Em uma entrevista ao Wallpaper, o vice-presidente de design de interfaces humanas da Apple, Alan Dye, e o vice-presidente de design industrial da empresa, Richard Howarth, falaram sobre o processo desenvolvimento do Vision Pro — que durou décadas — e o que consideram mais importante sobre o produto. Também foram mostradas imagens do interior do aparelho.
Ambos deram bastante ênfase à questão de não isolar o usuário, ainda que a tecnologia pudesse levar quem estiver usando o headset para outros lugares, com o potencial de gerar experiências profundas. A ideia, pois, era a de que o produto fosse usado para conectar e aproximar pessoas, o que motivou a imersão da equipe no desenvolvimento do dispositivo e a criação da nova plataforma, chamada de computação espacial.
Também foi levado em conta no processo de criação do headset a importância de o produto parecer algo acessível (no sentido de usabilidade), o que influenciou o design (com formas leves, e a tira de tecido). Além de ser confortável, os designers buscaram construir um produto que as pessoas usassem estando perto de outras, não sendo nem apenas de realidade virtual nem de realidade aumentada, segundo Dye.
Para isso, o display EyeSight foi, ainda, outro elemento importante, junto aos gestos com a mão, mais naturais, de modo a tornar o aparelho confortável para quem usa e para outras pessoas ao redor. Cobrir os olhos de alguém, como destacado por Dye, tira bastante da conexão possível de se ter com outras pessoas; preservar isso esteve no cerne da concepção do headset, sendo necessários anos para se desenvolver os recursos citados.
Howarth destacou também que, em muitos momentos, a equipe tinha a sensação de que uma ideia poderia ser ótima, mas não tinha ideia de como alcançá-la. Muitos dos problemas que tentavam resolver pareciam impossíveis de serem resolvidos, exigindo inovações, o que foi feito com diversos protótipos e versões, chegando a um ponto no qual “não há outra maneira pela qual poderíamos ter feito”, como dito por Dye.
Os executivos destacaram também a simbiose entre hardware e software como algo ainda mais importante para a criação de uma experiência “singular”. O desenvolvimento de ambos foi feito ao mesmo tempo e com uma mesma equipe, de modo a atingir os objetivos de alto nível.
Howarth concluiu afirmando que o produto parece que “veio do futuro”, dada a precisão e dureza dos materiais, mas mantendo a leveza e a usabilidade sem barreiras. Dye, por sua vez, disse que o Vision Pro “apenas funciona”, como uma peça de hardware e software com uma experiência completa e que “parece algo que só a Apple poderia ter feito”.
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via 9to5Mac
