Falei do Alpha pela primeira vez em março, quando existia apenas uma página falando do seu lançamento no decorrer daquele mês. De lá para cá, Steve Wolfram, fundador e atual líder da Wolfram Research, falou em público várias vezes sobre o serviço e o quanto ele é importante para o futuro dos buscadores, algo que foi abordado por Sergey Brin na última carta anual dos fundadores do Google, divulgada na semana passada. Com o lançamento do Alpha ao público ontem, é possível ter uma prévia de como será esse futuro e o quanto ele ainda deve melhorar para se tornar popular e fácil para todos.
Falar que ele é um concorrente direto do Google é algo muito precoce, e isso não deve ser usado para caracterizá-lo por ora. Ele também não é nada fadado ao fracasso, como foi o caso do Cuil no ano passado, mas fornece um tipo de busca de busca diferente, que em nenhum momento envolve diretamente bilhões e bilhões de sites, mas sim servidores de banco de dados, que conseguem identificar da forma mais precisa possível o que o usuário digita e, assim, obter e exibir os resultados com a ajuda de um motor baseado no Mathematica, um dos aplicativos de computação científica mais usados no mundo, também pertencente à Wolfram.
Na página de exemplos criada pela empresa, é possível ter uma ideia do potencial computacional que o serviço desenvolvido por trás do Alpha possui em um estágio ainda primitivo de desenvolvimento — o nome “Alpha” não foi atribuído à toa… 😛 –, mas que também deve ser usado de uma maneira formal e clara para que os resultados possam ser exibidos com qualidade. Tags e termos de busca como conhecemos caem por terra no Alpha e não servem para quase nada. É preciso descrever em poucas palavras e com clareza o que você deseja para que ele possa retornar resultados correspondentes ao que você quis buscar.
No entanto, ele é capaz de manipular vários tipos diferentes de dados de forma categórica, até operações matemáticas, financeiras, geográficas, sociais e um monte de outras coisas ligadas a ciências exatas, biológicas e humanas. Os resultados são retornados ao usuário de forma clara e objetiva, com um número relativo de detalhes, o que o torna tão ideal para uso de profissionais dos ramos de educação, ciência e tecnologia quanto o próprio Mathematica.
O único problema é que ele não se mostrou muito robusto no tempo que o utilizei:
No final, o Wolfram Alpha tem potencial para crescer em número de usuários. O seu poder computacional e a qualidade dos resultados que ele fornece podem torná-lo algo indispensável para a vida e o trabalho de muita gente. No entanto, ele não deve ser encarado como algo que vai substituir o Google, e sim como um serviço que possa complementá-lo no nosso dia-a-dia atual.
Quem quiser buscar por pessoas, vídeos, notícias, assuntos ou outros dados buscando várias informações com muitos detalhes nem vai passar perto do Alpha. O pessoal da Wolfram criou um serviço incrível, mas que eu particularmente só vou utilizar quando quiser informações do conhecimento humano com o máximo de precisão, algo que o Google ainda não oferece, mas em que certamente já está trabalhando.