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Não fosse uma disputa judicial envolvendo patentes, o FaceTime poderia ser uma plataforma aberta

Steve Jobs apresentando o FaceTime

Durante a apresentação do iOS 12 na Worldwide Developers Conference (WWDC) 2018, foi anunciado que o FaceTime agora conta com chamadas em grupo, possibilitando a conexão entre até 32 pessoas. A novidade trouxe luz à lembrança de uma promessa feita por Steve Jobs quando anunciou o recurso pela primeira vez, dizendo que ele se tornaria uma plataforma aberta para todos.

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Vamos recapitular exatamente oito anos na história: em 7 de junho de 2010, durante a WWDC daquele ano, Steve Jobs introduzia grandes novidades para o ecossistema da Apple. Entre esses, o lançamento do iPhone 4, a alteração do codinome do sistema operacional móvel de “iPhone OS” para “iOS” e a criação do FaceTime como recurso de chamadas em vídeo.

Durante a mesma conferência, Jobs relatou que o FaceTime se baseava em vários padrões abertos, como o H.264 para compressão de vídeos e o AAC para áudios.

A CNET destacou as palavras exatas proferidas por Jobs, ao dizer que a Apple iria manter esses padrões para permitir que o FaceTime fosse disponibilizado para todos — fosse um usuário dos dispositivos Apple ou não.

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O FaceTime é baseado em vários padrões abertos — como o formato H.264 de vídeo, áudio AAC e um ensopado de acrônimos do alfabeto — e nós vamos levá-los até o fim. Vamos usar esses padrões começando amanhã e tornar o FaceTime um padrão industrial aberto.

Cá estamos em 2018 e, até hoje, tanto o FaceTime quanto o serviço de mensagens iMessage continuam restritos ao ecossistema da Apple. Isso nos faz questionar o que deu de errado no caminho, pois sabemos que a Maçã não é uma companhia que cria promessas para não cumpri-las.

Entre as razões da gigante de Cupertino não ter aberto o FaceTime, está o imbróglio com a VirnetX, uma patent troll (empresas que adquirem patentes com a finalidade de denunciar aqueles que as infringem). A VirnetX alega que a Apple infringiu diversas patentes de segurança de rede, ou seja, recursos usados no FaceTime, no iMessage e em VPN1Virtual Private Network, ou rede privada virtual..

Para manter o funcionamento do FaceTime e do iMessage, a Apple adicionou “servidores de retransmissão” para ajudar os telefones a se conectarem em vez de permitir que os telefones se comuniquem diretamente entre si. Portanto, alguém teria que pagar por esses servidores ou descobrir uma maneira de permitir a conexão com servidores do Google, da Microsoft ou de outras plataformas de terceiros se o FaceTime fosse aberto para todos.

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Enquanto o FaceTime se desenvolve dentro do sistema iOS, o que nos resta é aguardar e conhecer o que o futuro reserva para os serviços de comunicação em vídeo. No Brasil, por enquanto, outros mensageiros têm resolvido esse problema entre diferentes plataformas e sistemas operacionais.

VirnetX quer US$1 bilhão em indenizações

Dois meses após pedir uma indenização de US$502,6 milhões para Apple, um relatório do site Law360 informou que a VirnetX requisitou — na segunda-feira passada (no mesmo dia da apresentação das novidades do FaceTime) — a um juiz do Distrito Leste do Texas que a indenização seja dobrada para US$1 bilhão. De acordo com a “empresa” de tecnologia e comunicação, o comportamento da Apple “choca a consciência” após a gigante de Cupertino pedir que todo o prêmio de indenização seja descartado.

Veremos até que ponto (ou até quando) essa disputa judicial, que já se arrasta por sete anos, vai chegar.

via 9to5Mac, Apple World Today

Notas de rodapé

  • 1
    Virtual Private Network, ou rede privada virtual.

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