Além de uma fruta, BlackBerry também é uma tecnologia, criada em 1999 pela Research In Motion (RIM), e implementada em aparelhos portáteis estilo handheld, que foram chamados de BlackBerry.
Tal fato causa alguma confusão hoje em dia, visto que outros fabricantes de celulares e PDAs agora implementam a tecnologia da RIM. Hoje em dia é possivel encontrar, por exemplo, telefones da Nokia em algumas operadoras de celular mundo afora, com a tecnologia BlackBerry. Mas afinal, o que é isso? Para quê serve?
Geralmente, quando queremos verificar nossos emails, temos que entrar em algum sistema que faça o acesso para nós, inserir um nome de usuário e senha (se esses dados já não estão salvos no computador), e de alguma forma, receber as mensagens, seja apertando um botão estilo “Enviar e Receber”, ou simplesmente atualizando a página, no caso dos webmails. No caso da telefonia móvel, isso pode significar alguns minutos perdidos, entre acessar a ferramenta de leitura de email do celular e ter habilidade para escrever os dados necessários para finalmente conectar-se ao servidor, e depois mais algum tempo até “baixar” os emails… para alguns, o tempo é precioso, e a paciência, um pouco curta para aceitar tanta demora a fim de ver uma simples mensagem. Talvez, recebendo os emails no celular como se eles fossem simples mensagens curtas (SMS), a coisa ficasse mais fácil.
Pois é assim que funciona o sistema de push email para celulares, que está por trás do serviço BlackBerry. Em vez de você acessar uma conta e depois baixar o email para leitura, o email chega como uma mensagem no celular BlackBerry (seja ele da marca que for: BlackBerry, Nokia, HP, Palm etc.), e basta acessá-la para ler todo seu conteúdo em texto. Tudo ao momento, no instante. Isso é possível porque, ao configurar seu serviço BlackBerry com a operadora (descreverei mais abaixo), o usuário deve citar nome de usuário e senha de acesso ao email, e o sistema contratado verifica suas mensagens a cada intervalo de tempo — quase sempre meio minuto. Ao encontrar um email novo, o mesmo é redirecionado para o celular, chegando como SMS.
Geralmente, quando um email vem com anexos, o sistema dá a opção de baixá-los para o celular, e aí sim pode demorar um pouquinho. Mas nada que uma conexão 3G ou GPRS não resolvam. Têm mais velocidade, fazendo com que visualizar um anexo no celular seja bem parecido a vê-lo no computador — em matéria de tempo de acesso; se formos ver outras características, não se compara uma tela de 3 polegadas com outra de 17, por exemplo!
Configurar um aparelho desses nem sempre é fácil. Entretanto, basta seguir os passos certos que tudo vai bem. Primeiro, a operadora de telefonia tem que oferecer o serviço, contratado mediante um pagamento mensal, que nem sempre é baixo. Também, convenhamos: quem precisa ver seus emails rapidamente, sem perder tempo, deve ter em conta que a tecnologia tem seu preço. Na Europa, gira em torno dos 30 euros ao mês, o que daria 84 reais no câmbio de 1 euro = 2,80 reais. Segundo, com o serviço já contratado, o usuário deve acessar uma página de configuração, criar uma conta de acesso (que será a ponte para conectar o celular à caixa de e-mail), dizer nome de usuário e senha do email, e só. Às vezes, pode ser necessário dar o endereço do servidor POP também.
O serviço como um todo é bem interessante. Muitos que tinham mensagens urgentes para receber e precisavam levar seus notebooks pesados e grandes com conexão wireless por aí (até arriscando serem assaltados, dada a atenção que chama carregar uma maleta de notebook), podem carregar o aparelhinho no bolso e esperar os emails chegarem. Sem ficar entrando em páginas de webmail, ou em programas de acesso ao correio eletrônico, apenas aguardando o som do telefone avisando: uma nova mensagem chegou!