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Lançamento do Zenfone 5 comprova: Apple ainda dita as tendências do mercado

Muitos dizem que a Apple não é mais a mesma. E não é, obviamente. Não apenas por estar sob a batuta de Tim Cook (que substituiu o falecido cofundador e ex-CEO, Steve Jobs), mas por basicamente todo o alto escalão da Apple ter sido substituído.

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Ao olhar a página de liderança da empresa, apenas alguns poucos nomes como Eddy Cue, Jonathan Ive, Philip W. Schiller e Jeff Williams — e o próprio Cook, obviamente — faziam parte da equipe que comandava a Apple na época de Jobs. Isso, porém, não quer dizer que ela perdeu a sua relevância e a sua posição de liderança (não em números, se é que você me entende) no cenário tecnológico. A prova disso é o contestado iPhone X.

Quando foi lançado, todos — inclusive eu, é bom frisar — questionaram algumas decisões da empresa, principalmente a questão do recorte (notch). No meu caso, não é o recorte em si, mas o fato de termos pouco espaço ali na barra superior para colocar informações as quais eu considero essenciais (se o “Não Perturbe” está ativado, se algum fone Bluetooth sem fio está conectado, se a VPN está ligada e, é claro, o bendito percentual da bateria) — por conta do pouco espaço, todas essas informações só podem ser visualizadas na Central de Controle.

Após muita discussão, chegamos à conclusão de que o recorte nada mais é do que a marca da Apple no iPhone X. Num mundo/mercado onde as telas estão cada vez mais ocupando toda a frente do aparelho, como se sobressair? Como fazer com que o consumidor olhe para um telefone e o reconheça, de cara, que se trata de um iPhone? Sem o botão de Início, essa tarefa seria para lá de complicada. Mas não foi, graças ao notch.

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Lembre-se: antes do iPhone X, um recorte assim na tela de um smartphone não era nada normal. Se não me falha a memória, apenas o Essential Phone havia chegado ao mercado com esse tipo de solução. Ao adotar esse visual e abraçar o espaço ao lado do recorte, a Apple definitivamente criou uma “marca”. E ainda que muitos questionem o desempenho comercial do iPhone X, a tendência continuou: diversas fabricantes do mundo Android continuam buscando inspiração (para ser bondoso) em Cupertino.

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É claro que muitas delas são “irrelevantes”, mercadologicamente falando — ao menos irrelevantes para o mundo ocidental, para a nossa realidade. Além desses acima, temos outros exemplos como o Leagoo S9 (que terá uma versão Pro), os vindouros Huawei P20 e P20 Lite (já devidamente vazados por Evan Blass) e o suposto OnePlus 6.

Leagoo S9
Leagoo S9, com recorte na tela

Nesta semana, porém, a ASUS lançou o que eu particularmente considero a maior homenagem ao iPhone X, o Zenfone 5.

Zenfone 5
Imagem: CNET

Em uma reunião com a imprensa antes do lançamento do aparelho, conforme informou o The Verge, o brasileiro Marcel Campos (chefão de marketing da ASUS) disse: “Algumas pessoas dirão que estamos copiando a Apple. Mas não podemos nos afastar do que os usuários desejam. Você tem que seguir as tendências.”

Zenfone 5
Imagem: CNET

Estamos falando de um telefone com tela de 6,2 polegadas (formato 19:9, LCD, 2246×1080 pixels) que ocupa 90% da frente do aparelho — com direito a ajuste automático para a temperatura de cores (o que a Apple chama de True Tone Display) e um sensor para manter a tela ligada enquanto você está olhando para ela.

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Curiosamente, a ASUS afirmou que tais recursos estão presentes no aparelho graças a inteligência artificial, quando na verdade o que temos são sensores os quais são utilizados pela concorrência já há algum tempo. Perguntada sobre o assunto, a empresa afirmou que está “adotando uma ampla definição de AI”. E está mesmo — de forma descontrolada, diria eu.

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AI em tudo. #Asus #Zenfone5 #backto5

Mas voltando às caraterísticas do Zenfone 5: você pode desbloquear o aparelho com o seu rosto, mas a solução da ASUS (reconhecimento facial 2D) está longe de ser um Face ID — até por isso, o desbloqueio pela impressão digital continua disponível na parte traseira do telefone. Há, portanto, muito menos tecnologia ali no recorte frontal do que no do iPhone X. E justamente por isso é estranho ver a empresa se vangloriando de que o seu recorte é menor que o da Apple.

Nosso notch é menor!

O Zenfone 5 pesa 155 gramas, é equipado com um processador Snapdragon 636, traz 64GB de espaço para armazenamento e tem 4GB ou 6GB de RAM. Na parte traseira, além do sensor de impressão digital, temos duas câmeras (ambas com 12 megapixels): a principal com abertura f/1.8 e a secundária com um ângulo de 120º. Já a câmera frontal tem 8 megapixels e abertura f/2.0. Ele conta ainda com uma bandeja de chip tripla, sendo possível utilizar dois cartões SIM e um microSD; a bateria do smartphone tem 3.300mAh.

Além do Zenfone 5, teremos (apenas em junho) também o Zenfone 5z, que conta com o mesmíssimo visual mas possui especificações técnicas mais parrudas (Snapdragon 845, 256GB de espaço e 8GB de RAM). O preço do Zenfone 5 ainda não foi comentado; o 5Z, por sua vez, começará em US$500.

As semelhanças não ficam apenas no recorte frontal, já que o Zenfone 5 tem traseira de vidro e câmera dupla implementada de forma vertical. No campo do software, apesar de tudo nele ser bem diferente por rodar o sistema Android, a ASUS também resolveu implementar a sua própria versão do Animoji, da Apple. No caso dela, intitulada ZeniMoji

Algumas pessoas dirão que estamos copiando a Apple. Mas não podemos nos afastar do que os usuários desejam. Você tem que seguir as tendências.

A apresentação do recurso teve até direito a espetada na Apple e na Samsung: “Se ‘frutas’ e coreanos podem, nós também podemos.”

O fato é: olhando rapidamente, uma pessoa menos ligada ao mercado de tecnologia pode confundir o Zenfone 5 com um iPhone X numa boa. E, pela própria afirmação do Marcel, isso foi algo deliberado — não é à toa que chamei de “a maior homenagem ao iPhone X até agora”.

Nossos amigos do Tecnoblog e do Loop Infinito estão em Barcelona (Espanha) cobrindo o Mobile World Congress 2018 e falaram sobre o novo lançamento da ASUS:

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Tire você mesmo as suas conclusões sobre o Zenfone 5, mas o fato é que a Apple ainda está ditando as tendências no mercado de smartphones.

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