Os Jogos Olímpicos de Inverno 2022 serão realizados entre os dias 4 e 20 de fevereiro, em Pequim (China). No entanto, com o recente aumento de casos da COVID-19, o governo chinês precisou tomar algumas medidas para evitar a disseminação do vírus durante o evento.
Dentre as providências, está a exigência de que todos os atletas e o público que queira comparecer aos jogos faça o uso do aplicativo oficial MY2022 — que conta com informações sobre o evento, jogos, viagens, acomodação, alimentação, etc.
Todavia, ao analisar os códigos do app, o pesquisador Jonathan Scott descobriu que ele coleta gravações de áudio dos usuários e as envia para servidores chineses.
Segundo ele, isso acontece tanto no iOS quanto no Android. Quando aberto em primeiro plano, ele ouve ativamente o áudio no dispositivo. Quando movido para segundo plano, ele força internamente para garantir a permissão do sistema e continuar fazendo a mesma coisa.
Não está claro, entretanto, como todo o processo acontece ou é possível — e, também, se ele se livra do ponto laranja o qual indica que o microfone está sendo usado.
Segundo o pesquisador, o app usa tecnologia da chinesa iFlytek, startup já adicionada à lista negra do governo americano, em 2019, por maus tratos a muçulmanos e minorias.
No mais, o app ainda armazena outras informações sensíveis de usuários que podem ser perigosas, como informações de viagem, médicas e de passaporte. A organização do evento ainda não comentou o assunto.