Como eu disse há alguns meses, nós podemos reclamar o quanto quisermos (e com toda a razão, sinceramente) sobre o fato de a Apple viver uma fase de acomodação, sem apresentar novidades que encham os olhos e contentar-se em atualizar pontualmente a linha que permanece basicamente a mesma desde o lançamento do Apple Watch. O que nós não podemos dizer, entretanto, é que ela não está tentando: o gasto da Maçã com pesquisa e desenvolvimento nunca foi tão grande, e, com isto, a possibilidade de vermos novas tecnologias e boas ideias no futuro cresce substancialmente.
Quer mais uma prova disso? A empresa revelou hoje [em mandarim, boa sorte] que irá investir mais de ¥3,5 bilhões (~R$1,57 bilhão) em dois novos centros de pesquisa e desenvolvimento na China, mais especificamente nas cidades de Xangai e Suzhou. A ideia é aproveitar o desenvolvimento tecnológico pujante do território chinês para aprimorar a sua cadeia de fornecimento e produção no país, além de atrair estudantes/graduandos de uma série de universidades próximas; a Maçã, inclusive, já fechou parceria com algumas instituições de ensino das localidades para oferecer programas de estágio.
O vice-presidente sênior de engenharia de hardware da Apple, Dan Riccio, falou brevemente sobre o anúncio:
Estamos ansiosos em trabalhar com mais parceiros locais e instituições acadêmicas através da expansão dos centros de P&D na China. Ficamos honrados em ter acesso a estes excelentes talentos e ao espírito empresarial animado da região, onde nossos desenvolvedores e fornecedores trabalharão juntos.
Se você está perdido, a Apple já anunciou dois outros centros de P&D na China, nas cidades de Pequim e Shenzhen; todos os quatro, incluindo estes dois recém-revelados, deverão entrar em operação até o fim do ano.
No comunicado de hoje, a Apple afirma que mantém 12.000 postos de trabalho diretos na China, mas que “criou e suporta” 4,8 milhões(!) de empregos no país — destes, 1,8 milhão são desenvolvedores de apps para iOS. Em outras palavras: construir boas relações com uma das maiores potências (e mercados) do mundo nunca é uma má ideia, aparentemente.
[via Cult of Mac]