O melhor pedaço da Maçã.

Cecomil Mega Store lembra uma Apple Retail Store em Fortaleza (CE)

Cecomil InformáticaPor muito tempo, na capital da Terra do Sol, contamos apenas com uma loja abastecida de produtos Apple, a Universo Digital (que, por um motivo estranho, nunca mudou os banners da fachada: nosso sol cauterizante já detonou as cores deles faz tempo…). Com o tempo, mais revendedores autorizados foram aparecendo, mas sempre de forma meio tímida: os Macs ficavam sempre perdidos no meio dos PCs, parecendo simples versões de luxo, sem tanto destaque. Contudo, parece que isso está mudando, principalmente na rede de lojas Cecomil.

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Foi nesta rede que adquiri meu MacBook branco (o Mack!) ano passado e, por ter deixado meus contatos com o pessoal da loja na época, acabei na lista de convites para um workshop de apresentação ao mundo Mac na nova Cecomil Mega Store, recém-inaugurada. Meus pensamentos: “Ora, ora… Posso matar dois coelhos com um só golpe: visito a loja nova, que está bem bonita nas propagandas, e ainda vejo se esse evento seria um indicativo de ‘Apple Retail Store genérica’ aqui na terrinha.”

Pois confirmei minha presença e quarta-feira fui lá conferir de perto. Abaixo trago minhas impressões sobre o que vi, ouvi e toquei. Informações importantes, antes: ninguém na loja sabia que eu era do MacMagazine e, se o gerente vir este post, vai ficar tão surpreso quanto cada um de vocês. Devo inclusive pedir perdão pela escandalosa ausência de fotos in loco: em minha visita, eu não estava com uma máquina fotográfica decente (só meu Nokia 5200, VGA e péssimo à noite), além de não querer problemas legais com o pessoal de lá (por este motivo, também não vou publicar scans do material de divulgação).

Sobre a loja

  • A Mega Store tem um espaço Apple pequeno, mas arrumadinho, com sete Macs em exposição e alguns sistemas de som para iPods, além de uma leva de acessórios (a maioria esmagadora deles, iLuv).
  • Os modelos expostos vão do MacBook branco, passando pelos unibody de 13 (dois destes) e 15 polegadas (todos Late 2008), iMac, Mac mini e Mac Pro. Faltaram só um MacBook Air e o MacBook Pro de 17″ pra fechar a linha inteira. Tudo bem, certo? Errado! Praticamente todos estavam com algum problema sério nos trackpads ou Mighty Mouses (não cheguei a mexer no Mac mini, que usava teclado e mouse genéricos). Foi horrível: deu vontade de tacar um martelo neles e acabar com a dor, por piedade. Imagino o que um novato no mundo Mac que vê essas máquinas lascadas não deve pensar… 🙁

Família de Macs

  • Estranhamente, na loja vendem AirPorts Extreme, mas não Express. Também há ZERO softwares da Apple: nem o iLife, eu vi por lá, que dirá um iWork ou Final Cut!
  • Pérolas da publicidade impressa: iPod nano 4G agora é iPod Nano Cromo 16g, tá? MacBooks unibody são Notebooks Apple Prata, certo? iPod shuffle 3G tem as cores azul e verde, 2GB, e preta, 4GB. Quem já conhece o Micro Imac Apple? Notebook Apple Air Pt também é coisa nova. E o Micro Mac Mini?! É quase um iPod pequeño. E o Mouse Mighty Apple? Fica a dica para melhorarem o material de divulgação.
  • Comercial do Laptop HuntersHá espaços HP e Sony, ambos menores que o espaço Apple, além de uma bancada só de netbooks: tudo bom o bastante para um comercial Laptop Hunters. Os gabinetes de PCs genéricos, porém, reinam absolutos, ocupando quase toda a porção central do espaço.
  • A bancada que expõe gadgets é dupla: de um lado, telefones celulares; do outro, iPods. Muitos iPods. Todos desligados, infelizmente, então só dá mesmo para ter uma noção do tamanho e do peso deles — o que já é um excelente ponto de venda, mas… :-/
  • A parte superior da loja, bem como a fachada, têm um ar de Apple Retail Store quase forte demais para ignorar. Os atendentes também foram super educados e prestativos — quando um não sabia de alguma coisa que eu perguntava, procurava logo resolver.
  • Ponto positivo, pra quem desenha por hobby: eu nunca vi tantos tablets à venda num lugar só, em Fortaleza. Já sei onde posso encontrar uma substituta para minha Genius velha de guerra…
  • Mais uma coisa boa para o pessoal das artes gráficas: suprimentos de impressão abundam, inclusive plotters (não é coisa que eu vejo em toda loja daqui).
  • O lugar é bem amplo, fazendo jus ao “Mega” que carrega no nome: mais pro fundo, há uma seção rebaixada, cheia de prateleiras onde encontramos acessórios, jogos (para PC, PS3, Wii e Xbox 360), malas para notebooks e outras coisas do tipo.

Sobre o workshop

  • Eram apenas 20 vagas disponíveis para clientes convidados (o que explica a notável ausência de divulgação prévia aqui no blog; sorry, guys!). Entre os presentes, havia três categorias de pessoas: quem já tinha um Mac (mais ou menos 1/5), quem ia ter um Mac (2/5) e quem não sabia o que é um Mac (2/5).
  • A ideia da apresentação era mostrar o mundo Mac e tirar o medo de quem vai dizer adeus ao mundo Windows. Antes de começar, deixaram um loop com vários filmes da campanha Mude para o Mac (sim, dublados!). A galera adorou a participação da Gisele Bündchen — melhor projeto do iMovie EVER!

Get a Mac - Better Results

  • A oficina durou duas horas, mas passamos uma boa parcela desse tempo falando só do Boot Camp e do Windows, por conta da relevância desse OS para as pessoas que ainda não fizeram o switch. A pergunta de ouro: “Existe vida além da Microsoft?”
  • Parece que a sala de apresentação não tinha sinal de Wi-Fi (pelo que notei no menu do AirPort), um probleminha estrutural que resultou numa _ótima_ impressão para quem nunca usou um Mac: o apresentador gastou uns cinco minutos no início tentando conectar-se à internet, até que desistiu e foi offline, mesmo (detalhe importante: todo o processo frustrado foi pro telão, LIVE).
  • O apresentador não parecia muito à vontade no Mac OS X e, pode ser que eu esteja sendo chato, mas alguma pronúncias me causaram _dor_ (Finder é fáindér ou fínder? Exposé não tem a pronúncia francesa, quase expozê, ou é expo-Zé, como em José?).
  • Em vários momentos o rapaz se enrolou, o que denuncia que ou ele não teve como ensaiar (ao contrário do Steve Jobs), ou estava bem nervoso. Perdoável, mas nada Apple-like.
  • Porém, assim como o Steve, ele prendeu-se tanto ao iMovie e ao iDVD que deixou outras coisas (mais importantes) passarem em branco. (Coisas que a gente aprende, quando lê certos livros…)
  • No-shows: nenhuma palavra sobre o semáforo (simples, mas é um choque, pra quem vem do Windows), Stacks, as funções mais legais do Dock (que foi só apresentado), Spotlight, particularidades do teclado (só disse que não existia ABNT-2), Mail, Address Book, iCal, iWork (mas falou-se MUITO de Office: Mac) e, não fosse por um dos presentes (que disse já ter possuído desde um iMac G3, passando por um iBook até um MacBook Intel), nada se teria falado de integração com o iPhone. MobileMe foi apenas mencionado, duas vezes (sem o “Me”, era só o “Mobile”). Na hora de falar da iTunes Store Brasil, nem uma mençãozinha ao fato de ela ser uma iPhone App Store.
  • As dúvidas dos que foram ao workshop enriqueceram bastante a apresentação.
  • Pérolas: Exposé e Cantos de Tela Ativos são a mesma coisa? Já existem Apple Stores no Brasil? Leopard (32 bits) suporta até 16GB de RAM? Quem compra um Mac hoje, com o iLife ’08, não pode fazer upgrade pro ’09 (tem que comprar a versão Retail, por US$100)? O Boot Camp só pode fazer duas partições? Os MacBooks Pro Mid 2009 foram novidade total, quando um dos participantes os mencionou. Time Machine é a mesma coisa que restaurar um estado do sistema? “Macs _nunca_ travam completamente” (tipo, kernel panics são raros, mas existem, né?).
  • Esta, foi pesada: na saída, alguns funcionários da loja estavam P da vida, sonoramente reclamando do horário em que o treinamento acabou. Enquanto eu passava, um deles falou tão alto que eu pensei que fosse comigo. Profissionalismo, alguém?… :-/
  • O que serviu de consolo foi que os organizadores do workshop demonstraram uma boa vontade imensa: no início ofereceram lanche para os participantes, no final perguntaram a opinião de cada um, individualmente, houve um momento para conversar com o apresentador… Quisera eu ter podido ficar mais tempo, para poder conversar com todos. Só esse grau de atenção já compensou boa parte dos deslizes.

Resumindo: o workshop foi algo visivelmente principiante e faltou um tanto de showmanship (acho que estou mal acostumado com Stevenotes). Espero que a estrutura do espaço Apple melhore (coloquem Macs _funcionais_ em exposição, por exemplo) e que outras oficinas, mais bem cozidas que esta (quem sabe até endossadas pela Apple Brasil), aconteçam: o Ceará precisa bastante de algo assim, quando pensamos na Maçã.

Se fizerem um evento exclusivo para o GarageBand, por exemplo, eu serei o primeiro da fila! 😉

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