Um perfil de Steve Jobs foi publicado ontem pelo jornal britânico The Times, contando um pouco sobre a vida deste homem que mudou o mundo da computação e tem enganado a morte.
No entanto, apesar de conter pouquíssimas informações que não seriam tão populares a respeito do CEO da Apple, a publicação atraiu a ira do departamento de relações públicas da empresa, que procurou evitar que o material viesse a público.
Bryan Appleyard (sem trocadilhos), respeitado jornalista e autor do artigo, revelou que a Apple tentou duas vezes evitar que a matéria fosse escrita e menciona que uma funcionária comentou com ele que a empresa desencoraja a publicação de perfis de qualquer executivo da empresa.
Jony Evans, do site 9 to 5 Mac, comenta que não há razões para tanto alarde e que, se o artigo tem alguma falha, foi não ter comentado o famoso discurso que o CEO da Apple fez na Universidade de Stanford. Jony acredita que esse foi o episódio em que Jobs teria sido o mais aberto a respeito da própria vida.
Philip Elmer-DeWitt, blogueiro do Apple 2.0, também é citado no artigo de Bryan e caracteriza Jobs como um dos poucos homens de negócios da indústria de tecnologia do para o qual podemos abrir uma exceção e chamar de gênio. “Eu não quero que Jobs morra porque meus computadores e o meu iPhone são, de fato, insanamente geniais se comparados com a concorrência inepta, porém, mais importante, porque ele é uma figura extraordinária.”
Bryan também especula que, após a morte do seu co-fundador (esperamos que isso não aconteça tão cedo), a Apple deveria procurar executar uma fusão com o Google — algo que, se permitido pelos reguladores antitruste, seria o passo mais lógico, visto que as empresas têm traços em comum, já tiveram Eric Schmidt ocupando suas diretorias, e a inovação de Mountain View com o design de Cupertino seriam perfeitas para dar um fim à dominação da Microsoft no mercado.
Colocando de lado toda a baboseira sobre intenções, ódio, amor e fanatismo, é fato que Steve Jobs merece toda a reverência que recebe, mas quando se atinge tal patamar de referência para toda uma indústria e diversas gerações que acompanham seu trabalho, acho que é inevitável tornar-se fonte de inúmeros artigos. Seria muito melhor se a Apple contribuísse com o máximo de material _publicável_, ao invés de se opor a qualquer nota que procure mencionar a vida do homem que a criou.
Confira abaixo, mais uma vez (porque nunca é demais), o discurso do Jobs em Stanford:
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=D1R-jKKp3NA[/youtube]