Um novo levantamento do Financial Times mostrou que a Apple contratou uma série de especialistas em inteligência artificial do Google e criou um laboratório secreto em Zurique (na Suíça) para correr contra o tempo na batalha com outras empresas de tecnologia nessa área.
De acordo com o jornal, a análise foi feita a partir de centenas de perfis no LinkedIn, de vagas de trabalho públicas e artigos de pesquisa. Dentre os muitos profissionais relacionados a IA contratados pela empresa desde 2018, 36 eram do Google — um número bastante relevante.
O laboratório em Zurique, o qual abriga muitos desses profissionais, teria surgido após a aquisição de duas startups pela Maçã na capital: a Faceshift (grupo de realidade virtual) e a Fashwell (empresa de reconhecimento de imagens) — o que resultou na criação do “Vision Lab”, segundo um professor ouvido pelo jornal.
Os profissionais desse laboratório estariam envolvidos em pesquisas relacionadas a chatbots e produzindo trabalhos científicos focados em modelos de IA mais avançados — o que seria uma resposta à constante pressão para que a empresa adentre de vez nesse universo.
Como vem sendo especulado, as pesquisas da Maçã se concentrariam em desenvolver IAs generativas que rodem diretamente no dispositivo, em vez de softwares baseados na nuvem — embora os rumores indiquem que a empresa deverá adotar a última abordagem a curto prazo.
Analistas sugerem que, para que a Apple atinja o objetivo de concentrar recursos de IA exclusivamente no aparelho, será necessário que eles contem com chips munidos com memória dinâmica de acesso aleatório (DRAM) e pelo menos 12GB de capacidade para processar os dados.
O iPhone “poderia se tornar muito mais um assistente pessoal inteligente e ativado por voz, liderado por uma Siri atualizada que poderia, por exemplo, interagir com todos os aplicativos do seu telefone por meio do controle de voz”, comentou Erik Woodring, analista do Morgan Stanley, ao jornal.
O relatório também destaca que a Apple investe em IA há mais de uma década — seja com a adoção de redes neurais no desenvolvimento da Siri ou na aquisição de cerca de duas dúzias de startups no período, um movimento que se intensificou bastante nos últimos dois anos, diga-se.
