Colaboração especial por Bruno Lopes.
Ter um disco rígido externo é muito útil para fazer backups, mas usar o mesmo HD em um Mac e em um PC pode ser uma batalha inglória. A razão disso é que cada sistema operacional organiza os dados segundo seu próprio método, chamado de sistema de arquivos.
Mas, felizmente, há mais de uma solução para esse impasse, cada uma com vantagens e desvantagens particulares.
Solução I: sacrificar o desempenho
Esta é uma solução adotada por muitos fabricantes de pendrives e discos rígidos externos: eles saem de fábrica formatados no sistema FAT32. Ele é o sucessor dos sistemas de arquivos usados no DOS — o FAT12 e o FAT16 — e foi usado no Microsoft Windows 95 OSR2, no Windows 98 e no Windows Me (alguém se lembra da existência deste último? :-P). Como ele é um sistema antigo, o Mac OS X e o Linux oferecem suporte a escrita e leitura no FAT32, o que permite que o mesmo disco seja lido em praticamente qualquer computador.
Mas essa solução pode ser a fonte de mais problemas. O Time Machine, por exemplo, não pode ser usado com um disco rígido formatado em FAT32 (na verdade, ele só funciona com HDs no formato HFS). A própria Microsoft parece ter vergonha do FAT32 e considera que o melhor lugar para ele é um museu, já que o desaconselha para uso em discos de grande capacidade, indicando o sistema NTFS, mais recente.
Solução II: instalar tradutores
Está certo, mesmo que o Windows e o Mac OS X não se entendam muito bem, ainda é possível fazer um entender o sistema de arquivos do outro. Uma possibilidade é fazer o Windows ter suporte a HFS+; a outra é fazer o Mac OS X ter suporte ao NTFS. O problema é que você não conseguirá usar o disco externo em um PC ou Mac diferente que não tenham esse programa instalado.
- No PC: o MacDrive é um bom programa, e com ele você consegue ler e gravar em discos HFS+. Infelizmente, ele custa praticamente US$50. O HFSExplorer é gratuito, mas em compensação com ele você só consegue ler volumes HFS+, e não escrever. Quando o Mac OS X 10.6 Snow Leopard for lançado, ele virá com drivers para Windows que permitirão a leitura de discos HFS+, mas não a escrita. De qualquer maneira, estas três dicas são interessantes também para quem usa o Windows no Mac, via Boot Camp, e quer ter acesso aos arquivos da partição HFS do disco.
- No Mac: o Mac OS X 10.5 oferece suporte à leitura de discos NTFS (um problema a menos!), mas não para escrita. Com o NTFS for Mac você consegue também ter acesso de escrita, pagando US$30. Quem não gosta de gastar dinheiro, precisa instalar o NTFS-3G, que pode não ter o mesmo desempenho. O uso de um disco externo no formato NTFS com o Mac, contudo, impede o uso do Time Machine, que exige um disco HFS+.
Solução III: dividir o disco
A melhor solução para mim foi dividir o disco em mais de uma partição, que o sistema operacional enxerga como discos diferentes. A maior delas ficaria com um sistema HFS+ (para ser usada no Time Machine) e a menor com um sistema FAT32 (para ser usada com o PC e para facilitar a troca de arquivos entre os dois sistemas). Criar duas partições foi fácil, mas formatar essa segunda partição em FAT32, nem tanto.
Para criar duas partições no disco externo, o Utilitário de Disco (Disk Utility) do Mac OS X é rápido e eficiente. Clique sobre o desenho que representa o disco, aperte o botão “Particionar” e escolha o número e o tamanho de partições que você quer. Quando for criar uma partição HFS, escolha a opção “Mac OS Expandido (Reg. Cronológico)”. Consulte este documento de suporte da Apple se tiver alguma dúvida.
O utilitário também cria partições no formato FAT, mas elas simplesmente não eram reconhecidas pelo Windows quando eu conectava o disco externo nos PCs. Isso significava que eu estava em uma cilada: a ferramenta de formatação de discos da Microsoft só formata discos de até 32GB no formato FAT — daí em diante, o Windows só formata discos em NTFS (e é por isso que o Boot Camp sugere que você crie partições com no máximo 32GB).
A saída, então, foi recorrer ao PC. Existem muitos programas comerciais e gratuitos que criam e formatam partições, mas o que me pareceu melhor foi o Partition Master, da EASEUS. Ele tem a qualidade de um programa comercial, mas é gratuito para uso doméstico. É só conectar o disco ao computador, ligar o programa e formatar a partição do tamanho que você quiser no formato FAT32 (tomando cuidado para não tocar na partição HFS+).
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É isso, pessoal. 😀 Alguém tem mais alguma dica pra compartilhar conosco?