aparelho.

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Vale notar desde já que esta não é uma análise que meramente sucede à que fiz do iPhone 6s, há pouco mais de um ano. Isto porque, pela primeira vez, optei pelo modelo trambolhudo maior, de 5,5 polegadas. Ou seja, este review trata tanto das evoluções da nova geração do iPhone quanto da minha experiência na troca de tamanho.

iPhones 7 e 7 Plus

Tem alguns bons minutos aí? Vem comigo! 😉

Vídeos de unboxing

Caso você não tenha visto:

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Por que o Plus?

iPhone 7 Plus preto de costas e iPhone 7 jet black de costasVamos diretamente ao ponto.

Desde que a Apple introduziu os tamanhos atuais dos iPhones, em 2014, pus os dois modelos na balança (uma imaginária, ok?) e acabei optando pelo menor tanto no iPhone 6 quanto no 6s.

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Em ambos, os diferenciais dos modelos Plus eram três:

  1. Estabilização óptica na câmera iSight;
  2. Bateria com maior autonomia;
  3. E a tela/resolução em si, é claro.

Neste ano, a Apple finalmente levou a estabilização óptica para o modelo de 4,7 polegadas também. Porém, no lugar dela e se juntando aos outros dois diferenciais que permanecem, entrou uma segunda câmera traseira — com uma teleobjetiva.

Não foi à toa que, na keynote de lançamento dos iPhones 7/7 Plus, a Apple fez questão de demonstrar o modo Retrato (Portrait) que chegaria futuramente: o zoom óptico de 2x na câmera é interessante, mas é esse modo que faz toda a diferença e que me fez querer o modelo maior desta vez. Felizmente o iOS 10.1 já está entre nós, e isso merece um sub-tópico à parte mais abaixo.

Na verdade não foi só isso: minha experiência com a bateria do iPhone 6s estava terrível. Tive o azar de realmente enfrentar problemas técnicos com a minha unidade, a qual felizmente foi trocada semanas antes de eu comprar o iPhone 7 Plus. Mas, mesmo na normalidade, a autonomia dele estava me irritando. Eu ouvia tão bons comentários sobre a bateria do Plus que resolvi, desta vez, matar dois coelhos com uma cajadada só.

Vale constar aqui que há ainda um quarto diferencial entre os dois modelos, este ano: o iPhone 7 tem 2GB de RAM, enquanto o iPhone 7 Plus pulou para 3GB. Mas eu nem considero muito isso porque testes já deixaram claro que não é uma característica a qual traz reais benefícios para o usuário; o 1GB extra é exatamente para suportar os recursos extras (principalmente os ligados à câmera) do modelo maior.

Performance

De ano em ano, a Apple apresenta um novo processador para equipar seus iGadgets. Em 2016, não foi diferente: desta vez a novidade foi o A10 Fusion (com o coprocessador de movimento M10), que se chamaria simplesmente “A10” não fosse o fato de a AMD já usar essa marca.

A10 Fusion

Além de ganhos significativos em CPU1Central processing unit, ou unidade central de processamento. e GPU2Graphics processing unit, ou unidade de processamento gráfico., o A10 Fusion é o primeiro system on a chip (SoC) da Apple com quatro núcleos. Dois deles trabalham “a todo vapor” e dois são menos potentes porém bem mais eficientes em consumo energético. A ideia é só utilizar os mais potentes quando necessário, economizando bateria.

Resumindo, o iPhone 7 é muito rápido. Mas o 6s também já era, e eu seria hipócrita em lhes dizer aqui que realmente senti diferença prática no dia-a-dia. Não tenho dúvidas de que esses avanços surtem diferenças mais perceptíveis em apps e jogos complexos, mas não costumo fazer uso destes no iPhone.

O chip 4G (LTE) dos iPhones 7/7 Plus também vai agora até 450Mbps, mas obviamente isso não fará diferença nenhuma para quem está acostumado com as redes de telefonia celular brasileiras.

Bateria

Já que citei a dita cuja, vamos lá.

É normal e natural que, em meus reviews, eu compare a minha experiência com a bateria do iPhone em relação à do modelo do ano anterior. Só que desta vez, conforme expliquei no comecinho deste texto, eu troquei de tamanho e, como sabemos, as baterias dos modelos Plus são (bem) maiores que as dos normais.

Obviamente, a tela e a resolução dos modelos Plus também consomem mais bateria e, no caso do iPhone 7 Plus, ainda temos 1GB de RAM para contribuir com esse consumo diferenciado. Mas, no fim das contas, a maior capacidade da bateria contribui para uma autonomia diária muito maior nos modelos Plus. E estou sentindo isso na prática.

É importante eu pontuar isso tudo porque, se tivesse simplesmente trocado o meu iPhone 6s por um 6s Plus, este sub-tópico por si só já teria comentários absurdamente diferentes. Posso resumir a minha experiência com a bateria do iPhone 7 Plus de forma muito simples: é a que eu esperava há anos num iPhone.

Estou sendo, é claro, o mais realista possível diante dos atuais avanços tecnológicos. Sonho com o dia em que ou só teremos que recarregar nossos smartphones uma vez por mês ou com a bateria indo de 0% a 100% em 5 minutos. Enquanto isso não se concretiza, ter um aparelho em mãos o qual me permite usá-lo da forma como um smartphone de 2016 deve ser usado (isto é, intensamente) durante o dia inteiro, sem preocupações, me agrada demais.

Para os fanáticos por especificações técnicas: o iPhone 7 tem uma bateria de 1.960mAh, contra 2.900mAh do iPhone 7 Plus. Os números comparam-se a 1.715mAh e 2.750mAh, respectivamente, nos iPhones 6s e 6s Plus — o aumento médio em capacidade foi, portanto, de 12%. Na prática, em média, o que Apple prometeu foram 2h a mais no iPhone 7 em relação ao 6s, e 1h a mais no iPhone 7 Plus em relação ao 6s Plus.

Tela

Nada consome mais bateria em um smartphone do que a sua tela; não é à toa que as baterias evoluem bastante mas a autonomia para o usuário não muda tanto, afinal, as telas também continuam evoluindo.

No iPhone 7, a Apple não alterou nem tamanhos de telas e nem as suas resoluções: continuamos com 750×1334 pixels para o modelo de 4,7 polegadas e com 1080×1920 pixels para o de 5,5 polegadas. Isso lhes dá 326 e 401 pixels por polegada de densidade, respectivamente; apesar da diferença, eu não achei a tela do Plus mais nítida que a do normal, ou algo do tipo.

Tela/display do iPhone 7

O que mudou mesmo nesta nova geração foi a gama de cores suportada pelos aparelhos — agora P3 — e o brilho — que chegou a 625cd/m2, seja lá o que esses números signifiquem. Sinceramente, eu esperava que o ganho no brilho fosse mais perceptível; não achei a nova tela ruim, mas às vezes ainda tenho um pouquinho de dificuldade de enxergá-la quando o iPhone está no carro, preso ao painel, com um sol forte batendo diretamente nele. Acho que meus óculos (com lentes polarizadas) também contribuem para isso, mas não deveriam.

Vale notar que a Apple afirma que o novo brilho máximo dos iPhones (até 25% mais, segundo ela) só é atingido quando “Brilho Automático” está ligado em Ajustes » Tela e Brilho, até para evitar um consumo exacerbado/desnecessário de bateria. Mas é assim que eu uso e sempre usei, e, aliás, tenho a minha própria experiência com a tela do Apple Watch Series 2 para dizer com certeza que, nesse quesito, o iPhone ainda pode evoluir sim.

Alto-falantes

Taí outra coisa que vem evoluindo a curtos porém constantes passos, desde as primeiras gerações do iPhone. Desta vez, a Apple achou até que a novidade merecia um comercial só para ela.

Em vez de simplesmente trabalhar na qualidade e na potência do som emitido pelo alto-falante da parte inferior do iPhone, a Apple também tornou o alto-falante que até então só era usado para ligações (quando posicionado na orelha) como uma segunda fonte de som potente. Com isso, ela pode dizer que o iPhone tem agora um sistema de som estéreo — ainda que a proximidade de um para o outro não nos permita diferenciar o L do R, de fato.

Mas sim, ele está bem(!) mais potente no geral. Até o iPhone 6s, a menos que eu estivesse num ambiente muito silencioso (ou com a esposa do lado, hehe), era normal eu sempre assistir a vídeos ou ouvir música com o volume no máximo. Agora, com o iPhone 7 Plus, o mais comum é eu ficar ali nos 70-80%. Está muito bom.

Sem falar que temos agora um “alto-falante frontal”, que é direcionado a nós. Ao menos aqui, isso marcou o fim daquele gesto de “concha” com a mão no alto-falante inferior para ele ser direcionado aos meus ouvidos.

Cadê a saída de 3,5mm?

E então chegamos à polêmica decisão da Apple de remover a saída de 3,5mm para fones de ouvido do iPhone, um rumor que surgiu originalmente há quase um ano. Dificilmente alguém vai comemorar a remoção de alguma coisa, mas a Apple deu lá seus motivos para ter seguido esse caminho.

Pessoalmente, isso não me afetou em absolutamente nada. Odeio fios, então há tempos sou usuário de fones sem fio — o mais recente, um Powerbeats2 Wireless. Também já estou na fila para comprar os AirPods, embora já não saiba quando exatamente conseguirei pôr as mãos em um. Desta forma, provavelmente conseguiria contar nos dedos das mãos as vezes que pluguei algum fone na porta do meu iPhone 6s.

AirPods em cima de iPhone 7 jet black

Em casa (isto é, no meu escritório) também deixo sempre conectado ao Mac um Dock Lightning do iPhone — que, por sinal, é uma das alternativas dada pela Apple para quem quer ouvir música enquanto recarrega o aparelho. Ou seja, nem nesse raro cenário — ao menos para mim — a minha experiência foi prejudicada.

Todavia, embora eu reconheça que essa decisão da Apple — a qual já está sendo seguida por outras fabricantes e assim continuará daqui pro ano que vem, podem anotar — contribuirá para o aquecimento do mercado de fones de ouvido sem fio e que a porta por si só era prejudicial para tornar o iPhone mais resistente a água (falarei disso adiante), compreendo totalmente os que odiaram essa “novidade”. Como falei, é difícil comemorar a remoção de qualquer coisa e há por aí milhões de pessoas com fones não-wireless das mais diversas qualidades que serão agora obrigadas a usar o adaptador incluso na caixa do iPhone 7/7 Plus — ao menos esse erro (o de não inclui-lo), a Apple não cometeu —, bem como não poderão recarregar o aparelho ao mesmo tempo (a menos que adquiram um acessório qualquer à parte).

Mas, no fim, todos temos que reconhecer que este é um período transitório. Se em 2017 ninguém nem mais citar a ausência da saída de 3,5mm como um ponto negativo em smartphones a serem lançados (não sei se já será no ano que vem, mas pode ser que sim), tenham certeza de que a Apple contribuiu bastante para isso.

Design

É engraçado este sub-tópico não ter sido um dos primeiros do review, como normalmente seria, mas há uma explicação: pela primeira vez em anos, a Apple não nos trouxe um design significativamente mudado num “iPhone não-s”.

Explico: tirando o iPhone de primeira geração, a Apple manteve um ciclo religioso de mudar o design do aparelho num ano e, no ano seguinte, trazer novidades/refinamentos mantendo a carcaça (praticamente idêntica). Foi assim com os iPhones 3G/3Gs, 4/4s, 5/5s e 6/6s. Com o 7, houve uma quebra.

Não quero dizer que o iPhone 7 é idêntico ao 6s, longe disso. Mas bem pouca coisa mudou, considerando os saltos passados. Isso já pode ser visto pelo fato de que as dimensões e os pesos dos aparelhos praticamente não mudaram, salvas diferenças imperceptíveis.

Olhando de cima, de frente e nas laterais, nada mudou. Na parte inferior, a saída de 3,5mm à esquerda da porta Lightning deu lugar a furinhos idênticos aos da direita — mas não é um segundo alto-falante ali, e sim somente um microfone (como antes). Na traseira estão as maiores mudanças: as linhas de antenas que cruzavam o iPhone foram eliminadas e ficamos com apenas algumas nas extremidades, o que eu pessoalmente adorei. A câmera iSight aumentou e mudou ligeiramente de posição, ficando agora elevada pelo próprio alumínio da traseira.

Todas as cores dos iPhones 7 e 7 Plus

E por fim, temos as cores — é claro: foram mantidas a prateada, a dourada e a ouro rosa, enquanto a cinza espacial virou preta matte (fosca) e a Apple introduziu uma quinta e polêmica opção, o iPhone preto brilhante (jet black). Todas são aplicadas sobre uma carcaça feita em alumínio série 7000, tal como os iPhones 6s/6s Plus.

Voltei da nossa ida à Alemanha com um iPhone 7 Plus prateado, mas por falta de opção. Semanas depois, no MM Tour V, consegui comprar o que eu queria desde o começo: o preto matte. Achei o brilhante muito bonito, mas não conseguiria ignorar tantas marcas de dedo e muito menos os “micro-arranhões” que ele recebe tão facilmente. Oh, well…

Novo botão de Início (Home)

Simplesmente olhando para ele, parece o mesmo. Mas o botão de Início também recebeu uma mudança significativa no iPhone 7.

Desde o primeiríssimo iPhone, o botão de Início era um… botão. Digo, uma pecinha física, que se pressiona. No iPhone 7, não mais: ele ainda é uma pecinha à parte do painel frontal do aparelho, mas é fixo — mais uma mudança criada para tornar o smartphone resistente a água, tal como falarei a seguir.

Mas o legal é que, se alguém pegar um iPhone 7/7 Plus sem saber dessa mudança, dificilmente perceberá que o botão não é mais físico. Talvez até sinta algo de diferente, mas porque ao “pressionarmos” o botão agora o iPhone usa o seu Taptic Engine (motor interno de vibrações) para dar uma resposta física que simula bem o clique real.

Ouvi por aí alguns comentários de gente que odiou esse novo botão, mas no geral é algo com que você se acostuma (e até esquece de como era) em poucos dias. E, sinceramente, estou até curtindo mais ele do que antes pois a resposta é super-rápida; para mim a experiência de dar dois “cliques” para chamar a multitarefa do iOS, por exemplo, ficou melhor com ele.

E ainda temos outra vantagem, além de contribuir com a resistência a líquidos: como o botão não se move mais, as chances de ele quebrar (embora ainda existam) despencam exponencialmente. Então, por favor: digam adeus ao AssistiveTouch, de uma vez por todas! 😝

O Touch ID, de segunda geração, continua tão bom quanto já era no iPhone 6s; as queixas que eu tinha na época do iPhone 5s e do 6 se foram. Ele agora raramente não consegue ler a minha digital mesmo com a mão suada.

Resistência a água

Há quem diga que a Apple não precisava ter retirado a saída de 3,5mm para tornar o iPhone resistente a água, mas os testes que já fizeram por aí mostram que ele pode ser hoje o smartphone mais resistente que existe — e a ausência da porta com certeza contribuiu para tal.

Resistência à água - iPhone 7 e 7 Plus

Oficialmente, a Apple afirma que o iPhone 7/7 Plus é resistente a respingos, água e poeira com classificação IP67 sob o padrão IEC 60529. iPhones de gerações passadas já eram até bastante resistentes nesses quesitos, mas é a primeira vez que a Apple está assinando embaixo.

É preciso deixar bem claro que resistência à água é bem diferente de ser de fato à prova d’água, como é o Apple Watch Series 2. A ideia *não* é que donos de iPhones 7/7 Plus mergulhem o aparelho na piscina para tirar fotos subaquáticas, até porque se você fizer isso provavelmente terá problemas e, pior, a Apple nem os cobre na garantia.

A ideia da Apple é evitar que iPhones sejam quebrados/inutilizados devido a qualquer respingo ou mergulho acidental, algo que é bem comum de acontecer por aí. Como o aparelho é agora bem mais resistente, as chances de ele continuar funcionando perfeitamente após um incidente do tipo são enormes. Com o iPhone 7/7 Plus, você também não precisa se preocupar em atender uma ligação urgente, pedalar ou correr na chuva — só para citar alguns exemplos corriqueiros.

Câmeras (e o modo Retrato)

Pegando só o iPhone 7 como base, já tivemos boas melhorias nas duas câmeras do aparelho: a frontal (FaceTime) passou de 5 para 7 megapixels, ainda com abertura ƒ/2.2, enquanto a traseira (iSight) manteve seus 12 megapixels mas passou de uma abertura ƒ/2.2 para ƒ/1.8, o que permite uma entrada de luz muito maior. Além disso, como eu já havia citado, ela agora também tem estabilização óptica e passa a ser construída com um sistema de seis elementos em vez de cinco.

Câmeras do iPhone 7 Plus

A opções de captura de vídeos, algo que muito me interessa, não mudaram: resolução 4K com 30 quadros por segundo, Full HD 1080p com até 60qps ou câmera lenta a 120qps (1080p) e 240qps (720p). A câmera FaceTime agora também suporta vídeos até 1080p, enquanto antes só ia a 720p.

Posta essa introdução, o que temos é um ganho em qualidade de imagens — especialmente em ambientes com pouca luminosidade — bastante perceptível, mais do que foi a mudança do iPhone 6 para o 6s. O foco é bem rápido, há detecção automática tanto de corpo quanto de rostos, e em caso de necessidade o flash True Tone também melhorou: agora ele conta com quatro LEDs, para uma maior iluminação (50% mais, segundo a Apple).

Meu iPhone 6s já foi devidamente passado a um parente que mora em outra cidade e, como eu não conseguiria um emprestado por um dia inteiro para fazer fotos comparativas sob diferentes luminosidades, usei o iPhone 5s da esposa mesmo. É legal, pois podemos observar bem o salto da câmera num espaço de três anos:

iPhone 5s vs. iPhone 7 Plus
Clique/toque nas imagens para ampliá-las.

Em suma, quem vai optar pelo modelo de 4,7 polegadas não se arrependerá. As novas câmeras estão excelentes e as melhorias são perceptíveis mesmo em relação ao iPhone 6s, embora sempre o salto seja maior quando se compara um modelo com o de dois anos atrás (ou mais).

Só que, obviamente, neste sub-tópico a grande novidade mais uma vez ficou no modelo Plus. Ali atrás temos uma segunda câmera, também de 12 megapixels, porém com uma teleobjetiva que funciona como uma espécie de “zoom óptico 2x” para a grande angular convencional. Essa, porém, tem uma abertura de ƒ/2.8 e não conta com estabilização óptica — ou seja, só funciona para valer em ambientes bem iluminados.

Eu odeio e não recomendo que ninguém utilize zoom digital, até porque na prática é como se você tirasse a foto sem zoom nenhum, depois recortasse (crop) um pedaço dela e a ampliasse digitalmente. Não tem magia: haverá perda de qualidade e, quanto mais zoom você der, pior ficará. A boa notícia é que, partindo dos 2x da teleobjetiva, pelo menos podemos combiná-lo com o zoom digital — se você insistir mesmo em usá-lo — com uma perda menor de qualidade. No extremo, dá agora para chegar a 10x (contra 5x de antes).

A seguir, alguns exemplos de fotos tiradas com a grande angular e a teleobjetiva, para que vocês possam entender o que são os 2x na prática:

iPhone 7 Plus: sem vs. com zoom 2x
Clique/toque nas imagens para ampliá-las.

E um rápido vídeo:

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Contudo, como falei lá no comecinho, o que me interessou mesmo no iPhone 7 Plus foi o seu modo Retrato. O que este recurso do iOS 10.1 faz é ativar as duas lentes do aparelho simultaneamente, usando a teleobjetiva para focar a pessoa (ou o objeto) e os dados da grande angular para desfocar bem o fundo e gerar um efeito comum em câmeras DSLR profissionais.

Já tem um tempo que existem apps que prometem isso e recentemente até lançaram um que promete especificamente simular o modo Retrato do iPhone 7 Plus, mas os resultados são muito aquém dos obtidos nativamente. E nem este é perfeito, é claro: estamos combinando dados de duas lentes, mas gerando todo o efeito por meio de inúmeros algoritmos de softwares que, inevitavelmente, falharão. No caso de uma DSLR com lente de grande abertura, a coisa é totalmente física — então a comparação é até um pouco injusta, ainda que o iPhone ofereça um grande diferencial em relação a elas: pré-visualização do efeito em tempo real, na tela.

Tendo tudo isso em mente, o que dá para se obter brincando com o modo Retrato é fenomenal, muito divertido. Confiram:

iPhone 7 Plus: sem vs. com modo Retrato
Clique/toque nas imagens para ampliá-las.

A boa notícia é que, como boa parte dos resultados do modo Retrato é graças ao software em si, a tendência é que ele melhore com futuros updates do iOS sem que precisemos aguardar a chegada do “iPhone 7s” ou do “iPhone 8”.

Capacidades

Se tem uma coisa que ocupa bastante espaço nos iPhones são fotos e vídeos. E, para a felicidade de todas as nações, neste ano a Apple foi bastante generosa: ela *dobrou* as três opções de capacidade dos iPhones, mantendo obviamente a mesma estrutura de preços de antes.

Ou seja, passamos de 16GB, 64GB e 128GB para 32GB, 128GB e 256GB. Acho que o “sweet spot” continuará sendo o intermediário, embora agora seja possível dizer que 32GB atenderão às necessidades de muito, muito mais gente. No outro extremo, acho os 256GB até demais; nem eu, que me considero um usuário avançado, optei por ele. Mas acho superbacana que exista essa versão.

Para quem quiser um iPhone 7/7 Plus na cor preta brilhante (jet black), porém, as opções são apenas 128GB ou 256GB.

iOS 10

É muito comum iPhones novos chegarem ao mercado com recursos do iOS exclusivo deles. Neste ano, com exceção do modo Retrato do iPhone 7 Plus, isso não aconteceu.

iOS 10 num iPad e num iPhone

As funções do 3D Touch (pressão sobre a tela) continuam evoluindo, mas todas as que funcionam nos iPhones 7/7 Plus também são compatíveis com iPhones 6s/6s Plus. Aprimoramentos na Siri, no app Mensagens (Messages), no recurso Memórias do Fotos, em outros apps nativos do sistema, etc. estão disponíveis para praticamente todos os aparelhos. Até mesmo uma das novidades que mais curti dele, que é a possibilidade de atendermos ligações do Facebook Messenger, do WhatsApp, do Skype e de outros como se fossem nativas (graças ao novo framework CallKit), também não é exclusividade dos últimos modelos — que é excelente.

Mas o iOS 10 trouxe um novo recurso que mudou bastante a forma como interajo com o meu iPhone, e que é compatível com os modelos do ano passado para cá (ou seja, 6s/6s Plus, SE e 7/7 Plus): o “Elevar para Despertar” (“Raise to Wake”), dentro de Ajustes » Tela e Brilho. Ele foi criado basicamente para resolver o “problema” de o Touch ID agora ser rápido demais, mas independentemente disso eu acho que o comportamento faz todo o sentido — assim como os novos MacBooks Pro ligarem logo quando a sua tampa é aberta.

Mais visões dos aparelhos em fotos

Quando ainda estávamos na Alemanha, publicamos aqui no site uma galeria de fotos enorme dos aparelhos que compramos.

A seguir coloco algumas delas, para você ter mais algumas visões dos iPhones 7/7 Plus além das fotos oficiais da Apple — só como aperitivo:

Conclusão

Até os 45′ do segundo tempo, eu ainda não tinha certeza se pegaria o iPhone 7 ou o iPhone 7 Plus. E não me arrependo nem um pouco da minha escolha.

Caixa do iPhone 7

Continuo achando os iPhones de 5,5 polegadas bem “trambolhudos”, mas me acostumei com o tamanho dele muito mais rapidamente do que imaginava. No dia-a-dia nem penso mais nisso, só me incomodo de vez em quando ao tentar usá-lo com uma mão só.

Chegar a ser inacreditável pegar o iPhone 5s da minha esposa, dá a sensação de ser um smartphone de brinquedo — sem exagero nenhum. Ao mesmo tempo, quando uso um iPhone 6s ou 7 ainda sinto que aquele ali é o tamanho ideal para mim, porém colocando todos os benefícios do Plus na balança creio que seja agora uma migração sem volta. Isso não quer dizer que qualquer pessoa conseguirá se adaptar como eu, é claro.

A geração deste ano do iPhone trouxe mais mudanças/melhorias do que parecia à primeira vista; não é à toa que este é possivelmente um dos maiores reviews que eu já escrevi aqui no site. O aparelho está mais bonito (de novo: adeus, listras de antena! Olá, lindo preto fosco!), mais resistente, mais rápido do que nunca, traz câmeras (bote plural nisso: são três!) sensacionais, alto-falantes com a potência que eu sempre quis num iPhone e, finalmente, opções de capacidade interna de respeito desde a versão de entrada.

Caso você não tenha visto o nosso vídeo de hands-on ainda, aqui está:

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Apesar dos ótimos avanços, há também os contrapontos: se você tem um fone de ouvido com fio e odeia adaptadores, bem como se é comum para você recarregar o iPhone enquanto o fone está conectado, prepare-se para se irritar. Se você não cogita migrar do modelo de 4,7 para o de 5,5 polegadas e acha a bateria dele ruim, não espere nada muito diferente nesta geração.

Eu sempre costumo dizer, e é um fato, que a troca de uma geração para a imediatamente seguinte não gera melhorias tão perceptíveis assim. Neste ano não é lá muito diferente, a menos que você se foque em determinadas novidades bastante específicas — se o iPhone é a sua câmera fotográfica principal, então, o salto deste ano é realmente visível. Portanto, para quem tem um iPhone 6s/6s Plus, a avaliação é muito pessoal; para os que estão no 6/6 Plus ou anteriores e tiverem condições de investir num 7/7 Plus, recomendo demais.

Posto tudo isso, minha avaliação de novos iPhones ano a ano continua totalmente baseada na minha experiência restrita ao ecossistema Apple — o que não é ruim, pois, mesmo algumas diferenças aqui e ali, vantagens/desvantagens para um lado ou outro, sabemos que ela tem há anos um dos melhores (se não o melhor) smartphones do mercado. Não nego, porém, que ainda devo a vocês — há anos, diga-se — aquela minha experiência do #DesafioAndroid. Então, se alguém do Google estiver lendo isto aqui, saiba que eu *adoraria* passar um mês com um Pixel XL a fim de compartilhar com os leitores do MacMagazine uma visão de alguém que nunca teve um Android e usou um para valer no dia-a-dia.

Dizem por aí que 2017 marcará um dos maiores saltos na história do iPhone, em “comemoração” aos seus dez anos de vida. Estou bem ansioso para ver o que virá por aí, mas enquanto isso estou satisfeitíssimo em ter nas mãos um dos computadores portáteis mais avançados que já foram criados.

Notas de rodapé

  • 1
    Central processing unit, ou unidade central de processamento.
  • 2
    Graphics processing unit, ou unidade de processamento gráfico.

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