Olá, pessoal! Pra quem não me conhece, me chamam por aí de Hagge, sou designer gráfico e editor da revista Photoshop Creative. O Fischmann me convidou para escrever uma coluna semanal para o site criticando a empresa da maçã e, é claro, me senti lisonjeado, afinal participei da criação e popularização do site em seus primórdios, há muitos anos.
Mas por que críticas? Porque ninguém é perfeito e a Apple não é exceção, apesar do amor pela marca às vezes nos cegar (você já ouviu falar no Campo de Distorção da Realidade®, né?). Serão críticas construtivas e sempre no intuito de recuperar o que faz da Apple uma empresa à parte das outras: o seu jeito diferente de pensar e a qualidade de seus produtos.
Entretanto, os seis primeiros artigos correrão no sentido contrário da proposta, defendendo a Maçã. Escolhemos este caminho influenciados por acontecimentos recentes no mundinho da blogosfera, com movimentos anti-Apple injustificados.
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O mês de agosto de 2009 foi marcado pela publicação de um texto escrito por Jason Calacanis em seu blog pessoal, sobre sua decisão de desistir oficialmente de uma migração para o mundo Apple feita há seis anos (tempo em que gastou US$20 mil com produtos da empresa) e voltar para a plataforma Windows. Não sabe quem é Calacanis? Talvez ele faça mais parte da sua vida cotidiana do que você possa imaginar.
Jason Calacanis é jornalista e um dos pioneiros da Internet. Entre outras coisas, fundou em 2003 a empresa Weblogs, Inc., que veio a se tornar uma das maiores redes de blogs dos nossos dias, posteriormente vendida para a gigante AOL por US$30 milhões. Nada mal, não? Entre os quase 100 blogs que fazem parte do portfólio da Weblogs, Inc., estão o Engadget e o TUAW — fontes frequentes de informação para o MacMagazine —, além de Joystiq, TV Squad, Autoblog, Download Squad e muitos outros. Resumindo a história, Calacanis conseguiu realizar o que muitos gigantes da indústria ainda estão patinando para fazer: uma autêntica editora 100% online e lucrativa.
Agora que já temos em mente o “background” necessário para entender a importância e o impacto da declaração pública de Calacanis contra a Apple, é hora de conhecer os cinco motivos citados por ele como cruciais para sua desistência — na minha opinião, fúteis e egoístas, principalmente para alguém com US$30 milhões na conta:
- Destruição da inovação da indústria de tocadores MP3 através de práticas anticompetitivas;
- Práticas monopolistas na área de telecomunicações com o iPhone;
- Política extremamente severa de aprovação de aplicativos na App Store;
- Atitude hipócrita de banir navegadores concorrentes do Mobile Safari no iPhone;
- Bloquear o aplicativo Google Voice no iPhone.
Antes de começar a retrucar cada um deles, é bom que se saiba que eu sou um dos mais ferrenhos críticos da Apple atual (tenho até um slogan com marca registrada: “A Apple não é mais a mesma”). Não pela sua estratégia de negócios ou pelos preços praticados, mas sim pela qualidade atual de seus produtos, muito aquém do que eram quando conheci o poder da Maçã.
Os meus próximos cinco artigos explicarão por que Calacanis está errado e, a partir daí, escreverei semanalmente neste espaço basicamente criticando — e raras vezes elogiando — os produtos advindos do “laço infinito” do Vale do Silício.
Aquele hug!