Um dos primeiros aplicativos da Apple destinados a consumidores domésticos, o atual iDVD surgiu em 2001, inicialmente pré-instalado em Macs com SuperDrive. Depois de quase uma década, a impressão que vários sites dão atualmente sobre a atual versão é que ela já está dando sinais de fadiga, próxima de deixar a suíte iLife.
Contudo, isso não vem de agora: desde a versão ’06, o aplicativo não vem sendo muito explorado pela Apple. A adição de novos recursos foi mínima, desde que ela começou a oferecer ao usuário o poder de compartilhar seu conteúdo por meio da web: primeiro, com o recurso de Photocast do iPhoto ’06 e o iWeb; depois, com o lançamento da .Mac Web Gallery e o suporte à exportação de vídeos do iMovie para o YouTube no iLife ’08. Por fim, o novo iDVD ’09 sequer foi mencionado na keynote da última Macworld Expo, nem na caixa do próprio iLife.
Já é claro há muito tempo, por meio do iWeb e na atual MobileMe Gallery, que a Apple dá preferência ao compartilhamento de vídeos e fotos pela internet — ou é isso que ela pensa que os usuários preferem. Todavia, no meu ponto de vista, isso não é motivo para deixar um dos aplicativos mais antigos da suíte largado, se é que ele não está perto de deixá-la.
Olhando do ponto de vista histórico, a Apple tem o hábito de “assassinar” drives de discos removíveis dos seus produtos. O primeiro iMac deixou de lado o disquete; o MacBook Air, lançado no ano passado, apesar de ser uma solução destinada a pessoas que vivem sem a necessidade de conexão por meio de fios e contar com opção de SuperDrive externo, foi considerado por alguns como aquele que poria fim às mídias ópticas — claro, os DVDs e CDs musicais já estão morrendo, diante das opções de compra online de conteúdo. Assim, uma coisa puxa a outra: os softwares relacionados à criação de DVDs acabam caindo no abandono. E o iDVD também está seguindo esse caminho, aparentemente.
De qualquer forma, eu acho que ainda é cedo para os aplicativos de autoração de DVDs ficarem no passado. Os drives Blu-ray sequer chegaram aos Macs ainda, sem falar que poucos PCs no mercado os oferecem. Há chances de que eles ainda salvem a autoração e a disponibilidade de conteúdo em mídias ópticas, já que suportam vídeo em alta definição. No entanto, é bom lembrar que conteúdo nesse padrão já pode ser adquirido por meio de TVs conectadas à web, ou seja, já dá para se ter uma ideia de como as mídias físicas de alta definição vão morrer…