O melhor pedaço da Maçã.
Apresentação do A11, usado no iPhone X, em 2017
Chip A11 Bionic, da Apple

Reportagem mostra mais detalhes sobre a origem e as capacidades do chip A11 Bionic

Esqueça a impressionante tela do iPhone X ou a bela traseira de vidro dos iPhones 8/8 Plus. De todos os elementos introduzidos na última keynote da Apple relativos aos seus smartphones, nenhum é tão decisivo para o futuro como o chip A11 Bionic que os equipa. O novo processador, além de possibilitar todas as novas apostas da Apple em realidade aumentada e reconhecimento facial, também representa a quase total independência da Maçã em relação a parceiras — quase todos os seus elementos foram projetados pela própria empresa.

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Agora, uma matéria do Mashable trouxe novas informações acerca do chip e esclareceu alguns pontos interessantes sobre o seu processo de desenvolvimento. A reportagem incorpora também uma entrevista com o vice-presidente sênior de marketing global da Apple, Phil Schiller, e o vice-presidente sênior de tecnologia de hardware, Johny Srouji, que oferece uma visão mais próxima dos acontecimentos e da equipe de engenharia que tornou o A11 Bionic real.

Uma das partes mais interessantes da reportagem/entrevista fala sobre o processo de desenvolvimento dos chips da Maçã. De acordo com os executivos, são no mínimo três anos desde o início do planejamento até a estreia dos componentes em horário nobre — ou seja, quando a Apple estava anunciando os iPhones 6/6 Plus com chips A8, em 2014, a equipe de engenharia em Cupertino já estava começando a colocar as primeiras pecinhas do A11 Bionic no lugar.

Claro que a Apple, como a empresa gigantesca que é, tem equipes muito distintas desenvolvendo o mesmo produto simultaneamente — então enquanto uma equipe de engenharia está criando o chip A11, outra de software está trabalhando nas tecnologias de realidade aumentada e outra de hardware está projetando a tela OLED de ponta-a-ponta. Todas essas equipes, naturalmente, precisam ter uma sinergia para que tudo se encontre num ponto em algum momento. Como afirmou a matéria:

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Equipes como o grupo de marketing de Schiller e a equipe de telas vêm até Srouji com pedidos, essencialmente ideias do que eles acham que precisarão em três anos (“como poderemos implementar um display Super Retina?”).

“O processo é suscetível a mudanças”, disse Srouji, que está na Apple desde o primeiro iPhone. Se uma equipe chega com um pedido que não era parte do plano original, “nós precisamos fazer isso acontecer. Nós não dizemos ‘não, me deixa voltar pro meu planejamento e daqui a cinco anos eu lhe dou alguma coisa’.”

Schiller e Srouji não entraram em pedidos específicos, mas Schiller admitiu: “Houve algumas coisas críticas nos últimos anos em que nós pedimos à equipe de Johny que fizesse algo num planejamento diferente, num plano diferente do que eles tinham há anos, e eles moveram céus e terras para fazê-lo, e isso é impressionante de se ver.”

Em relação ao A11 Bionic especificamente, o chip traz várias evoluções pontuais em relação ao seu antecessor, o A10 Fusion, mas também alguns aspectos totalmente novos e desenvolvidos do zero. Por exemplo, agora o componente pode realizar multiprocessos assimétricos, ou seja, ativar qualquer coisa desde apenas um até todos os seis núcleos simultaneamente — economizando a bateria do dispositivo e melhorando a sua performance.

O Neural Engine — parte do chip responsável pelas tarefas relacionadas a inteligência artificial — e o novo motor gráfico são, também, totalmente novos; este segundo, inclusive, é a primeira tentativa da Apple em construir um processador gráfico após o ruidoso rompimento com a Imagination Technologies. Srouji afirmou que a atitude da Apple de, cada vez mais, projetar suas próprias soluções é extremamente benéfica:

Se você olhar para o nosso SoC, CPU, ISP, tela, todos os lugares em que nós acreditamos que podemos nos diferenciar e oferecer um valor otimizado próprio para a Apple, nós vamos lá e fazemos essa coisa. Nós fizemos isso consistentemente por 30 anos.

GIF animado de um Animoji do iPhone X

Em relação ao Neural Engine, Schiller deixou claro que a Apple tem uma relação muito específica de usos para o coprocessador — a ideia é impedir que desenvolvedores que queiram utilizar o componente apenas o utilizem para uma quantidade muito específica de tarefas, para não sobrecarregá-lo. É possível, por exemplo, usar o motor para as tecnologias de reconhecimento facial e de fala, mas não muito além disso.

Falando do passado/futuro do desenvolvimento de chips na Apple, Srouji afirmou que a evolução é gritante: há dez anos, a empresa fazia processadores com 100 milhões de transistores num processo de 65 nanômetros, enquanto hoje são produzidos chips com 4,3 bilhões de transistores num processo de 10 nanômetros. O executivo afirmou que a sua equipe é de “nível mundial” e, quando questionado sobre a próxima fronteira — já que o silício começa a dar sinais de limite físico e as grandes companhias já procuram por uma alternativa, como a computação quântica —, desse:

Nós estamos pensando à frente. Eu posso lhe dizer isso, e eu não acho que ficaremos limitados. Está ficando difícil.

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