Obsolescência programada. O tema voltou à tona após a polêmica envolvendo iPhones que perdem deliberadamente poder de processamento (ou seja, ficam mais lentos) quando a bateria começa a se deteriorar. Um gesto que — aparentemente, segundo o discurso da empresa — a Apple fez para prolongar ainda mais a vida útil dos aparelhos, acabou sendo interpretado por muitos justamente da forma contrária.
Mas deixando essa história momentaneamente de lado, você já parou para pensar, em média, quanto tempo dura um iPhone? Ou um Mac? E um iPad? Quanto tempo um usuário fica com o mesmo aparelho antes de trocar por um outro modelo? Pois Horace Dediu fez essa conta.
Ele fez uma relação direta entre o número de aparelhos vendidos e o de dispositivos ativos (uma informação que a Apple soltou em seu último evento financeiro). De uma forma geral, o resultado é que, de cada três aparelhos vendidos, dois ainda estão ativos.
Com base nessa mesma fórmula, Dediu nos mostra como a vida útil do iPhone evoluiu ao longo do tempo:
De acordo com ele, a vida útil é a distância horizontal entre as duas barras verticais no ponto onde elas têm o mesmo comprimento. A barra vertical superior mede o espaço entre a área (dispositivos vendidos) e a curva (dispositivos ativos); já a barra inferior é o espaço entre a área e o eixo “X”, isto é, os dispositivos vendidos. Quando essas duas barras são do mesmo tamanho, a distância entre elas é o tempo de vida (no momento da barra superior).
Aritmeticamente, a vida útil média em um momento determinado (“T”) é a duração entre “T” e o momento em que os dispositivos acumulados vendidos atingiram os dispositivos aposentados cumulativos no tempo “T”. São, então, 2,05 bilhões de dispositivos aposentados acumulados menos 1,3 bilhão de dispositivos ativos. Chegamos, então, ao número de 750 milhões. E o tempo em que os equipamentos acumulados vendidos atingiram 750 milhões foi o terceiro trimestre de 2013. A expectativa de vida é estimada no tempo entre agora e o terceiro trimestre de 2013 — ou seja, 17 trimestres (ou cerca de 4 anos e 3 meses).
Vale notar que esse período engloba Macs, iPhones, iPads, iPods touch e Apple Watches. Para alguns produtos (como iPhones e Apple Watches, 4 anos e 3 meses parecem bastante); para outros, como Macs e iPads, parecem pouco. Justamente por isso essa é a média, já que cada um puxa a balança para o seu lado. Seria muito interessante ver esse estudo sendo feito com cada categoria de produto, não é mesmo?
Mas o surpreendente disso tudo é saber que 2/3 de todos os aparelhos já produzidos e vendidos pela Apple continuam sendo usados no mundo — e nos mostra, de uma forma tão boa quanto pesquisas de satisfação, como usuários estão satisfeitos com seus dispositivos.
via AppleInsider