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Review: RoboVac X8 Hybrid, atual topo-de-linha da eufy (Anker)

Uma mudança de paradigma em aspiradores-robô

No comecinho de outubro, o Edu publicou aqui no site o review do RoboVac 11S — modelo de entrada da linha de aspiradores-robô da eufy (Anker) que cumpre muito bem o que promete, como vocês leram por lá.

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O RoboVac 11S é um modelo inferior em relação ao RoboVac G10 Hybrid, modelo que mostrei em vídeo por aqui no final de 2019. Sobre o 11S, o Edu disse:

Também não senti falta de controlar ou interagir com o aspirador por um app no iPhone. A facilidade e a simplicidade de pegar o controle remoto dele, ligar e não fazer mais nada é ótima — e, diria, algo positivo para pessoas que não têm tanta intimidade assim com smartphones.

Eu entendo perfeitamente o que ele diz porque a função principal de um produto como esse é aspirar, é limpar o ambiente. E, de fato, com o meu antigo G10 eu muitas vezes nem usava o app, ou se usava era só porque podia usar — não porque era a forma primária de controlá-lo.

Isso mudou completamente nas últimas semanas, com a chegada do RoboVac X8 Hybrid — novo topo-de-linha da eufy. Para quem perdeu, aqui está o meu vídeo de unboxing e hands-on inicial com ele:

YouTube video

Agora, vamos para o review de fato — claro, usando como base a minha experiência de dois anos com o G10.

Mudança de paradigma

Eu fiquei muito empolgado quando vi que a eufy havia adentrado uma nova categoria de aspiradores-robô, incorporando no X8 um sistema de navegação a laser (iPath) com mapeamento de ambientes — inclusive com múltiplos cômodos e/ou andares.

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Isso era, sem dúvida nenhuma, a grande ausência nos modelos já oferecidos por ela. Eu sabia disso, mas não sabia que isso faria tanta diferença na minha interação com o produto.

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Como citei acima, com o G10 eu de vez em quando usava o app para controlá-lo, mas não era algo tão primordial quanto com o X8 porque eu ainda precisava pegar e colocar o aspirador onde eu queria que ele trabalhasse. Sendo assim, era bem mais fácil simplesmente apertar o botão principal no topo dele próprio para que iniciasse o processo de limpeza automática a partir dali e pronto, corria pro abraço.


Ícone do app eufy Clean (EufyHome)
eufy Clean (EufyHome) de Power Mobile Life LLC
Compatível com iPadsCompatível com iPhones
Versão 3.1.2 (418.3 MB)
Requer o iOS 12.0 ou superior
GrátisBadge - Baixar na App Store Código QR Código QR
Screenshot do app eufy Clean (EufyHome)Screenshot do app eufy Clean (EufyHome)Screenshot do app eufy Clean (EufyHome)Screenshot do app eufy Clean (EufyHome)

Com o X8, tudo muda. A qualquer momento, de qualquer lugar do planeta, eu posso pelo app EufyHome dizer que cômodo(s) da casa desejo que ele limpe e mandar iniciar o processo. Ele sai da base, vai sozinho até o local, realiza o serviço e volta automaticamente para a base.

“Ah, Rafael, mas você é preguiçoso, hein! Que que custa pegar o aspirador e levar pro ambiente que você quer limpar?” De fato, não custa muito. Assim como não me custa muito lavar a louça à mão em vez de jogar tudo na máquina de lava-louças; ou fazer o mesmo com as roupas sujas; ou, sei lá, levantar do sofá e mudar o canal da TV pelos botões laterais em vez de pelo controle remoto. 😜

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Eu lhes garanto que isso faz muita, mas muita diferença no dia a dia — especialmente para quem não tem uma empregada doméstica ou faxineira em casa, como nós aqui. É algo que, por si só, tem me feito colocar o aspirador-robô para funcionar com bastante mais frequência do que com os modelos anteriores que já tive.

Uma coisa que temos que levar em consideração, ainda neste tópico, é que você precisa fazer uma “preparação do ambiente” para o aspirador-robô. Ora, ele pode ter inúmeros sensores, mas você tem que tomar cuidado para ele não se enroscar em fios, aspirar brinquedos pequenos, entrar onde não deve, etc. Com o X8, eu posso mandá-lo ir para um dos quartos e, enquanto ele “caminha” até lá, já vou preparando o ambiente.

E mais: posso fazer isso com múltiplos cômodos, na ordem que eu mesmo definir no app. Então preparo o primeiro, deixo ele trabalhar lá e, quando vejo que ele já foi para outro cômodo, sei que posso colocar tudo de volta no seu devido lugar.

Sério, eu já estou com ele há semanas aqui e ainda me divirto vendo-o ir sozinho até onde eu mandei, fazer todo o trabalho, e depois retornar à sua base. Como eu amo tecnologia! 🤩

App EufyHome

Okay, já compartilhei bastante a minha percepção sobre toda essa mudança de paradigma trazida pelo X8, mas como que a coisa funciona na prática?

Bem, o app EufyHome é o mesmo que eu já usava com o G10. Mas, ao tocar no X8, nos deparamos com uma interface totalmente diferente e adaptada para esse uso mais inteligente do modelo topo-de-linha.

Como vocês podem ver na screenshot à direita, o mapa do meu apartamento já está obviamente todo “cadastrado” no app — mas eu falarei mais desse processo diante.

O mais bacana, aqui, são os quatro botões na parte inferior. Ali, podemos realizar uma limpeza automática a partir de onde o aspirador estiver (basicamente, como eu sempre usava o G10), mandá-lo para uma ou mais divisões/cômodos da casa (como eu uso quase sempre), definir uma área específica no mapa (já usei uma ou outra vez, é legal) ou um local (similar ao anterior, só que você escolhe um ponto de destino apenas).

Também temos, ali, botões para definir o tipo/a força de sucção (inclusive podendo habilitar o BoostIQ, que faz um aumento automático de potência em caso de necessidade — como quando o RoboVac passa por cima de um tapete ou carpete) ou mandá-lo de volta à base de recarga a qualquer momento.

Quando um serviço é finalizado, podemos ver na parte superior do app a área total de limpeza, bem como o tempo que o X8 levou para concluí-la.

O que nos leva ao próximo tópico.

Navegação otimizada

O sistema de navegação a laser do X8 não serve apenas para ele ser capaz de mapear a sua casa. Os movimentos do aspirador-robô, em todos os aspectos, tornam-se também mais inteligentes e otimizados.

Num aspirador-robô mais simples, o máximo que ele tem são sensores ou para-choques que ajudam-no a saber quando ele chega a uma parede e então manda ele virar para um dos lados e prosseguir até conseguir andar livremente de novo. Ou seja, é como se fosse um “carrinho de bate-bate” que vai andando para lá e para cá, no seu cômodo, até eventualmente passar por todos os pontos e deixar tudo limpinho.

Mesmo sem mapeamento de ambientes, o G10 já era um pouco mais inteligente nesse sentido e conseguia ter uma noção de locais por onde já havia passado. Ainda assim, o processo de navegação dele não chega nem aos pés de como o X8 trabalha.

Quando o X8 inicia o trabalho num cômodo, ele por padrão caminha por todas as paredes e, depois, finaliza o trabalho fazendo um zigue-zague. Claro que, a depender da complexidade e do design do cômodo, ele às vezes precisa dividir essa tarefa em algumas partes, mas via de regra é como ele trabalha — e isso faz ele ser muito mais rápido para terminar o trabalho, economizando também a sua bateria. Ele dificilmente passa mais de uma vez por um local já limpo.

Não vou dizer que os movimentos dele são perfeitos, claro que não são. Um humano ainda olha para um ambiente e consegue traçar, em sua cabeça, um itinerário bem mais otimizado do que o X8.

Por exemplo: quando eu mando ele para um dos quartos, ele precisa sair da sua base, que está na sala, desviar da mesa de jantar e aí sim ir para o corredor de acesso aos quartos. Um humano simplesmente daria logo a volta na mesa e seguiria para o corredor; mas ele, como “sabe” que a mesa não é um obstáculo tão grande assim (afinal, quando eu mando-o limpar a sala, eu afasto as cadeiras), ele primeiro tenta passar por debaixo dela para — na teoria — fazer o menor caminho possível.

Claro que, eventualmente, o X8 nota as barreiras e consegue dar a volta. Mas ele acaba perdendo um pouquinho de tempo nessa fase inicial, o que eu acho bastante compreensível considerando o cenário como eu descrevi.

Pelo menos, enquanto ele faz isso, já vai limpando esses locais também. 😉

Criando e editando o mapa

Como eu mostrei no vídeo de hands-on com o X8, quando abrimos o app pela primeira vez, ele obviamente quer criar um mapa completo da sua casa — e ele faz isso, é claro, aspirando tudo.

Sendo assim, para esse mapeamento completo (que teoricamente você precisa fazer uma vez só, mas eu já fiz três ou quatro vezes — explicarei a seguir), é preciso fazer a tal “preparação do ambiente” na verdade para a sua casa inteira. Aqui no meu apartamento, ele consegue passar por tudo em cerca de 1h10-1h15 — e sim, em apenas uma carga de bateria.

Uma vez concluído o mapeamento, ele mesmo já faz alguma pré-divisões automáticas dos cômodos da casa. Mas, claro, a partir daí você pode então unir e/ou dividir áreas, e, uma vez que tudo estiver certinho, dar nomes para cada uma delas.

Outro recurso interessantíssimo, aqui, é o de definir áreas restritas. Você pode selecionar um ou mais retângulos, fazer uma delimitação virtual e/ou também especificar áreas que ele só não deve passar quando estiver trabalhando em modo mop (passando pano além de aspirar).

Ou seja, com esse recurso eu consegui definir que ele não passe por uma área atrás da mesa do meu escritório cheia de fios, e nem que entre por debaixo do vaso sanitário do banheiro do corredor aqui de casa — porque ele até consegue entrar, mas depois já ficou preso duas vezes devido ao seu círculo superior onde ficam os sensores de navegação a laser.

Aliás, isso é algo a se levar em consideração quando você estiver considerando a aquisição do X8. Ele é tão fino quanto os anteriores, mas esse “calombo” pode ser um problema em locais bem específicos como esse que citei do vaso sanitário. Em todos os outros locais aqui de casa (rack da televisão, armário do banheiro, porta-sapatos, etc.), o X8 consegue passar por debaixo sem problemas — tal como o G10 passava.

Mas sim, como citei acima, eu já tive que refazer o mapeamento todo aqui do apartamento algumas vezes. Logo quando ele chegou, tudo estava funcionando bem — mas aí, saiu um update de firmware prometendo melhorias que “quebrou” legal a coisa. Basicamente, ele toda hora “perdia” a localização da base de recarga — ela meio que “se movia sozinha” e acabava entrando em outro cômodo da casa, deixando o X8 totalmente confuso quando eu mandava-o para algum lugar, pois ele achava que estava iniciando o trabalho partindo de dentro do banheiro da suíte, enquanto na verdade estava na sala.

Houve uma vez, também, em que o X8 ficou preso debaixo do vaso sanitário e, sei lá por que motivo, quando “resgatei” ele de lá, o mapa do meu apartamento simplesmente sumiu do app.

A boa notícia é que, há umas duas semanas, o próprio app EufyHome recebeu um update que, para mim, resolveu todos esses problemas. Desde então, o mapa do meu apartamento está devidamente guardado e o local da base de recarga, fixo. Ufa! 😅

Limpeza

De nada adiantaria tudo isso que eu falei até aqui se o X8 não cumprisse bem a sua tarefa primordial: aspirar, limpar o ambiente. E essa também foi outra coisa que esse modelo aprimorou em relação aos anteriores.

Isso porque o X8 agora tem não uma, mas duas turbinas com uma potência de 2.000Pa — ainda que, felizmente, ele não seja 2x mais barulhento por isso. 😉

Como eu já percebi que ele tem bateria de sobra para limpar a minha casa inteira (vale notar que isso não seria um problema se a casa fosse maior, porque ele é capaz de retornar para a base, recarregar e depois continuar de onde parou), preferi deixar a configuração de sucção no estado “Turbo” — e, quando ele precisa, o BoostIQ troca automaticamente para o modo “Máx”.

É claro que nos modos “Pura” ou “Potência” ele faz menos barulho, mas o “Turbo” não chega a me incomodar e, de qualquer forma, eu quase sempre uso o aspirador durante o dia mesmo. Se fosse para colocá-lo para trabalhar à noite, provavelmente reduziria um pouco essa configuração.

Nesse novo modelo, a eufy incorporou um sistema de compressão de sujeira que deu até 127% mais capacidade ao seu reservatório. Talvez seja o fato de eu estar usando-o com mais frequência, como falei, mas é incrível (para não dizer assustador) abrir aquilo ali e ver o quanto de sujeira que ele captura. E olha que eu nem tenho mais bichinho de estimação — outra grande vantagem desse novo modelo, que segundo a eufy é capaz de limpar 58% mais pelos de pets do que antes.

E não, eu ainda não testei o X8 no seu modo híbrido de mop. Taí uma coisa que também não usei com o G10, talvez por todos os passos extras de ter que encaixar uma outra peça nele, encher de água, garantir que ele não passará por onde não deve… 🤷🏼‍♂️

A menos que você realmente tenha muito interesse nessa função extra, eu economizaria alguns trocados e compraria o modelo normal, “não Hybrid”.

Conclusão

Agora eu já tive desde um modelo básico de aspirador-robô (similar ao 11S do Edu, mas era na verdade o 30C — que já podia ser controlado pelo app) até este novo topo-de-linha, acho que cheguei à conclusão de que, em se tratando de um produto como esse, o ideal são os extremos.

O que quero dizer com isso é que, se você estiver em busca do seu primeiro aspirador-robô e/ou não queira gastar muito com esse produto, eu diria para optar pelo mais básico — que pode ser o 11S, avaliado pelo Edu, ou outro equivalente. Não vejo muito sentido em gastar um pouco mais num modelo intermediário, porque a sua experiência com ele pouco mudará.

Mas, se você quiser e puder investir num modelo mais caro/topo-de-linha, o X8 é uma excelente pedida. Ele não chega a ter todos os recursos presentes nos modelos top de algumas concorrentes (uns já têm, por exemplo, um reservatório de sujeira acoplado à base de recarga), mas oferece sem dúvida nenhuma um custo-benefício superior.

O RoboVac X8 Hybrid sai por US$650 no site da eufy e, usando o cupom WSCPXTLRP9, você ainda tem US$190 de desconto nos próximos dias. Já a uma versão não-híbrida sai por por US$600 — da mesma maneira, o cupom WS24X8BFUS dá US$180 de desconto nos próximos dias.

Por ora, não há previsão de chegada do X8 ao Brasil.

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