Mais uma semana, mais músicas (quatro outra vez, ufa!) para engordar sua biblioteca um pouquinho de cada vez e, principalmente, apresentar novos artistas ou relembrar-nos de que antigos favoritos estão com novos trabalhos.
Antes de mais nada, queria agradecer pela participação de todos no post da semana passada, respondendo à pergunta “quantos idiomas há em sua coleção de músicas?”. Fique chocado com o que o Bruno Santos respondeu: é muito idioma! Nem um Babel Fish dá conta de tanta língua.
Mais sobre isso no final deste post, pois a hora é de comentar as pérolas de hoje!
Toda semana, encontramos uma faixa de um artista ou banda de que gostamos e a trazemos até você, gratuitamente, como nosso Single of the Week. O bem vestido MC chamado Boaz saúda de Pittsburgh e, tomando como base as faixas de The Audio Biography, possivelmente seguirá os grandes passos de Wiz Khalifa, a ponto de atrair atenção para o som de PA. “No More” exibe a atitude de um ambicioso espertalhão, verso após verso de trocadilhos espessos como melado, enquanto o produtor Soulstar arremata tudo junto com batidas fortes de funk à la Curtis Mayfield.
Se você gostar da faixa, dê uma sacada no álbum. [22 faixas por US$10]
Quer matar sua música? Coloque um loop insuportável de um cara gemendo por baixo de um vocal pobre e de uma batida torturante de tão chata. Como quase todo rapper que se preza, Boaz é altamente pretensioso e muito pouco agradável para ouvidos leigos nesta faixa — especialistas em hip-hop/rap, discordem à vontade nos comentários, vocês me estarão fazendo um grande favor. “No More” (link para a iTS) é podre de ruim, mas você poderá conferir que o Boaz tem mais a oferecer no MySpace. Pontos a menos por ele não assinar “Well Conected” (3/5) e “Gettin Mine” (2/5) e ter empurrado esta praga de madrinha como SotW: se era pra criar uma boa imagem, atraindo atenção para seu álbum de estreia, que fizesse direito. Quem quiser conferir mais, dê um pulinho no canal dele no YouTube. IMHO: 0/5 Esta faixa é uma das piores do álbum, acho.
Nosso Discovery Download põe em foco um gênero diferente toda semana, oferecendo gratuitamente uma faixa que julgamos merecer sua atenção. Tocar teclados, para o produtor/compositor/pioneiro ambiental Brian Eno, é o impressionante equivalente musical a ser um sous chef, para Thomas Keller ou Alice Waters. O produtor/compositor/remixer/pianista Jon Hopkins tem esse pequeno crédito com Eno em estúdio para mencionar casualmente nas festas, bem como uma reputação para compelir shows ao vivo. O instrumental épico “Light Through the Veins”, deste nativo de Londres, pode soar familiar aos fãs da Coldplay, pois ele foi usado como introdução e conclusão do álbum de 2008 da banda, Viva La Vida. Aqui está uma chance para imergir-se em seus mais de nove minutos de glória cinemática.
Se você gostar da faixa, dê uma sacada no álbum completo. [12 faixas por US$10]
(Para ser mais específico, você reconhecerá trechos desta música em no começo de “Life in Technicolor” e no final de “Death And All His Friends”, respectivamente primeira e última faixas do álbum Viva La Vida.)
Dá pra imaginar meu pulo ao ouvir os primeiros acordes — eu ouço as faixas antes de ler as descrições. “Light Through the Veins” (link/atalho/caminho/porta para a iTS) não é para os fracos de coração: ela é looonga (são quase 18MB)! Recomendo altamente deixar o “Skip When Shuffling” marcado nas opções, pois ouvir isso acidentalmente no ônibus é trevas total. 😛 Mas, no geral, é uma melodia relaxante, linda e que vai gradativamente crescendo — apesar de nunca chegar ao lindo clímax de “Life in Technicolor”, ela explode e morre belamente, provocando arrepios ao ressuscitar rapidamente. Vale a pena tê-la na sua biblioteca, principalmente para momentos a dois, mas acho que é preciso ser muito fã de Coldplay (como eu) para vibrar. No MySpace ou no site oficial, você verá que o trabalho do Jon Hopkins é mais ou menos sempre nessa linha sussa. IMHO: 4/5 Com as reservas supracitadas, esta é uma faixa ideal para ter e dormir ouvindo.
Toda semana, encontramos uma faixa de um artista ou banda que está na crista do sucesso e a trazemos até você, gratuitamente, como nossa Canción de la Semana. O suave Larry Hernandez vem a nós com o novo álbum 16 Narco Corridos, o qual oferece alguns dos mais tocantes corridos na história recente. Hernandez tem uma voz amigável, descontraída, que se encaixa com seu estilo caloroso atrás do microfone. Gargalhando, fazendo observações e mandando pedacinhos de poesia de marejar os olhos — Hernandez e sua banda conduzida por corneta soam simplesmente perfeitos em “El Queredón y Cajestoso”.
Se você gostar da faixa, dê uma sacada no álbum. [17 faixas por US$10]
Você já ouviu reggaetón, mas será que já conhece o corrido? Palma, palma, palma, não priemos cânico! Este estilo nem chega aos pés, em termos de ser irritante, mas muitos ouvirão com reservas. O corrido é um som tipicamente mexicano, à moda antiga, e tem ares narrativos, o que pode prejudicar um ouvinte que não compreenda bem o espanhol. Dada esta pequena introdução, “El Queredón y Cajetoso” (link para a iTS) é… estranha. Sabe quando um cantor de música sertaneja toma todas e começa a querer ser engraçado? É a sensação que temos, ao ouvir esta música. Eu realmente não vejo um bom motivo para recomendar o download… Talvez, se você quiser treinar o ouvido para entender o que ele fala. Não vá ao perfil do Larry no MySpace: é a coisa mais catastrófica que eu já vi! Perda visual completa e as faixas lá nem valem tanto a pena. E nem se engane: o que o cara chama de “site oficial” é um perfil tosco numa rede social. :-/ IMHO: 1/5 Dá pra ouvir sem querer morrer, mas _gostar_ é pedir demais…
Produzido por Brendan O’Brien, o álbum Crack the Skye integra músicas de metal épico, arranjadas com tempo progressivo e mudanças de tom. As letras desvendam uma história fantástica sobre um paraplégico que, podendo viajar para fora de seu corpo, livra-se de sua âncora à realidade e é sugado por um wormhole ao mundo espiritual. […] O juggernaut incansável que é “Divinations” toca e pesa mais que qualquer outra faixa neste álbum.
[Adaptado do comentário sobre o álbum na iTS.]
Vou procurar ser rápido, para não doer tanto: “Divinations” (link para a iTS) é uma música bem no estilo “rock bad boy”, metido a malvadão e, com um solo de guitarra interessante, não é de todo ruim. Aliás, eu diria que a Mastodon faz um rock até mais ou menos (“Just Got Paid” é um exemplo de “mais”, nesta equação; confira no MySpace). Porém, este clipe é terrível: como se não bastasse uma verdadeira overdose acéfala de testosterona (homem das cavernas tocando guitarra?!), a coisa descamba para o mal gosto puro e simples no final. Minha recomendação? Passe longe. Se você gostar (afinal, gosto é que nem nariz…), o making of está disponível no site oficial da banda. IMHO: 1/5 O som é bom, mas o vídeo é para adolescentes fazerem os pais procurarem um padre.
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Bem, esta semana com certeza pode figurar entre as piores que já vimos… A respeito de idiomas na coleção de músicas, a minha tem (em ordem de abundância) inglês, português, japonês, alemão, espanhol, francês, irlandês, hebraico, latim, chinês, coreano, africanês (eu acho) e loxian (coff! *Enya!* coff!). Trouxe este assunto à tona porque eu sou um daqueles chatos que sempre pede para ver DVDs com legendas e áudio original: realmente acredito que ter contato com diversos idiomas faz bem. Estudá-los, então, nem se fala! É uma forma excelente de manter a mente sempre jovem e pronta para desafios — Alzheimer, be gone! E nada melhor que música para ajudar a conhecer e ter contato com vários idiomas.
Por isso, aqui vai uma recomendação para quem quiser ter mais contato com alemão: Silbermond. Por ser uma banda de pop-rock, tenho certeza de que alguma faixa dela há de agradar, mas deixo logo a dica (e links pro YouTube!) de que “Durch die Nacht” , “Symphonie” e “Das Beste” são três faixas peso-pesado, muito boas mesmo! Outras informações podem ser conferidas no site oficial (em alemão), mas infelizmente só colocaram as faixas para ouvir via… Winamp. 🙁 Nem tudo é perfeito, dá pra ouvir um bocadinho do som deles no MySpace, pelo menos. Ah, não fui eu que coloquei o símbolo da tecla Command: é uma marca que a banda adotou em seu álbum Laut Gedacht.
Bem, é isso! Semana que vem, mais comentários sobre as gratuidades da iTunes Music Store e dicas de artistas inusitados vindos de algum lugar distante… Enquanto isso, deixo mais uma pergunta: como você guarda seus fones de ouvido? Eles ficam parecendo uma cama-de-gato, quando você precisa deles? Responda nos comentários e até a próxima terça! 🙂
Caso você não tenha uma conta na iTS norte-americana, leia este post. As músicas aqui comentadas só podem ser adquiridas gratuitamente até 11 de maio, portanto não marque bobeira!